Disputado por TV e cinema, Roberto Birindelli volta à faixa nobre da Globo
Aos 55 anos, o ator uruguaio radicado no Brasil Roberto Birindelli tem aquele porte de galã maduro que hipnotiza produtores de elenco da televisão e do cinema e, evidentemente, o público.
Prova disso é sua volta às novelas da Globo em “O Sétimo Guardião”, trama das 21h de Aguinaldo Silva, com estreia prevista para 12 de novembro, após ser o Guido em “Apocalipse”, na Record.
Ele, que já havia vivido outro personagem do célebre autor, o Josué em “Império”, desta vez será o bronco Tobias na mais nobre faixa da televisão brasileira.
“Ele é o dono da birosca que é ponto de encontro da fictícia cidade de Serro Azul, onde se passa a novela que tem direção do Rogério Gomes, o Papinha, com quem trabalhei em ‘A Teia'”, conta o ator em conversa exclusiva com o Blog do Arcanjo no UOL.
No folhetim do gênero realismo fantástico, ele fará par romântico com Adriana Lessa, que viverá sua mulher, Clotilde, uma ex-socialite decadente com quem tem o filho Leonardo, jovem com pretensões de ser cineasta vivido por Jaffar Bambirra.
Protagonista do filme “Águas Selvagens”
Além da novela, Birindelli tem uma agenda farta em trabalhos para o cinema, no qual já atuou em mais de 40 filmes, e séries de TV, com uma carreira que transita com facilidade pelo mercado internacional.
Ele nasceu em Montevidéu, onde morou até os 15 anos e começou a desenhar. Depois, mudou-se para Porto Alegre, onde estudou arquitetura e atuação. Assim, atua com fluência tanto em português quanto em espanhol.
Antes de as gravações da novela começarem, ele filmou o longa “Águas Selvagens”, coprodução entre Brasil e Argentina dirigida pelo argentino Roly Santos.
O filme está em fase de finalização em Buenos Aires, com previsão de estreia internacional no charmoso Festival de Cannes, na França.
“Em ‘Águas Selvagens’ faço Lucio Gualtieri, um ex-policial investigador argentino, que aceita um trabalho para solucionar um crime cometido na Tríplice Fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai”, adianta.
“Como todo filme noir, os elementos vão sendo apresentados aos poucos e vamos descobrindo que nada, de fato, é o que parecia ser”, entrega.
“Ele vai descobrir que há uma trama muito pior que o assassinato que veio desvendar, e quando o o rumo das coisas sai de seu controle, terá de tomar duras decisões”, diz.
Birindelli lembra que trabalhou com uma equipe internacional nas filmagens de “Águas Selvagens”. “Tivemos uma equipe de vários países. Os atores argentinos Mario Paz, com quem fiz novela e é uma figuraça, Mausi Martinez e Juan Manuel Telletegui, duas luzes e corações enormes”, elogia.
“No elenco brasileiro temos Luiz Guilherme, meu parceiraço em ‘Poder Paralelo’ [novela da Record], Mayana Neiva, Allana Lopes e Leona Cavalli, com quem fiz ‘Apocalipse’, entre outros. É uma delícia trabalhar com esta trupe com tantos sotaques e idiossincrasias”, define.
Ele ainda elogia a “produção cuidadosa” de “Águas Selvagens”, com lançamento comercial internacional previsto para 2020. O ator diz que trata-se de “um baita roteiro e uma direção segura e generosa do Roly”.
Roberto Berindelli nas filmagens de “Águas Selvagens”, longa no qual vive um policial investigador na região da Tríplice Fronteira – Foto: Pedro Rodríguez – Divulgação – Blog do Arcanjo – UOL
Disputado no mercado internacional
O ator não para por aí. “Tenho trabalhado direto em coproduções. Antes de filmar ‘Águas Selvagens’ no Paraná eu tinha acabado de voltar do Panamá e Medellín, onde rodamos “Humapersons”, longa de Frank Spano sobre tráfico de órgãos, coproduzido por Panamá, Colômbia, Brasil e Estados Unidos”, declara.
“Ano passado estava em Buenos Aires rodando ‘Dolores’, longa de Juan Dickinson, e já tinha feito antes dois longas na Argentina”, revela.
Não bastasse tantas coisas, ele ainda aguarda o lançamento do filme “O Olho e a Faca”, de Paulo Sacramento: “Foram 12 dias embarcados filmando numa plataforma de petróleo. Foi um desafio e tanto”.
“Em breve começo em mais uma coprodução, desta vez entre Colômbia, Estados Unidos e Brasil: ‘Two Shots of Tequila’, rodada em Los Angeles”.
Ele ainda está nas séries “Um contra Todos”, da Fox, “A Vida Secreta dos Casais”, da HBO, e “Irmãos Freitas”, do Space.
“Ou seja, vem mais malabarismo de agenda pela frente”, diz Roberto Birindelli, comemorando a fartura de trabalhos.
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Um dos jornalistas culturais mais respeitados do Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Cultura pela ECA-USP, bacharel em Comunicação pela UFMG e crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Foi eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se por três vezes. Recebeu a Medalha Mário de Andrade, maior honraria nas letras do Governo do Estado de São Paulo. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. É presidente do júri do Prêmio Arcanjo e integra o júri do Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Guia da Folha, e Canal Brasil de Curtas. Recebeu ainda o Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil e Prêmio Leda Maria Martins.
Foto: Edson Lopes Jr.
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