Billy Bond anuncia volta do musical Cinderella ao Teatro Bradesco

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Diante da liberação do funcionamento dos teatros e com muito cuidado e distanciamento, o diretor e produtor — e grande nome da história do rock na América Latina — Billy Bond avisa que o espetáculo musical Cinderella volta ao Teatro Bradesco do Shopping Bourbon, em São Paulo, em nova temporada de 8 a 16 de maio. Serão duas sessões diárias: 11h30 e 16h aos sábados e domingos, com direito a uma sessão especial na sexta, dia 14, às 16h.
Ao Blog do Arcanjo, Bond conta que as coreografias foram adaptadas ao protocolo de ações contra a Covid-19. Os atores estarão de máscara e a realidade do cotidiano da pandemia foi inserida no espetáculo, tanto na encenação como no texto. O diretor ainda conta que incluiu em algumas cenas, “de forma sutil”, marcações ressaltando a importância do uso do álcool gel e do distanciamento social.

Efeitos especiais
O musical é uma adaptação de Billy Bond e Lilio Alonso para o livro dos Irmãos Grimm. Cinderella tem os diálogos e as músicas cantadas em português, além de efeitos especiais e de iluminação. Para criar o clima e envolver o público no mundo da fantasia, o espetáculo lança mão de recursos como gelo seco, ilusionismo e aromas diferenciados. Telões exibem tecnologia de última geração (como 4D) com o intuito de fazer a plateia se sentir parte do espetáculo.
Entre os truques, os destaques são a levitação e o voo de um fantasma, num recurso ilusionista. São 37 músicas especialmente compostas para ilustrar as cenas. “Sempre tentamos contar a história como foi escrita originalmente pelo autor. A tecnologia moderna, como os telões de LED, os efeitos especiais, os cenários e figurinos e a música ajudam a narrar a história e a prender o espectador, principalmente as crianças, que são muito inteligentes”, afirma Billy Bond.
Cinderella conta com os seguintes atores: Vanessa Ruiz (Cinderella), Yasmine Mahfuz (Madrasta), ; Diego Luri (Príncipe Henry); Luiz Pacini (Rei Rupert), Luana Marthins (Criselda), Ana Luiza (Anastácia), Paula Canterini (Fada Boa), Marcio Yacoff (Nemésio), Italo Rodrigues (Guarda). A montagem ainda conta com o ensamble formado por Alessandra Lorena, Alvaro de Padua, Amanda Portela, Camyla Gimenes, Carla Ribeiro, Luan Oliveira, Luiza Madureira, Marcia Souza, Mayla Betti, Nicole Peticov, Willian Rodolpho. E ainda com as crianças Clarinha Jordão, Davi Okabe, Denis Pereira, Luana Oliveira, Marcia Souza e Willian Rodolpho.
Sob direção geral de Billy Bond com sua Black & Red Produções, Cinderella tem direção de dramaturgia de Marcio Yacoff, arranjos e direção musical de Vila/Bond; adereços e próteses de Gilbert Becoust; direção vocal de Thiago Lemmos; coreografia de Italo Rodrigues; cenografia de Cyrus Oficinas, figurinos de Carlos Alberto Gardin, maquiagem de João Boccaletto, direção técnica de Angelo Meireles; e direção de produção de Andrea Oliveira.

Do rock para os musicais
Nascido na Itália em 19 de novembro de 1944 e naturalizado argentino Giuliano Canterini, o Billy Bond, escolheu o Brasil para viver. Além de grande produtor de espetáculos teatrais é também um dos nomes mais importantes do rock latino-americano. Inclusive é dele a frase “Rompan todo”, que dá nome à série homônima na Netflix sobre o rock na América Latina. Também foi precursor do movimento punk no Brasil e lançou em 1979 seu primeiro disco solo por aqui, O Herói, pela Som Livre, hoje celebrado precursor do gênero punk no país.
No teatro, já produziu os musicais O Mágico de Oz, Peter Pan, Branca de Neve, After de Luge, Rent, Les Miserables e O Beijo da Mulher Aranha. Já no rock, marcou a década de 1960 em Buenos Aires com o grupo Billy Bond Y La Pesada del Rock and Roll.

Em 1972, durante a repressão policial em um show no Luna Park, em Buenos Aires, preferiu sua famosa frase ao público: “Rompan todo” (quebrem tudo, em português), que incorporou-se à atitude roqueira no continente. Foi ainda produtor da lendária banda argentina Sui Generis, com Charly García, Nito Mestre, Rinaldo Rafanelli e Juan Rodríguez.
Perseguido pela ditadura, teve mais de cem músicas censuradas. No Brasil, conheceu a banda Secos & Molhados, na qual foi produtor, através do Willie Verdaguer, baixista deles, que era argentino. Quando Ney Matogrosso deixou o grupo, Billy o produziu em carreira solo a partir de 1975. Depois, integrou o grupo punk Joelho de Porco e partiu para carreira solo em 1979.
Na década de 1980, assumiu de vez a verve produtor. Um de seus grandes trunfos na função foi ter trazido a banda Queen ao Brasil na década de 1980.
Atualmente, Billy Bond mora em São Paulo e está à frente da Black & Red Produções, com a qual produziu musicais vistos por quase 1 milhão de pessoas, cerca de 100 mil apenas no Teatro Bradesco.
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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