O Retrato do Bob: Rui Germano aproxima teatro de Portugal ao do Brasil

O Brasil sempre esteve nas preferências do encenador e dramaturgo português Rui Miguel Germano. Afinal, a relação com o país é antiga. Em 1990, ele conheceu os artistas brasileiros Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, então radicados em Portugal, quando foi aluno das primeiras oficinas da Cia. de Teatro Os Satyros em Lisboa. “Eles são inspiração para o trabalho que desenvolvo”, afirma, ressaltando a coragem da dupla em acreditar no ousado teatro que faz. Rui faz uma temporada entre fevereiro e abril deste ano no Brasil como professor convidado da SP Escola de Teatro, em São Paulo, e da MT Escola de Teatro, em Cuiabá, dando cursos no qual aborda temas como memória e identidade no teatro e comunidade, sua especialidade com o RG Projeto de Teatro Comunitário.

No dia 15 de abril, convida todos a estarem às 19h na SP Escola de Teatro da praça Roosevelt para o lançamento de seu livro “Fecha os Olhos”, publicado pela Editora Giostri. Foi lá que posou para Bob Sousa com exclusividade para Miguel Arcanjo. “É uma peça que montei ano passado em Portugal, mostrando a história de um pequeno bairro e que revela que, por trás de cada pessoa, há um segredo, abordando temas como misoginia e masculinidade tóxica”, adianta. O artista português aproveita ainda os poucos dias de folga na viagem para conhecer cartões postais brasileiros como o Pantanal e Foz do Iguaçu.

Em seu país natal, atualmente cursa mestrado em Teatro e Comunidade pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. Além disso, é formado em Direito pela Universidade Autónoma de Lisboa. Após fazer as oficinas livres de teatro da Cia. de Teatro Os Satyros nos anos 1990, também em Lisboa estudou na Escola do Espectador, no Teatro da Trindade, e com o encenador Rogério de Carvalho. A partir de 2005, em Rio Maior, região do Ribatejo em Portugal, deu início às pesquisas com Teatro Comunitário, fundando o grupo Quem Não Tem Cão – Oficina de Artistas, onde escreveu e dirigiu variados espetáculos, como “Cinco Mulheres, Uma Travesti e o Namorado de Uma Delas”, “Azul”, “Bairro Solidão”, “Amor Mau” e “Rosa Esperança – Projeto Mulheres e o Cancro da Mama”.

Em 2012, estreitou as relações com o Brasil ao fazer oficinas de Direção e Dramaturgia na SP Escola de Teatro. Em 2015, resolveu criar o coletivo RG – Projeto de Teatro Comunitário, onde concebeu as peças “Ninguém Nasceu Para Ficar Sozinho“, “Todo o Homem Devia Ter uma Amante”, “A Vida Não Chega”, “Blue Revisitado” e “Fecha os Olhos”, agora editada em livro no Brasil. Com Rui Germano, a ponte atlântica entre Brasil e Portugal é alimentada diariamente com sua arte. Ainda bem.

Bob Sousa é fotógrafo, mestre em Artes pela UNESP, pesquisador, crítico, jurado de Artes Visuais da APCA e do Prêmio Arcanjo de Cultura. É autor do livro “Retratos do Teatro” (Ed. Unesp). Desde 2012, retrata grandes nomes das Artes em O Retrato do Bob com exclusividade para Miguel Arcanjo. Produção: Daniela Hamazaki.

>>>Siga @miguel.arcanjo

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1 Resultado

  1. 27/10/2020

    […] para retomar o teatro presencial em Portugal com a peça Esta É a Nossa Casa, encenação de Rui Germano para RG-Projeto de Teatro Comunitário. Ana Jorge conversou com exclusividade com o Blog do Arcanjo […]

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