Crítica: Whisky e Hambúrguer mostra crise solitária na metrópole cinza

Mario Bortoloto e Patrícia Vilela: última sessão de Whisky e Hambúrguer neste domingo (20) de chuva – Foto: Emerson Brandt

Por Miguel Arcanjo Prado

O cosmopolita Teatro & Bar Cemitério de Automóveis se tornou uma espécie de refúgio de artistas e intelectuais paulistanos que dialogam com o bom e velho rock’n’roll, não só na vitrola como também como estilo de vida.

“Whisky e Hambúrguer”, peça escrita e dirigida por Mario Bortolotto, dono do espaço e também protagonista ao lado de Patricia Vilela, segue tal premissa.

A encenação mostra um homem de meia idade abandonado pela mulher, que resolve passar seus dias enfurnado em casa, à base de uma nada estimulante dieta de whisky e hambúrgueres, como explicita o título.

A visita de uma velha amiga, desempenhada com segurança por Patrícia Vilela, vitoriosa no mundo capitalista, mas também um fracasso no campo do amor, vai despertar papos filosóficos sobre a vida e os relacionamentos em uma urbe de trocas frenéticas e solidão em excesso.

Mario Bortolotto incorpora muito bem o tal homem “perdedor”, inclusive no seu balbuciar de palavras, algumas quase ininteligíveis, tamanho o desprezo de seu personagem pelo mundo “real” lá fora.

Ir ver a última sessão da peça neste domingo paulistano cinzento de chuva é tomar uma atitude rock’n’roll que combina perfeitamente com a montagem e o espaço no qual ela acontece.

Whisky e Hambúrguer ✪✪✪
Avaliação: Bom
Quando: Domingo, 20h (Última sessão). 70 min. Até 20/8/2017
Onde: Teatro e Bar Cemitério de Automóveis – Rua Frei Caneca, 384, Consolação, São Paulo, tel. 11 2371-5743
Quanto: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada)
Classificação etária: 16 anos


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