Gilberto Gil é eleito para a Academia Brasileira de Letras e vira imortal

ABL elege o músico Gilberto Gil para a Cadeira 20

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

A Academia Brasileira de Letras elegeu, no dia 11 de novembro, o novo ocupante da Cadeira 20, na sucessão do Acadêmico e jornalista Murilo Melo Filho, falecido no dia 27 de maio de 2020. O vencedor foi o músico Gilberto Gil, que recebeu 22 votos. Participaram da eleição 34 Acadêmicos de forma presencial ou virtual (um não voutou por motivo de saúde). Os ocupantes anteriores da cadeira 20 foram: Salvador de Mendonça (fundador) – que escolheu como patrono Joaquim Manuel de Macedo –, Emílio de Meneses, Humberto de Campos, Múcio Leão e Aurélio de Lyra Tavares.

”Gilberto Gil traduz o diálogo entre a cultura erudita e a cultura popular. Poeta de um Brasil profundo e cosmopolita. Atento a todos os apelos e demandas de nosso povo. Nós o recebemos com afeto e alegria”.

Marco Lucchesi
presidente da ABL

Gil imortal

Gilberto Gil iniciou sua carreira no acordeon, ainda nos anos 50, inspirado por Luiz Gonzaga, pelo som do rádio e pela sonoridade do Nordeste. Com a ascensão da bossa nova, Gil deixa de lado o acordeon e empunha o violão, e em seguida a guitarra elétrica, que abriga as harmonias particulares da sua obra até hoje. Suas canções desde cedo retratavam seu país, e sua musicalidade tomou formas rítmicas e melódicas muito pessoais. Seu primeiro LP, Louvação, lançado em 1967, concentrava sua forma particular de musicar elementos regionais, como nas conhecidas canções Louvação, Procissão, Roda e Viramundo.

Em 1963 inicia com Caetano Veloso uma parceria e um movimento, a tropicália, que contempla e internacionaliza a música, o cinema, as artes plásticas, o teatro e toda a arte brasileira. O movimento gera descontentamento da ditadura vigente, que o considera nocivo à sociedade com seus gestos e criações libertárias, e acaba por exilar os parceiros. O exílio em Londres contribui para a influência do mundo pop na obra de Gil, que grava inclusive um disco em Londres, com canções em português e inglês. Ao retornar ao Brasil, Gil dá continuidade a uma rica produção fonográfica, que dura até os dias de hoje. São ao todo quase 60 discos e em torno de 4 milhões de cópias vendidas, tendo sido premiado com 9 Grammys

Em 2002, após sua nomeação como Ministro da Cultura, o Acadêmico passa a circular também pelo universo sócio político, ambiental e cultural internacional. No âmbito do Minc, em particular, desenha e implementa novas políticas que vão desde a criação dos Pontos de Cultura até a presença do Brasil em Fóruns, Seminários e Conferências mundo afora, trabalhando temas que vão desde novas tecnologias, direito autoral, cultura e desenvolvimento, diversidade cultural e o lugar dos países do sul do planeta no mundo globalizado. Suas múltiplas atividades vêm sendo reconhecidas por várias nações, que já o nomearam, entre outros, de Artista da Paz pela UNESCO em 1999, Embaixador da FAO, além de condecorações e prêmios diversos, como Légion d’ Honneur da França, Sweden’s Polar Music Prize, entre outros.

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Jornalista cultural influente e respeitado no Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de São Paulo, Prêmio Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil de Curtas. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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