Festivais de São Paulo e BH firmam parceria para ganhar força

Guilherme Marques, Leônidas Oliveira, Jefferson da Fonseca e Fernando Mencarelli - Foto: Alexandre Guzanshe

Guilherme Marques, Leonidas Oliveira, Jefferson da Fonseca e Mencarelli – Foto: Alexandre Guzanshe

Por Miguel Arcanjo Prado
Enviado especial a Belo Horizonte (MG)*

O FIT-BH (Festival Internacional de Teatro, Palco & Rua) de Belo Horizonte anunciou, nesta sexta (27), parceria com a MITsp (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo) e o CIT-Ecum (Centro Internacional de Teatro Ecum).

O encontro reuniu, no saguão do Teatro Marília, tradicional sala de espetáculos da capital mineira, o presidente da Fundação Municipal de Cultura (FMC) de BH, Leônidas Oliveira, o diretor de artes cênicas e da música da FMC, Jefferson da Fonseca Coutinho, o diretor-geral do Centro Internacional de Teatro Ecum, Guilherme Marques, e o diretor-artístico associado ao CIT-Ecum, Fernando Mencarelli.

Leia a cobertura completa do FIT-BH no Blog do Arcanjo no UOL

Leonidas Oliveira disse que é preciso “descentralizar o festival” ao longo do tempo, com atividades formativas constantes. Daí a parceria com a expertise na área do CIT-Ecum, sobretudo na Escola Livre de Artes Arena da Cultura, que tem 2.000 alunos em cursos artísticos gratuitos em todas as regionais de Belo Horizonte.

“Precisamos investir de uma forma contundente na formação artística e de público. Quando vejo uma plateia de teatro vazia me dá uma dor no coração”, afirmou Oliveira.

Parceria forma corredor teatral entre SP e BH - Foto: Alexandre Guzanshe

Parceria forma corredor teatral entre SP e BH – Foto: Alexandre Guzanshe

“É muito simbólico este encontro. Precisamos de um diálogo permanente neste momento de recessão. Queremos dar um caráter permanente ao FIT-BH e à formação nesta área”, reforçou Jefferson da Fonseca Coutinho, que lembrou que o CIT-Ecum foi gestado em Belo Horizonte, ante de partir para São Paulo, cidade na qual tornou-se referência, desdobrando-se na celebrada MITsp (Mostra Internacional de Teatro de São Paulo).

“O Ecum nunca saiu de BH”, fez questão de dizer Guilherme Marques, que é mineiro de Peçanha e morou em Belo Horizonte por muitos anos. “Apenas migramos para São Paulo por conta de uma oportunidade que surgiu, mas nunca perdemos a proximidade com Belo Horizonte. Retomar este diálogo é um prazer enorme, ainda mais com o FIT-BH, um festival onde me formei. Eu me considero um filho do Carlos Rocha, o Carlão, um dos fundadores do FIT”, disse. Marques ainda lembrou a importância de existirem indicadores sociais e econômicos no mundo das artes cênicas, com estudos e pesquisas de impacto confiáveis.

“É importante essa rede de pessoas interessadas na arte como forma de pensamento. Essa parceria é um passo importante para o teatro brasileiro”, definiu Fernando Mencarelli sobre a ponte teatral que se forma entre São Paulo e Belo Horizonte.

Cena de "Les Girafes", que abriu o 13º FIT-BH - Foto: Divulgação

Cena da peça francesa “Les Girafes”, que abriu o 13º FIT-BH – Foto: Daniel Protzner

Segundo informaram os organizadores da parceria, novos encontros serão marcados para definir seus termos exatos e como vão captar recursos. O que já garantiram é que um Fórum Internacional do Encontro Mundial das Artes Cênicas será realizado em BH de forma bienal, alternando-se com o FIT-BH, a começar em 2017 — a última vez que ele se realizou em Belo Horizonte foi em 2011. A MITsp também fará parcerias na área curatorial com o FIT-BH.

Presente no encontro, Carlos Rocha, um dos fundadores do FIT-BH, celebrou a parceria. E sugeriu: “Precisamos também repensar novas políticas de apoio para os grupos de Belo Horizonte”. Oliveira respondeu que uma nova Lei Municipal de Incentivo à Cultura tramita na Câmara Municipal de BH. Se aprovada, ela vai beneficiar os grupos teatrais, prometeu.

*O jornalista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do FIT-BH.

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