Annelize Tozetto | Marielle Gigante
Por ANNELIZE TOZETTO
@annelizetozetto
Se estivesse viva, Marielle Franco completaria 42 anos nesta terça, 27 de julho de 2021.
Porém, em 14 de março de 2018, Mari foi assassinada – assim como Anderson Gomes, seu motorista. Mortos na volta para casa depois de ela participar da atividade chamada Mulheres Negras Movem Estruturas.
Poucos dias antes, tinha visto a Mari ao vivo. Uma delas no Carnaval do Rio, com ela panfletando sobre assédio nos blocos. Outra, em São Paulo, na Conferência Cidadã, que apontou a chapa Guilherme Boulos e Sônia Guajajara para Presidência da República pelo PSOL – dia, por sinal, que fiz essa foto.
A notícia da morte me paralisou, porque eu tinha acompanhado a atividade de maneira on-line. Entre o término dela e meu celular começar a pipocar com mensagens foi questão de minutos. Até hoje me pergunto como minhas amizades cariocas atravessaram aqueles dias. Ou melhor: me pergunto até hoje como as pessoas próximas à Mari atravessam esse tempo.
São 1.231 dias se perguntando “Quem mandou matar Marielle? E por quê?”.
O silêncio sobre o assassinato de uma mulher preta latino-americana, bissexual, mãe, de esquerda, democraticamente eleita, é ensurdecedor.
Felizmente, Marielle também é semente. Não à toa, houve um aumento significativo de pessoas pretas e lgbts eleitas nas duas últimas eleições. Uma mudança pequena diante de toda uma estrutura racista, machista e lgbtfóbica que temos dentro do parlamento, mas uma mudança importante.
Que outras mudanças venham e consigamos construir cotidianamente uma sociedade melhor.
Marielle Vive! Marielle para sempre viverá!
Annelize Tozetto é fotojornalista formada pela UEPG, especialista em Jornalismo Literário pela FAVI e pós-graduanda em Fotografia como Suporte para a Imaginação. Fotografa espetáculos teatrais desde 2010, quando passou a cobrir o Festival de Curitiba. Nascida em Ponta Grossa, no Paraná, atualmente vive em São Paulo, onde trabalha como assessora parlamentar da Deputada Isa Penna (PSOL-SP) na Alesp. Colabora com o Blog do Arcanjo desde 2012.
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Um dos jornalistas culturais mais respeitados do Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Cultura pela ECA-USP, bacharel em Comunicação pela UFMG e crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Foi eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se por três vezes. Recebeu a Medalha Mário de Andrade, maior honraria nas letras do Governo do Estado de São Paulo. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. É presidente do júri do Prêmio Arcanjo e integra o júri do Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Guia da Folha, e Canal Brasil de Curtas. Recebeu ainda o Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil e Prêmio Leda Maria Martins.
Foto: Edson Lopes Jr.
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