Festival Desvio celebra arte com entrada gratuita em Belo Horizonte

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Após uma etapa de formação com oficinas voltadas para artistas, produtores culturais e especialistas em cultura do acesso, além de mostra de cinema, o Festival Desvio encerra sua programação no dia 26 de abril, de 14h às 19h, com ocupações artísticas no Centro Cultural Usina de Cultura, com performances de artistas como Paulo Nazareth, Renata Mara, show da Coral e o espetáculo Corpo Preto Surdo. Sua primeira edição destaca a Cultura do Acesso na perspectiva anticapacitista, com foco na arte. A direção geral é de Brisa Marques e André Mimiza.
No sábado, dia 26 de abril, a partir das 14h, o artista Paulo Nazareth, nascido em Governador Valadares e conhecido por suas andanças ao redor do mundo, apresenta uma intervenção performática inédita. Artesão, coletor de feitiços e aprendiz de reza brava, ele se autodefine por múltiplos nomes, personagens e heterônimos, sendo tudo isso seu próprio trabalho. Sua obra é marcada por gestos simples, mas carregados de crítica social, discutindo temas como racismo, imigração e colonialismo. Nazareth já participou de importantes exposições internacionais e atualmente integra a mostra Esconjuro, no Inhotim, com a série “Notícias de América”.
Às 15h, Renata Mara, artista da dança e pesquisadora praticamente cega, apresenta a performance-palestra O maior verbete de todos. A performance parte de suas vivências com a cegueira e resgata memórias da infância até a potência criativa adulta. A obra mistura comicidade e sensualidade em uma narrativa que convida o público a acessar novas formas de ler, flertar, desejar e amar. A apresentação conta com participação especial do cantor e compositor Kristoff Silva.
Logo depois, às 16h, o público poderá assistir ao show de Coral, artista travesti baiana de Jequié, conhecida por sua voz marcante e letras que evocam resistência e pertencimento. Coral apresenta um repertório autoral em formato voz e violão, incluindo canções já lançadas, como “Ressonância” (com Chico César) e “Eu Sou Baiana” (com Daniela Mercury), além de faixas inéditas. Sua presença afirma uma canção brasileira atravessada por afetos, identidade e força política.
Fechando a programação, às 18h será apresentado o espetáculo Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui, criado por Marcos Andrade e Jaqueline Gonçalves. A montagem combina performance física, poesia e Libras para dar visibilidade às vivências de pessoas negras surdas e ouvintes. A peça promove um espaço de escuta e valorização das múltiplas formas de ser e existir, provocando o público a refletir sobre identidade, resistência e cultura do acesso nas artes.
SERVIÇO
Festival Desvio – Cultura do Acesso, Cultura Def e Arte
Data: 26 de abril de 2025
Locais: Centro Cultural Usina de Cultura (Rua Dom Cabral, 765 – Ipiranga, BH)
Entrada gratuita
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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