8M: Mulheres e LGBTQIA+ da Argentina se unem para mover o mundo

Por Miguel Arcanjo Prado

A Argentina segue como grande exemplo na América Latina quando o assunto é respeito às mulheres e à diversidade. Não custa lembrar que no fim do ano passado a Argentina legalizou o aborto e também foi pioneira na legalização do casamento de pessoas do mesmo sexo e em garantir na lei o respeito à identidade de gênero.

Na semana deste 8 de março, marco do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora e também do Dia da Visibilidade Lésbica, celebrado no último domingo (7), o Estado Argentino, através de um esforço conjunto entre o Ministério da Mulher, Gênero e Diversidade e o Ministério da Cultura, criou a série cultural Nosotras Movemos EL Mundo (Nós Movemos o Mundo), já disponível para ser vista nos Canal do Centro Cultural Kirchner no YouTube e que apresenta novas artistas argentinas ao mundo.

Entre os destaques, está uma Feira do Livro Feminista e uma nova versão do Hino Nacional Argentino, com artistas mulheres e LGBTQIA+ e instrumentos típicos de todas os estilos de música argentinos, sob direção de Lilián Saba. Veja:

Ao todo, quatro dias de atividades artísticas, culturais, de formação e advocacia, abertas, gratuitas, populares e federais buscam ampliar as vozes das mulheres e das diversidades.

Numa vasta multiplicidade de demonstrações virtuais e presenciais, mais de 150 artistas, pensadoras e trabalhadoras de todo o país (mais convidadas internacionais) encontram-se no edifício do Centro Cultural Kirchner, em Buenos Aires, e em seus canais digitais.


Além disso, organizações sociais em diferentes províncias da Argentina participam para reforçar o caráter federal e inclusivo do evento. A convocatória (ou temática) este ano é: Nós Movemos o Mundo e a Cultura o Transforma. O objetivo é tornar visíveis os padrões culturais que sustentam e reproduzem as desigualdades e a violência de gênero para promover uma verdadeira transformação.

As propostas presenciais de Nosotras Movemos El Mundo incluem uma homenagem a compositores (com mais de 50 músicas no palco), uma homenagem à compositora Claudia Montero, três concertos de música acadêmica na Sala de Honra (com obras de criadores do século XVII até hoje), a estreia de dois episódios de Zamba dedicados a Mercedes Sosa e María Elena Walsh, uma exposição de artes visuais focada em diversos feminismos, uma série de passeios performativos e literários pelos espaços do edifício, apresentações de livros, uma feira do livro com foco na temática de gênero, o espaço Nossas Artesãs (com mulheres de todo o país), malambo, performances do Bloque Las Ñustas e do Comando Evita e conversas com figuras de destaque da política atual.

Mujer contra Mujer

Além de um cancioneiro travesti-trans e da quinta edição do ciclo Um Mapa, outro grande destaque é uma obra audiovisual em homenagem aos 30 anos do álbum Mujer contra Mujer, de Celeste Carballo e Sandra Mihanovich, um clássico do rock argentino, com novas versões de proeminentes artistas da atualidade na música argentina.

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Miguel Arcanjo Prado é jornalista, mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura pela ECA-USP e bacharel em Comunicação Social pela UFMG. Eleito três vezes pelo Prêmio Comunique-se um dos melhores jornalistas de Cultura do Brasil. Nascido em Belo Horizonte, vive em São Paulo desde 2007. É crítico da APCA, da qual foi vice-presidente. Passou por Globo, Record, Folha, Contigo, Editora Abril, Gazeta, Band, Rede TV e UOL, entre outros. Desde 2012, faz o Blog do Arcanjo, referência no jornalismo cultural. Em 2019 criou o Prêmio Arcanjo de Cultura no Theatro Municipal de SP. É coordenador de Extensão Cultural e Projetos Especiais da SP Escola de Teatro, colunista do Notícias da TV e faz o Podcast do Arcanjo em parceria com a OLA Podcasts. Foto: Edson Lopes Jr.

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