Morre Francisco Carlos, ícone amazonense do teatro brasileiro

O dramaturgo e diretor Francisco Carlos em retrato de Bob Sousa para o blogdoarcanjo.com

Por Miguel Arcanjo Prado

Morreu o ator e diretor Francisco Antônio Carlos nesta sexta-feira (18), aos 63 anos, no Rio de Janeiro. O artista foi encontrado morto em casa e amigos e familiares acreditam que possa ter sido vítima de um infarto fulminante. Amazonense de Itacoatiara, a 176 km de Manaus, o artista marcou o teatro brasileiro com obra robusta nas quais constam mais de 40 peças, muitas das quais abordou a temática indígena.

Formado em Filosofia pela Universidade Federal do Amazonas, ele criou o que chamava de teatro poético-filosófico, que tinha estética híbrida, fazendo o teatro conversar com outras linguagens como música, dança, cinema, vídeo, performance, história em quadrinhos, fotografia, moda, esportes, publicidade, cibérnetica e artes plásticas.

Dirigiu e encenou, em 2011, a Tetralogia Jaguar Cibernético, de sua autoria, no Sesc Pompeia, em São Paulo. Com a Tetralogia Jaguar Cibernético e as Peças dos Fenômenos Urbanos Extremos foi considerado destaque do Fringe na 20ª edição do Festival de Curitiba.

Atualmente, Francisco Antônio Carlos trabalhava com os atores Begê Muniz e Elisa Telles no projeto Cosmos Amazônico”, contemplado no Edital Prêmio Zé Renato da Cidade de São Paulo, previsto para ser lançado no primeiro semestre de 2021.

O ator também ministrava workshops de dramaturgia pelo Serviço Social do Comércio do Amazonas (Sesc) em várias cidades do Brasil.

Em 2014, coordenou a Residência Teatral Sonata Fantasma Bandeirante na SP Escola de Teatro, em parceria com o Instituto de Psicologia da USP.

Em nota, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa de São Paulo manifestou seu pesar pela morte do grande artista, único nome do teatro do Amazonas a ser indicado ao Prêmio Shell de Teatro.

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