Crítica | Acarajé Dada tem performance histórica de Stéfano Belo no Festival de Curitiba sob direção de Ricardo Nolasco

A atriz Stéfano Belo faz performance histórica no Festival de Curitiba em Acarajé Dada dirigida por Ricardo Nolasco em dez anos de parceria artística de sucesso – Foto: Dayana Jacqueline – Blog do Arcanjo

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Enviado especial ao Festival de Curitiba*

A Stefano Belo é uma das figuras mais emblemáticas e importantes do Festival de Curitiba. Em um terço dos 30 anos do evento, ela ocupa o posto de rainha absoluta do underground curitibano, com seu natural destaque na eclética Selvática Ações Artísticas, grupo que celebra dez anos.

Pois é justamente os dez anos de amizade entre a artista baiana radicada em Curitiba Stefano Belo, um corpo não-binário cuja arte flui de todos os seus poros, e seu diretor, o intrépido diretor curitibano Ricardo Nolasco, o grande mote do espetáculo Acarajé Dada.

A atriz Stéfano Belo faz performance histórica no Festival de Curitiba em Acarajé Dada sob direção de Ricardo Nolasco – Foto: Dayana Jacqueline – Blog do Arcanjo

Nesta obra transgênera de cabaré contemporâneo, Stefano Belo fez performance histórica no palco do Festival na Rua, nas Ruínas São Francisco, com plateia lotada, na noite desta quinta (7), quando foi ovacionada.

A amizade “selvática, radica e radicante” entre os dois artistas dão caldo a bons causo boca de Stefano Belo, que também dubla de forma admirável e com entrega desmedida canções de fortes traços.

O carisma sempre foi marca registrada de Stefano Belo e ele se faz presente a cada segundo deste espetáculo, no qual inunda o público com sua entrega desmedida.

A atriz Stéfano Belo faz performance histórica no Festival de Curitiba em Acarajé Dada sob direção de Ricardo Nolasco – Foto: Dayana Jacqueline – Blog do Arcanjo

Aliás, este Blog do Arcanjo conheceu a atriz em 2013, quando ela se chicoteava sem piedade no espetáculo Wunderbar, dirigido pelo mesmo Ricardo Nolasco, que com ela formava o grupo O Estábulo de Luxo, prévio à Selvática.

Era neste espetáculo, uma década depois icônico, apresentado no Fringe, no subterrâneo TUC, na passagem entre o Largo da Ordem e a Catedral, que Stefano Belo fez dublagem icônica para Maybe This Time, de Liza Minelli em Cabaret.

E foi justamente a volta a este mesma dublagem arrepiante o ponto auge de Acarajé Dada, pelo menos na visão deste crítico, que assistiu às duas performances — e que inclusive foi homenageado no palco por diretor e atriz pela cobertura da trajetória do público ao longo da última década.

E foi com a garganta travada em constatar mais uma vez a grandeza desta grande artista incompreendida chamada Stefano Belo e de seu talentoso diretor Ricardo Nolasco que este crítico viu a artista se afastar do palco e perambular pelas ruas de Curitiba, uma cidade que ainda não compreendeu a grande rainha que tem entre si.

As lágrimas soaram generosas no rosto de quem guardou alguma sensibilidade artística diante de tamanha entrega e verdade cênica desconcertante. Viva Stéfano Belo, Ricardo Nolasco e toda a trupe de artistas que passam e passaram pela Selvática.

Acarajé Dada

com Stefano Belo sob direção de Ricardo Nolasco

Avaliação: Ótimo ✪✪✪✪
Crítica por Miguel Arcanjo Prado

*O jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Festival de Curitiba.

+ Blog do Arcanjo no Festival de Curitiba!

Relembre o primeiro ensaio com Stéfano Belo e Ricardo Nolasco no Blog do Arcanjo em 2013

Lembre neste vídeo o sucesso do Fringe Wunderbar com Stefano Belo no Festival de Curitiba 2013

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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