Fringe reúne 280 atrações em programação diversa e democrática no Festival de Curitiba

Fringe tem atrações para todos os gostos e bolsos no Festival de Curitiba, como Dançando Villa da Curitiba Cia. de Dança © Leco de Souza Divulgação Blog do Arcanjo 2025

Por CRISTIANO FREITAS
Agência Festival de Curitiba

Realizada desde 1998, a Mostra Fringe, sem curadoria do Festival de Curitiba, é o coração do evento. Afinal, ela acaba sendo vitrine de tudo o que acontece nas artes no Brasil, promove intercâmbio com outros países, democratiza o acesso a espetáculos, oferece oficinas e também permite inúmeras trocas.

Bastante diversa, a Mostra Fringe oferece aproximadamente 280 atrações de diversas linguagens, como teatro, circo, dança, música, artes visuais, literatura e atividades formativas, além de  muitas outras surpresas no 33.° Festival de Curitiba. “Nesta edição, conseguimos contemplar outros estados para as mostras, o que é muito interessante para conhecermos mais do que está sendo produzido Brasil afora. Além disso, cias. longevas, como Cemitério de Automóveis, de Mário Bortolotto, e artistas que já estiveram na Mostra Lucia Camargo, como Giordano Castro, do Magiluth, e o Lubi estarão no Fringe, o que reforça sua importância como um local de alta visibilidade e trocas”, explica a coordenadora da Mostra Fringe, Rana Moscheta.

Dividido em 3 frentes (espetáculos de rua, mostras e circuito independente), o Fringe conta com a participação de artistas de 11 estados (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal), totalizando quatro regiões do Brasil, e 4 países (Argentina, Peru, Bolívia e Estados Unidos). Na prática, são quase duas mil pessoas trabalhando, entre equipe técnica e artistas.

Temáticas 

Na edição de 2025, a Mostra Fringe abrange temas extremamente atuais e reflexivos. “Este ano seguimos com temáticas relevantes acerca da complexidade das relações humanas. Alguns espetáculos trazem à tona o protagonismo feminino e discussões que tangem questões socioambientais na atualidade, como as violências sociais e ecológicas. Mesmo com tantas temáticas que parecem pesadas, muitos dos espetáculos trazem o humor e a leveza da música como diferencial”, reitera Rana.

De acordo com a coordenadora da Mostra Fringe, outra característica interessante deste ano diz respeito aos espetáculos pensados para acontecer de forma intimista, com o público mais perto, intervenções urbanas e encenações poéticas nos teatros já pensadas para possibilitar a proximidade entre artistas e espectadores. “Além disso, temos espetáculos infantis inspirados em obras de grandes autores, como José Saramago, espetáculos que brincam com as palavras e histórias da nossa cultura e com sentimentos universais, como o medo de escuro”, completa Rana Moscheta. 

Espetáculos na rua

Os espetáculos de rua são a marca registrada do Fringe. Neste ano, as 41 montagens previstas vão ocupar 8 praças em Curitiba e na Região Metropolitana. Além da capital, o roteiro inclui Campina Grande Sul, Campo Largo e São José dos Pinhais. “Com relação a formato diferente, temos um espetáculo de rua chamado ‘Estou bem aqui e lembrei de você’, do Em Bando Coletivo, de Santos/SP, que é um audiotour. Eles pedem para o público levar celular e fone de ouvido para uma jornada pela cidade’”, revela Rana Moscheta. O espetáculo será apresentado nos dias 27 (16h), 28 (19h) e 29 (16h) de março na Praça Generoso Marques, região central de Curitiba. 

Mostras

Na Mostra Fringe de 2025, há 12 mostras, totalizando 93 atrações e 9 espaços diferentes. Na programação, destaca-se, por exemplo, a Mostra de 43 anos do Grupo de Teatro Cemitério de Automóveis, que é liderado pelo dramaturgo paranaense Mário Bortolotto. No palco do Miniauditório do Teatro Guaíra (Glauco Flores de Sá Brito), serão apresentadas, de 2 a 6 de abril, 4 peças e um show musical da banda Saco de Ratos. 

Destaca-se ainda a Mostra LUBI: Cama, Cinema e Teatro, que ocupa a Casa Hoffmann de 29 de março a 2 de abril, com 3 espetáculos e uma oficina. O evento é liderado pelo diretor Luiz Fernando Marques, o Lubi, e artistas do coletivo Corpo Rastreado e Grupo  Magiluth, que no ano passado fizeram muito sucesso com o espetáculo “Apenas o Fim do Mundo”, um dos destaques da Mostra Lucia Camargo no Festival de Curitiba. “Fico extremamente feliz em ver grandes companhias voltando a se apresentar no Fringe, que é o grande coração e linha de frente do Festival. O Lubi, por exemplo, participou do Fringe há muitos anos, antes dos trabalhos dele terem todo o reconhecimento que têm hoje. Vê-lo voltando para o Fringe é como confirmar que esse é sim um espaço de troca e de construir uma nova narrativa na história de algumas companhias. Fico bem ansiosa com a possibilidade de intercâmbio que grupos recém-formados e grupos de grande peso poderão tecer”, analisa Rana Moscheta.

A lista de mostras inclui ainda Mostra Duo 15 Anos – Bodas de Resiliência, do Coletivo Duo de Salvador (BA); a tradicional Mostra Fexo, de alunos egressos da Unespar; a Mostra Mulheria na Alfaiataria, com diversas artistas mulheres de Curitiba; a Mostra Solos para (Re)Existir!, com artistas e grupos de Londrina (PR), a Mostra Iminente, da Companhia LadyLéo, de Maringá (PR), Dançando Villa – 10 Anos da Curitiba Cia. de Dança;  e as mostras Minas Para Ver de PertoPlastic Doll e Circo Rodado. Para fechar a lista, tem AnimaRua, que dá um belo destaque ao teatro lambe-lambe, um estilo teatral genuinamente brasileiro que faz uso de formas animadas para ocupar um pequeno palco montado dentro de um espaço fechado (uma caixa, por exemplo).

Circuito Independente

Com 150 atrações e mais de 25 locais de apresentação, incluindo teatros tradicionais, clubes, museus, parques e outros espaços, o Circuito Independente expande as possibilidades de participação de companhias e espaços culturais no Festival de Curitiba. “De locais inusitados, este ano teremos a peça ‘A Maldição dos 27 anos – Um Guia de Sobrevivência da Vigor Mortis’, do Biscaia, que vai acontecer no Museu Paranaense de Ciências Forenses, que é um antigo necrotério”, adianta Rana Moscheta. A peça tem apresentações nos dias 30 de março e 1.° de abril, às 19h e  21h. A entrada é gratuita. 

A Mostra Fringe no Festival de Curitiba é apresentada por Petrobras, Sanepar, CAIXA e Prefeitura de Curitiba, com patrocínio de CNH Capital – New Holland, EBANX, ClearCorrect – Neodent, Viaje Paraná – Governo do Estado Paraná e Copel – Pura Energia, além do patrocínio especial da Universidade Positivo.

Festival de Curitiba
Os ingressos para o Festival de Curitiba podem ser adquiridos pelo site oficial www.festivaldecuritiba.com.br ou na bilheteria física localizada no Shopping Mueller (Av. Cândido de Abreu, 127 – Piso L2, Centro Cívico).

A 33ª edição do Festival de Curitiba acontece de 24 de março a 6 de abril, reunindo cerca de 350 atrações em mais de 70 espaços de Curitiba e Região Metropolitana. A programação inclui espetáculos teatrais premiados e aclamados pelo público, estreias nacionais e uma ampla diversidade de manifestações artísticas, como dança, circo, humor, música, oficinas, shows, performances e gastronomia.

Acompanhe todas as novidades e informações pelo site do Festival de Curitiba www.festivaldecuritiba.com.br, pelas redes sociais disponíveis no Facebook @fest.curitiba, pelo Instagram @festivaldecuritiba e pelo Twitter @Fest_curitiba.

Serviço:
33.º Festival de Curitiba
Data: 
De 24/3 a 6/4 de 2025
Valores: Os ingressos vão de R$00 até R$85  (mais taxas administrativas).
Ingressos: www.festivaldecuritiba.com.br e na bilheteria física exclusiva no Shopping Mueller (Segunda a sábado, das 10h às 22h e, domingos e feriados, das 14h às 20h).
Verifique a classificação indicativa e orientações de cada espetáculo.
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Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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