Conselho de Classe comove Festival de Curitiba com o drama dos professores abandonados
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Enviado especial ao Festival de Curitiba*
Colaborou Marco Antonio G. Faoro**
A peça Conselho de Classe comoveu o público do 30º Festival de Curitiba com um retrato do dia a dia da educação brasileira pela Cia. dos Atorese, do Rio de Janeiro.
A obra de Jô Bilac dirigida por Bel Garcia e Susana Ribeiro traz uma trama de conflitos que retratam a situação dramática que vivem os professores deste Brasil, completamente abandonados pelo Estado.
Brilham na obra com atuações arrebatadoras os atores Cesar Augusto, Marcelo Olinto, Leonardo Netto, Paulo Verlings e Thierry Trémouroux.
A obra, apresentada no Teatro da Reitoria, na terça (29) e quarta (30), retratou a realidade das escolas brasileiras e com uma linguagem híbrida entre seriedade e comédia.
A peça aborda temas como descentralização educacional, drama, integração social e diplomacias. Vários interesses pessoais de cada personagem são desenrolados de forma gradativa durante a apresentação.
Conselho de Classe, idealizada em 2013, permanece propondo reflexões atuais. “Infelizmente o Brasil só pirou de 2014 para cá, mas a peça continua fazendo muito sentido”, afirma o ator Leornado Netto.
O advogado Carlos Augusto, de 54 anos, conta que estava esperando uma peça com um senso crítico e tinha medo que a mesma fosse enfadonha, mas se surpreendeu positivamente.
A montagem foi indicada a 25 prêmios e venceu 14 deles, entre eles o Prêmio Cesgranrio 2014.
O Prêmio Cesgranrio veio como retribuição aos esforços da equipe da peça Conselho de Classe.
PAULO VERLING
ator de Conselho de Classe
O ator Thierry Trémouroux acrescenta que o escritor da peça, Jô Balac, teve um papel muito importante nesse reconhecimento.
O professor de filosofia Marcio Campos, de 37 anos, relata que achou o enredo da peça muito bom, sobretudo por usar citações de Paulo Freire e tons de interpretações conforme os problemas atuais da sociedade, finalizando que recomenda facilmente a peça para os amigos.
Já a psicóloga Samanta Rocha, de 49 anos, reiterou que a peça denuncia a precarização da escola pública.
A atração é uma forma de reflexão sobre assuntos comuns da atualidade, como a educação, segurança e infraestrutura, como também do desrespeito aos professores perante a uma parcela da sociedade.
**Reportagem por Marco Antonio G. Faoro, estudante de Jornalismo da Universidade Positivo, sob orientação da jornalista e professora Katia Brembatti, em parceria com o Blog do Arcanjo no Festival de Curitiba. Conheça o site UP no Festival.
*O jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Festival de Curitiba.
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Um dos jornalistas culturais mais respeitados do Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. Mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Cultura pela ECA-USP, bacharel em Comunicação pela UFMG e crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Guia da Folha, e Canal Brasil de Curtas. Ganhou o Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Governo do Estado de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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