Spike Lee comanda 74º Festival de Cannes: ‘Negros ainda são caçados como animais’
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
O 74º Festival de Cannes começou nesta terça (6) na bela cidade francesa com a retomada do presencial e a presença de ícones do cinema. Após os protestos do Black Lives Matter em todo o mundo, inclusive a França, no ano passado, o cineasta estadunidense Spike Lee, 64, é não só o presidente do júri como também o rosto que estampa o cartaz oficial. Na abertura do evento, fez discurso contundente ao afirmar que negros ainda são “caçados como animais”.
Na coletiva de imprensa, Spike Lee ainda criticou o atual presidente do Brasil, a quem chamou de “gangster”: “Este mundo é governado por gângsters. O ‘agente laranja’ [Donald Trump, ex-presidente dos EUA], o cara do Brasil [Jair Bolsonaro] e Putin [presidente da Rússia]. Eles são gângsters e farão o que quiserem. Eles não têm moral nem escrúpulos. E temos que falar abertamente contra gângsters como esses”, pontuou.
Se a representatividade negra é foco, a feminina parece um pouco esquecida. Dos 24 filmes que concorrem à Palma de Ouro, apenas quatro são dirigidos por mulheres. Para compensar, a grande homenageada pelo conjunto da obra é Jodie Foster, 58, que está no evento acompanhada da namorada, a fotógrafa Alexandra Hedison, com quem trocou apaixonados beijos na cerimônia de abertura, mostrando que armário não existe mais para grandes estrelas.
O Brasil está representado na festa com O Marinheiro das Montanhas, do cineasta cearense Karim Aïnouz, 55, que já venceu a mostra Um Certo Olhar no passado com A Vida Invisível. No longa, ele busca as origens do pai na Argélia, país que foi colônia francesa. Nosso país também tem um dos nove jurados de Cannes 2021, o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, 52, vencedor em 2019 do prêmio do júri com Bacurau.
O Brasil ainda marca presença nas coproduções O Empregado e o Patrão, na Quinzena dos Realizadores, e Noche de Fuego, na mostra Um Certo Olhar. E a série Sintomas, da atriz paulistana Marjorie Gerardi, foi selecionada no Côte d’Azur WebFest, a extensão de projetos para web do 74º Festival de Cannes. Viva a retomada do cinema.
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Jornalista cultural influente e respeitado no Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de São Paulo, Prêmio Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil de Curtas. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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