Festival de Curitiba quer bater recorde e ter 200 mil pessoas na plateia em 13 dias de teatro

Leandro Knopfholz quer 200 mil pessoas vendo as cerca de 400 peças nos 13 dias de Festival de Curitiba - Divulgação

Aos 38 anos, o curitibano Leandro Knopfholz é um velho conhecido da turma de teatro.

Afinal de contas, é diretor do Festival de Curitiba, o mais celebrado evento teatral brasileiro, que chega à 21ª edição entre os próximos 27 de março e 8 de abril, em Curitiba, com cerca de 400 peças na programação.

Ele criou o festival ainda adolescente (tinha só 19 anos!),  mas não quer saber de ser considerado pai de um filho de 21 anos. Prefere ser  “um irmão mais velho”.

Entendedor da cultura nacional, Leandro falou com exclusividade ao blog sobre suas expectativas para este ano.

Sem nenhum ar de pretensão, espera reunir 200 mil pessoas nas plateias curitibanas nos 13 dias de festival. E é bom levar o moço a sério, porque no ano passado ele bateu o recorde de 190 mil espectadores. Pelo jeito, Leandro nunca acreditou nessa história de que teatro não tem público. Leia a entrevista:

O Festival de Curitiba está em sua 21ª edição. Você se sente um senhor, pai de um filho de 21 anos?
Leandro Knopfholz – Tenho 38 anos e me sinto um jovem irmão mais velho, não um senhor pai.

Como foi que surgiu o festival?
Knopfholz – O festival surgiu da percepção que havia muitas salas de apresentação e poucas atrações ocupando essa sala. Há 20 anos, apenas ocupar essas salas, apresentar espetáculos em dias não convencionais, levar peças para a rua e trazer para a cidade personalidades da cena teatral, já era mexer com o cotidiano.

Você já fez muitas amizades por conta do festival? E inimizades?
Knopfholz – Muitas amizades. Já de inimizados eu não me lembro de ter feito.

Qual foi o maior perrengue que você passou no festival?
Knopfholz –Ter de adiar a quarta edição por conta da incerteza com patrocínios, mas isso foi em 1995.

Qual foi a edição em que você mais sofreu? Por quê? E a que lhe deu maior satisfação? Por quê?
Knopfholz –Cada edição tem seus momentos bons e difíceis. Estrear espetáculos, trazer novidades nacionais e internacionais dão sempre muita satisfação. Cancelar apresentações, atrasar horários, pecar em questões técnicas são sempre um grande sofrimento. Tento maximizar as primeiras opções e minimizar as últimas!

O festival é marcado sempre pela presença de muitas celebridades, vocês fazem questão de ter famosos no evento?
Knopfholz –O festival busca dar ênfase às encenações, independente dos nomes que as compõem. Nessa trajetória de 21 edições em 20 anos, acompanhamos também a ascensão profissional de muitos artistas, nas mais diversas áreas. Pessoas se apresentam aqui antes e depois da fama. Criar vínculo com essas pessoas é o mais importante.

Quantas pessoas trabalham  e participam do festival? Quanto espera de público total para este ano?
Trabalhando diretamente no festival são 1.200 pessoas, sendo 400 empregos diretos e 800 de empresas fornecedoras contratadas. Já participantes são 2.100. O recorde de público é de 190 mil pessoas, no ano de 2011. Esperamos chegar a 200 mil esse ano.

O Festival de Curitiba é o evento que dá mais visibilidade à cidade no mundo cultural brasileiro. Você se sente orgulhoso disso?
Knopfholz – Curitiba é um polo criativo e de consumo de criatividade. Ser uma das referências é sim motivo de orgulho.

Você acha que o festival poderá acabar um dia? Se isso acontecesse, como se sentiria?
Knopfholz – Trabalho a cada edição para que o evento se perpetue. Acho que o festival hoje tem uma relevância para a cidade, cultural, social e economicamente, e para as artes brasileiras como um todo.Espero, portanto, que mesmo, se eventualmente eu me afaste do evento, ele continue existindo.

Se fosse para você escolher os três grandes destaques deste ano, quais seriam?
Knopfholz – Primeiro, o fato de fazermos a 21 primeira edição em 20 anos consecutivos, de maneira ininterrupta. Segundo, as mostras que se organizam no Fringe. E, em terceiro, a mostra XXX, de teatro com temática adulta.

O festival faz questão de mesclar gente que trabalha na TV com o povo que só faz teatro. Não rola briga nos bastidores entre os famosos e os teatrólogos mais intelectualizados? Gosta dessa mistura?
Knopfholz – O festival é uma grande festa e um momento e encontros. Não rola briga nenhuma! Só festa!

É verdade a lenda que os curitibanos são um povo frio?
Knopfholz – Acho que já foram. Nessa nova década, um novo estilo de curitibanos está aparecendo e se mostrando caloroso e aberto a novas ideias.

O festival ajudou a revelar talentos para o teatro e a TV. Quais você pode citar?
Knopfholz – Acho que o festival é uma das vitrines que possibilitam o intercâmbio e que facilitam a troca de experiências. Diversos espetáculos que passaram por aqui tiveram suas temporadas ampliadas ou reforçadas por conta da visibilidade que ganharam no evento. Não sei precisar nomes, mas tenho certeza que diversos profissionais foram vistos aqui.

Conte uma história com um famoso que deu muito trabalho a você e à turma do festival.
Knopfholz – Ninguém dá trabalho! [risos]

Então diga o jornalista que te dá mais trabalho [risos]…
Knopfholz – Tem jornalista que corre atrás de notícia! Tem jornalista que não corre atras de notícia. Esses últimos dão mais trabalho! [risos]

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