Lollapalooza 2022: Morte de astro, acidente com público e protesto político marcam festival no Brasil

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Um grande festival como o Lollapalooza Brasil sempre movimenta gigantescas energias. No palco e nos bastidores. A começar por tempestades que desabam sem aviso prévio no céu e na terra.

Morte por overdose abala Lollapalooza

A edição do Lollapalooza Brasil 2022 será marcada, definitivamente, pela morte repentina do astro Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters, que seria a principal atração do último dia do evento, domingo (27).

Na última sexta (25), dois dias antes de subir ao palco no Brasil, o músico texano morreu de overdose aos 50 anos em um quarto de hotel, na Colômbia, onde se apresentaria antes do Brasil, na turnê latino-americana da banda, que passou antes pelo Lollapalooza Argentina e foi cancelada após a triste notícia.

O sentimento foi de perplexidade e tristeza não só no público, como na organização do evento no Brasil, que precisou improvisar um show de Emicida com participação de seus parceiros Criolo e Rael ao lado de Planet Hemp para tapar o buraco deixado pela impossibilidade da principal atração internacional do festival e que atraiu a venda de ingressos.

Estrutura do Lollapalooza desaba no público

Outro acidente que marcou a edição foi uma estrutura metálica que desabou sobre um espectador na sexta (25), que precisou ser atendido pela equipe médica e, depois, foi hospitalizado, sem que o festival desse detalhes do estado de saúde da vítima. Antes, a equipe do evento estava desesperada durante a tempestade, temerosa que raios atingissem o público.

Imprensa independente fica de fora do Lollapalooza

A organização do Lollapalooza 2022 também será marcada por uma relação deselegante e desgastante com a imprensa. O credenciamento de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas priorizou poucos veículos, muitos dos quais com parceria comercial com o evento ou seus patrocinadores, deixando de fora do festival profissionais da imprensa que fazem a cobertura cultural e musical independente durante todo o ano.

O Lollapalooza pareceu neste ano mais preocupado em atrair influencers com seus stories festivos e sempre positivos, do que jornalistas com capacidade de analisar de forma profissional o festival e seus acontecimentos. O que não deixa de ser um triste reflexo dos tempos atuais, nos quais a verdade não tem muito valor.

‘Fora Bolsonaro’ e ode a Lula marcam Lollapalooza

Por fim, o que salvou a edição 2022 do Lollapalooza foi a grande disposição do público em caminhar quilômetros infindáveis de palco em palco, debaixo de sol quente ou de chuva repentina. Afinal, após anos de confinamento, o povo queria mesmo era circular a céu aberto. A disposição também foi destaque nos artistas no palco, com performances intensas, com direito a inúmeras vaias e coro de “Fora Bolsonaro”, além de pedidos para que jovens tirem o título de eleitor e votem para tirar o atual presidente do poder.

Pabllo Vittar foi coroada rainha no coração do povo ao caminhar no meio do público com o rosto do ex-presidente Lula em uma bandeira. O protesto rendeu reação negativa e despropositada em Brasília, com o presidente Jair Bolsonaro entrando na Justiça contra o festival. O TSE, Tribunal Superior Eleitoral, entendeu que houve propaganda política na ação da cantora e vetou atos políticos no evento.

Miley Cyrus exalta Anitta como a número 1 do mundo no Lollapalooza

Outras que levantaram tudo foram Miley Cyrus, grande estrela do sábado (26), e sua convidada, a brasileira Anitta, a quem a norte-americana exaltou como “a número 1 do mundo”, pelo feito de Anitta ter chegado nesta semana ao topo do Spotify e Deezer com Envolver.

Como velhas amigas de infância, elas cantaram juntas o hit da carioca Boys Don’t Cry, com direito a beijos e tapas nos respectivos bumbuns.

Miley ainda homenageou o falecido amigo Taylor Hawkins. Aos prantos, revelou que ele foi a primeira pessoa a quem ligou quando desceu do avião, após sua aeronave ser atingida por um raio no Paraguai.

É, o Lollapalooza Brasil 2022 foi realmente marcado por fortes movimentações energéticas.

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Um dos jornalistas culturais mais respeitados do Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Cultura pela ECA-USP, bacharel em Comunicação pela UFMG e crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo PodFoi eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se por três vezes. Recebeu a Medalha Mário de Andrade, maior honraria nas letras do Governo do Estado de São Paulo. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. É presidente do júri do Prêmio Arcanjo e integra o júri do Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Guia da Folha, e Canal Brasil de Curtas. Recebeu ainda o Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil e Prêmio Leda Maria Martins.
Foto: Edson Lopes Jr.
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