Mostra Betty Faria 80 anos celebra grande atriz com 15 filmes no CCBB-SP

Grande atriz do cinema brasileiro, Betty Faria tem sua carreira revisitada em 15 longas com exibição gratuita

80 anos de uma grande atriz: Betty Faria no filme Bye Bye Brasil, de 1980 - Foto: Divulgação - Blog do Arcanjo
80 anos de uma grande atriz: Betty Faria no filme Bye Bye Brasil, de 1980 – Foto: Divulgação – Blog do Arcanjo

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Mostra Betty Faria – 80 anos apresenta 15 longas de diferentes períodos da história do cinema para homenagear uma das mais respeitadas atrizes do Brasil. Com curadoria de Leandro Pardi, ex-coordenador da Cinemateca Brasileira, a mostra reforça o compromisso da valorização e celebração do Cinema Brasileiro. 

Entre os destaques da programação estão o longa O Casal (1975) de Daniel Filho, que em seu lançamento fez mais de 1 milhão de espectadores nos cinemas, Jubiabá (1986), de Nelson Pereira dos Santos, baseado no livro homônimo de Jorge Amado e Bens Confiscados (2004) de Carlos Reichenbach.  Ao longo de sua carreira, Betty Faria fez parcerias com alguns diretores como Cacá Diegues com quem trabalhou em Bye Bye Brasil (1980), considerado um dos mais importantes filmes brasileiros de todos os tempos segundo a imprensa especializada e Um Trem para as Estrelas (1987), que participou da seleção oficial do Festival de Cannes e foi o representante brasileiro ao Oscar em 1987.  Outra parceria de sucesso foi com o diretor Bruno Barreto, com quem Betty trabalhou em A Estrela Sobe (1974), que será exibido na mostra em uma rara cópia em 35mm e Romance da Empregada (1987) que terá exibições com recursos de acessibilidade (libras, áudio descrição e legenda descritiva).  

Filmes do início da carreira da atriz também estão na programação como O Beijo (1963), de Flávio Tambellini, baseado na peça de Nelson Rodrigues e Os Monstros de Babaloo (1970) de Elyseu Visconti. 

Durante todo o período da mostra, dois filmes da programação ficarão disponíveis de forma online e gratuita para todo o Brasil através da plataforma Eventim: Perfume de Gardênia (1992), de Guilherme de Almeida Prado, no qual Betty contracena com nomes como Sérgio Mamberti, Christiane Torloni e Helena Ignez e Marlene de Souza (2004), filme pouco conhecido da atriz onde ela divide a cena com a atriz portuguesa Maria de Medeiros em locações em São Paulo, Rio de Janeiro, região de Piemonte e Paris.

Para finalizar, a mostra realiza uma ação formativa através da masterclass ministrada pelo cineasta e programador Sergio Silva. “Filmografia Básica do Cinema Brasileiro’’ é uma oficina online sobre memória audiovisual e cinema brasileiro, utilizando análise de filmes, destacando as experiências que definiram o perfil da produção cinematográfica no Brasil e traçando uma breve filmografia básica sobre memória audiovisual e cinema brasileiro. 

O catálogo, que traz a filmografia completa e uma entrevista inédita da atriz, será disponibilizado de forma online e gratuita no site do CCBB. 

Sobre Betty Faria

Nascida em 1941, Betty foi bailarina profissional na juventude e, aos poucos, trocou a dança pela dramaturgia e estreou na televisão e no cinema em 1965. Contratada pela Rede Globo como atriz em 1969, para participar da novela “A Última Valsa”, de Glória Magadan, acabou estourando como estrela de televisão nos anos 1970. Um de seus papéis mais marcantes foi a irreverente “Tieta” na novela homônima, escrita por Agnaldo Silva e Ricardo Linhares, em 1989.

Ao longo de sua carreira, venceu inúmeros prêmios no cinema como o de melhor atriz no Prêmio Air France de Cinema em 1974; no Festival de Gramado em 1987 e quatro vezes premiada com o filme “Romance de empregada” (1984) no Festival de Havana, no Festival de Sorrento, Festival de Cine Iberoamericano e mais uma vez no Prêmio Air France de Cinema; Ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante em “Perfume de Gardênia” no Festival de Brasília em 1982; em 2005, venceu como melhor atriz no Cine Ceará com “Bens Confiscados”; já em “Chega de Saudades”, ganhou como melhor atriz coadjuvante no Festival Internacional de Cartagena das Índias e foi nominada a melhor atriz no Prêmio Qualidade Brasil nos anos de 2008 e 2009; em 2012, ganhou o Troféu Oscarito em Gramado pelo conjunto da obra e em 2019, também ganhou pelo conjunto da obra o Prêmio CineEuphoria.

Betty Faria é reconhecida e respeitada pelo grande público brasilieiro e sua história também pode ser contada através dos filmes que estrelou.  Neste contexto, a Mostra Betty Faria – 80 anos resgata a história de sua carreira no cinema e proporciona ao público o conhecimento e lembranças dos momentos mais marcantes da vida da atriz e do próprio cinema brasileiro. 

Programação – Setembro/Outubro 2021

22/09 quarta

14:30h – Bens Confiscados

17h –  O Beijo

23/09 quinta

14h – Chega de saudade

16:20h –  Perfume de Gardênia

24/09 sexta

14:20h –  O Casal

16:40h – Um Trem Para as Estrelas

25/09 sábado

14:30h – As Sete faces de um Cafajeste

16:40h – A Lei do Cão

26/09 domingo

14:20- Jubiabá

16:40 – Os Monstros de Babaloo

27/09 segunda

14:20h – O Bom Burguês

16:40h –  Bye bye Brasil

29/09 quarta

14:30h – Chega de Saudade

16:40h – O Casal

30/09 quinta

14:30h –  Jubiabá

16:45h –  O Bom Burguês

01/10 sexta

14:40h –  O Beijo

17h – O Romance da Empregada

02/10 sábado

14:20h –  Marlene de Sousa

16:40h –  Bye bye Brasil

03/10 domingo

14:20h –  Bens Confiscados

16:45h –  Um Trem Para as Estrelas

04/10 segunda

14:20h –  O Casal

16:50h –  Chega de Saudade

06/10 quarta

14:20h –  Bens Confiscados

16:50h – O Romance da Empregada (sessão inclusiva: libras, audiodescrição e closed caption)

07/10 quinta

13h – Os Monstros de Babaloo

15:10h –  Debate: Protagonismo feminino no cinema brasileiro (transmissão no cinema) 

16:45h – Um Trem Para as Estrelas 

08/10 sexta

14:40h –  O Bom Burguês 

16:50h –  Jubiabá

09/10 sábado

13h –  Conversa: Bate papo com Betty Faria (transmissão no cinema)

14:40h –  A Estrela Sobe 

17:10h – O Beijo 

10/10 domingo

14:20 – Os monstros de Babaloo

16:30 –  Perfume de Gardênia 

11/10 segunda

14h – Aula: Filmografia básica do cinema brasileiro (online)

14:30h – O Romance da Empregada (sessão inclusiva: libras, audiodescrição e closed caption)

16:45h –  Bye bye Brasil 

22/09 a 01/11 streamming –  Plataforma Eventim

Marlene de Sousa

Perfume de Gardênia

Informações sobre os filmes

1- Bens confiscados

108 min, cor, 2004, Brasil

16 anos

Direção: Carlos Reichenbach

Bens confiscados começa com o suicídio de uma mulher na cidade de São Paulo. O filho dessa mulher é bastardo de um político corrupto que sofre denúncias naquele momento. Esse garoto e uma enfermeira são levados a uma casa no interior do Rio Grande do Sul, sob a guarda de um caseiro e sua esposa. Começa então uma relação conflituosa entre essas pessoas praticamente desconhecidas entre si.

2 – O Beijo

78 min, cor, 1964, Brasil

14 anos

Direção: Flávio Tambellini

O arquiteto Arandir está casado a pouco tempo com Selminha e ambos estão aparentemente felizes, apesar do pai dela, Aprígio, não ter aprovado a união e evitar até de falar o nome do genro. Certo dia, ao sair do escritório onde trabalha, Arandir testemunha um atropelamento de um homem que, agonizante, lhe pede um “beijo francês” e falece em seguida. Arandir atende ao pedido para surpresa das demais pessoas que circundavam o atropelado, dentre eles Aprígio e o jornalista sensacionalista Mário Ribeiro. Imediatamente Ribeiro começa a escrever vários artigos aludindo a homossexualidade do arquiteto e insinuando que ele conhecia a vítima e a teria empurrado na direção do caminhão que o atingira. O delegado Cunha inicia um violento interrogatório de Arandir, que também começa a sofrer com as desconfianças dos colegas de trabalho e da própria esposa que entra em desespero.

3 – O Bom Burguês

99 min, cor, 1979, Brasil

18 anos

Direção: Oswaldo Caldeira

O bancário Lucas colabora com dois grupos revolucionários que empregam métodos distintos: o grupo do Velho, contrário à luta armada (PC), e o outro, favorável a luta (PCBR), do qual participam o Comandante Raul, Antônio e os jovens Lauro e Joana. A mulher de Lucas, Neuza, a princípio desconhece a atividade secreta do marido. A irmã de Lucas, Patrícia, é a guerrilheira conhecida por “Joana” que também desconhece a atividade clandestina do irmão, considerando-o um conformista. O mesmo acontece com homens de negócios dos quais o bancário se aproxima como investidor, camuflando-se como um novo rico, produto do “milagre brasileiro”. Lucas passa a gozar das simpatias de ricos que apoiam financeiramente os órgãos da repressão: Valadares, Romano e Thomas – este patrono do fundo de contribuições à qual Lucas adere. O grupo de Raul sequestra um embaixador e exige a libertação de presos políticos. A manobra é bem sucedida, mas nas investigações, surge o codinome de Lucas – Jonas – e seu destino se encaminha para situações perigosas.

4 – Bye Bye Brasil

105 min, cor, 1980, Brasil

18 anos

Direção: Carlos Diegues Salomé, Lorde Cigano e Andorinha são três artistas mambembes que cruzam o país com a Caravana Rolidei, fazendo espetáculos para o setor mais humilde da população brasileira e que ainda não tem acesso à televisão. A eles se juntam o acordeonista Ciço e sua esposa, Dasdô, com os quais a Caravana cruza a Amazônia pela rodovia Transamazônica até chegar a Altamira.

5 – O Casal

105 min, cor, 1975, Brasil

16 anos

Direção: Daniel Filho A história de um casal lidando com as primeiras dificuldades conjugais, incluindo uma gravidez inesperada que irá atrapalhar os planos profissionais e o próprio relacionamento entre os dois.

6 – Chega de Saudades

95 min, cor, 2007, Brasil

Direção: Laís Bodanzky

12 anos

O filme se passa num baile em um clube de dança de São Paulo. Desde quando o salão abre suas portas, pela manhã, até seu fechamento, pouco após a meia-noite, diversos personagens rodeiam o local.

7 – A Estrela Sobe

105 min, cor, 1974, Brasil

14 anos

Direção: Bruno Barreto

Leniza foi uma famosa cantora do passado, e agora faz parte do júri de um programa de calouros da televisão. Ela relembra toda a sua trajetória artística, desde quando era uma humilde vendedora de um laboratório farmacêutico que sonhava com a fama aos tempos áureos do rádio.

8 – Jubiába

100 min, cor, 1986, Brasil

14 anos

Direção: Nelson Pereira dos Santos

Na Bahia, Antônio Balduíno (Grande Otelo) vive com sua tia. Quando ela adoece e fica louca, o garoto passa a viver com um comendador muito endinheirado. O jovem se apaixona por Lindinalva (Françoise Goussard), a filha do comendador. Porém, a preconceituosa empregada portuguesa da casa, Amélie (Catherine Rouvel), descobre o amor de Balduíno pela menina e conta ao patrão. O comendador espanca o jovem e o expulsa de casa. Balduíno passa a viver da malandragem em Salvador, mas continua apaixonado por Lindinalva.

9 – A Lei do Cão

100 min, cor, 1967, Brasil

18 anos

Direção: Jece Valadão

Bebeto por ter ciúme da noiva de seu amigo um dia resolve matá-lo. Por esse motivo Bebeto recua para o interior, porém, no caminho mata um policial. Quando Bebeto chega no interior contrata Quinzinho, um assassino pago para proteger ele.

10 – Marlene de Sousa

95 min, cor, 2004, Itália

14 anos

Direção: Tonino de Bernardi

Bety, uma popular atriz de novelas no Brasil, está na favela à procura de sua irmã gêmea, Marlene, que é prostituta e com a qual ela perdeu contato há muito tempo. Filippo, um italiano que está no Brasil, aventura-se com várias mulheres, entre elas Marlene, que usa o nome de guerra Kelly. Ele deixou a mulher Giulia grávida na Itália, mas ela continua enviando-lhe cartas. A ação se passa nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, na região de Piemonte e em Paris.

11 – Os Monstros de Babaloo

98 min, cor, 1970, Brasil

Direção: Elyseu Visconti Cavallero

16 anos

Babaloo é uma pequena república das bananas comandado pelo milionário Badu, um industrial que tem poder sobre todo o comércio da região. As amantes do ricaço não o permitem passar tempo algum com sua família – coisa que ele realmente prefere não fazer -, formada por sua gulosa mulher, um filho retardado, um motorista japonês, uma babá deformada, entre outros tipos bizarros.

12 – Perfume de Gardênia

118 min, cor, 1992, Brasil

16 anos

Direção: Guilherme de Almeida Prado

Daniel é um motorista de táxi que trabalha de madrugada para pagar as prestações do carro, é casado com a dona de casa Adalgisa e eles têm um filho. Por acaso, ela começa a fazer cinema, abandona a família e é proibida por Daniel de ver o filho, Joaquim. Durante onze anos, Daniel nutre um sentimento de vingança, que ganha força quando Joaquim, já adulto, reencontra a mãe, em plena decadência profissional.

13 – Romance da Empregada

90 min, cor, 1987, Brasil

18 anos

Direção: Bruno Barreto

Uma empregada doméstica (Betty Faria) trabalhava arduamente, tendo que suportar as exigências da patroa, e em casa tinha de aturar um marido desempregado e bêbado. Mas apesar de tudo sonhava em ser feliz e um dia encontrou um homem bem mais velho, que acreditava na vida e queria morar com ela. Apesar de existir por parte dela um interesse financeiro ela sente um grande carinho por este senhor, que a trata tão bem.

14 – As Sete Faces de um Cafajeste

90 min, cor, 1968, Brasil

16 anos

Direção: Jece Valadão

Alfredo (Jece Valadão) é um ricaço que sempre cultivou o dom de conquistar a mulher do próximo. Isso nunca foi problema, até o momento em que os maridos enganados começaram a descobrir a verdade e a ameaçá-lo. Todas as suas amantes começam a se acusar mutuamente de tais ameaças e atentados e Alfredo precisa dar um jeito de sair dessa confusão.

15 – Um Trem para as Estrelas

103 min, cor, 1987, Brasil

14 anos

Direção: Carlos Diegues

O jovem saxofonista Vinícius passa por diversas experiências pelas ruas do Rio de Janeiro enquanto procura por sua namorada desaparecida, após uma noite de amor. Durante essa busca, ele vivencia, pela cidade, violência, miséria e injustiças, sempre envolvido pela música 

Betty Farias – 80 Anos

Patrocínio: Banco do Brasil
Curadoria: Leandro Pardi
Produção: Pinball Produções
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo 
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, Triângulo SP, São Paulo –SP, tel. (11) 4297-0600
Aberto todos os dias, das 9h às 18h, exceto às terças.
Ingressos no site Eventim
Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô – Estacionamento Conveniado e Translado: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas – necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). No trajeto de volta, tem parada na estação República do Metrô.

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Jornalista cultural influente e respeitado no Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de São Paulo, Prêmio Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil de Curtas. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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