Pink Star leva identidade de gênero ao teatro digital com Os Satyros

Diego Ribeiro é Purpurinex Brilhante em Pink Star, que estreia sexta, 2 de abril - Foto: Silvio Eduardo/Divulgação - Blog do Arcanjo
Diego Ribeiro é Purpurinex Brilhante em Pink Star, que estreia sexta, 2 de abril – Foto: Silvio Eduardo/Divulgação – Blog do Arcanjo

“O texto ficou mais atual do que nunca”, confidencia ao Blog do Arcanjo o diretor Rodolfo García Vázquez sobre Pink Star, peça inspirada na Teoria Queer de identidade de gênero, que escreveu com Ivam Cabral bem antes de São Paulo eleger deputada e vereadora trans. Futurista e libertária, a obra teve temporada de sucesso na praça Roosevelt em 2017. Repaginada para o teatro digital, está de volta volta nesta sexta (2), em plena Sexta-feira Santa, fazendo temporada gratuita durante todo o mês de abril, sextas e sábados, 23h, e domingos e segundas, 21h, no Espaço Digital dos Satyros na Sympla.

“Recriar Pink Star no mundo digital tem sido uma experiência incrível. Ver como a peça foi visionária em trazer o conflito e a intolerância da onda conservadora é impressionante”, fala García Vázquez. “Além disso, foi um estímulo incrível enfrentar o desafio técnico de transformar uma peça presencial com mais de 20 atores em uma peça digital”, complementa.

Diego Ribeiro protagoniza Pink Star, peça que discute identidade de gênero - Foto: Silvio Eduardo/Divulgação - Blog do Arcanjo
Diego Ribeiro protagoniza Pink Star, peça do Satyros que discute identidade de gênero e estreia em 2/4 – Foto: Silvio Eduardo/Divulgação – Blog do Arcanjo

Purpurinex Brilhante

Assim como em 2017, Diego Ribeiro protagoniza Pink Star, na pele de Purpurinex, que abdica do gênero para só ser. O ator gaúcho de Uruguaiana radicado em São Paulo fala ao Blog do Arcanjo sobre a retomada de personagem tão emblemática em sua carreira.

“É maravilhoso e inspirador retomar Purpurinex agora, uma personagem que luta pela liberdade de ser quem é e de existir, em contraponto a um autoritarismo das instituições que a cercam, marcado pela opressão e pela imposição de um pensamento retrógrado e preconceituoso”, afirma Ribeiro.

“Acho que Pink Star reflete – apesar de escrito por Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez lá em 2017 – muito sobre os dias de hoje. E, ao mesmo tempo que política, é uma peça leve, divertida, tem música e brilho espalhados por 22 telinhas. Um alento nesses tempos sombrios”, diz o ator.

Bel Friósi atua em Pink Star diretamente de Londres - Foto: André Bachiega/Divulgação - Blog do Arcanjo
Bel Friósi atua em Pink Star diretamente de Londres: estreia em 2/4 – Foto: André Bachiega/Divulgação – Blog do Arcanjo

Direto de Londres

O elenco de Pink Star traz 22 artistas posicionados em São Paulo e em Londres, na Inglaterra. É da Terra da Rainha que atua Bel Friósi, em sua volta às peças do Satyros diretamente do Reino Unido no teatro digital que não conhece fronteiras geográficas.

Estão em cena em Pink Star os efervescentes Alessandra Nassi, Alex de Felix, Anna Kuller, Bel Friósi, Bruno de Paula, Cristian Silva, Diego Ribeiro, Dominique Puzzi, Elisa Barboza, Felipe Estevão, Guilherme Andrade, Heyde Sayama, Ícaro Gimenes, Ingrid Soares, Julia Francez, Karina Bastos, Luis Holiver, Maiara Cicutt, Marcia Dailyn, Roberto Francisco, Silvio Eduardo e Vitor Lins.

 Júlia Francez, Bruno de Paula e Cristian Silva na peça Pink Star - Foto: Silvio Eduardo - Blog do Arcanjo
Júlia Francez, Bruno de Paula e Cristian Silva estão na peça Pink Star, do Satyros: estreia em 2/4 – Foto: Silvio Eduardo – Blog do Arcanjo

Premiada

A montagem de 2017 de Pink Star abocanhou o Prêmio Aplauso Brasil de Melhor Espetáculo de Grupo, e apareceu indicada em 13 categorias aos Melhores do Ano, pelo Blog do Arcanjo. Agora, assume o Zoom como palco, repleta de referências pop típicas do universo geek, passando pelo cartoon e anime.

Teóricos da identidade de gênero, Judith Butler e Paul B. Preciado inspiram a peça, que integra a Trilogia do Antipatriarcado, que teve ainda os espetáculos Cabaret Transperipatético e Transex, que causaram furor na praça Roosevelt entre 2017 e 2018.

Vitor Lins em cena da peça Pink Star, que estreia em 2 de abril - Foto: Silvio Eduardo/Divulgação - Blog do Arcanjo
Vitor Lins como a drag Katia Veroska na peça Pink Star, peça do Satyros que estreia em 2 de abril – Foto: Silvio Eduardo/Divulgação – Blog do Arcanjo

Futurista e não-binária

Pink Star tem a seguinte sinopse: “Em 2501, no Planeta Terra, vive Purpurinex Brilhante, uma pessoa humana totalmente livre dos clichês da ditadura do binarismo homem/mulher. Herdeirex do maior diamante rosa conhecido, o Pink Star, elex é assassinadex no momento em que traça sua fuga para outra galáxia, em direção a Shiralea VI. O espetáculo busca reconstituir sua trajetória a fim de desvendar o enigma de sua morte. Quem seria o assassino da pessoa mais livre que já existiu?”.

Capitaneado pelo diretor Rodolfo García Vázquez, o novo time do espetáculo Pink Star ainda tem assistência de direção de Gustavo Ferreira, preparação vocal de André Lu, direção de arte de Adriana Vaz com assistência de Letícia Gomide, sonoplastia de Felipe Soares, Operação audiovisual de Flávio Duarte, vozes adicionais por André Bachiega, arte visual de Henrique Mello e Isabella Garcia nas redes sociais, além de Diego Ribeiro na assessoria de imprensa.

Em crítica publicada quando da estreia da peça, Miguel Arcanjo escreveu neste blog em 8 de dezembro de 2017: “Além de uma verdadeira aula sobre sexualidade e gênero que bebe dos principais pensadores sobre o assunto, Pink Star é uma peça utópica que clama por liberdade sexual e de gênero no futuro em meio a um país que teima por mergulhar outras vez nas trevas da ignorância e da violência contra o outro. Este é o mérito histórico deste espetáculo”.

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Jornalista cultural influente e respeitado no Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de São Paulo, Prêmio Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil de Curtas. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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