Daniel Drexler faz shows em Florianópolis, Curitiba, BH e Foz do Iguaçu, após sucesso em São Paulo

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
O cantor uruguaio Daniel Drexler tem novas datas da turnê de encerramento do seu nono disco, La Voz de la Diosa Entropía, em novas capitais brasileiras, após o sucesso nos últimos dias 4 e 5 de maio no Sesc Pompeia, em São Paulo, quando contou com participação de Bruna Caram. Agora, o músico se prepara para se apresentar no Dia dos Namorados, 12 de junho, em Florianópolis-SC, dia 14 de junho em Curitiba-PR, dia 16 de junho em Belo Horizonte-MG, e 22 de junho em Foz do Iguaçu, em formato voz e violão. “Não depender de programações, não depender de pedais, não depender de nada. É um desafio grande, eu estou com muito medo, porque, na verdade, é como subir nu num palco. É pior que subir nu. Eu poderia subir nu sem problema”, diz o músico.
Passei a mergulhar dentro das músicas com muito, muito foco: no jeito em que eu canto, no jeito que eu toco, no tempo em que eu toco essas canções e começaram a acontecer coisas muito interessantes, muito mágicas, como viagens com canções que já toquei mil vezes, mas que foram ganhando outras formas. Meu desafio, e não sei se vou atingir esse ponto, é conseguir fazer essa viagem em cima do palco e levar a plateia junto.”
Daniel Drexler, cantor

La Voz de la Diosa Entropía
La voz de la diosa Entropía (Altafonte/Mapa Music) é o nono disco de Daniel Drexler, lançado em 2022. Com oito canções, o álbum transita entre o Pop, Candombe, Reggae e arranjos orquestrados. Drexler recebeu um dos principais prêmios da música uruguaia, o Prêmio Graffiti de la Música Uruguaya de Melhor Single Pop do Ano (2023) pela canção-título La voz de la Diosa Entropía, que conta com participação especial de Kevin Johansen, e Vitor Ramil em Y de pronto.
Fascinado pelo conceito científico e filosófico de que o mundo tende a desordem, o cantor personifica a conhecida lei da física em uma figura feminina e sagrada, que inspirou o caráter existencial do projeto. Em La voz de la diosa Entropía, ele reinventa o Olimpo dos deuses gregos e os substitui pelas grandes leis da física que regem o universo.
Médico de formação, conta que acompanha com entusiasmo o encontro entre arte, ciência e religião e revela: “foi a partir dessa intersecção que surgiu a ideia de falar de uma deusa. Como se a lei da física quântica, a lei da entropia, fosse uma deusa na verdade. Como se tivéssemos um Olimpo moderno onde, em vez de morar Zeus e Dionísios e Afrodite, ali moram a lei da Gravidade de Newton, a lei da Relatividade Especial de Einstein, a lei da entropia. E a lei da entropia é a deusa suprema. É como Zeus no Olimpo dos Gregos. Por quê? Porque não tem nenhuma outra lei da história da ciência que tenha um grau de consenso tão forte na academia. Praticamente todos os cientistas e filósofos falam que talvez essa seja a única lei da ciência que nunca vai deixar de ser certa. E é uma lei muito simples que diz: ‘As coisas, quando elas estão em liberar sua própria evolução, tendem-se a desorganizar’”, explica.
Questionado se ao chegar no final da divulgação do disco sente que o público compreendeu a mensagem do álbum, Daniel acredita que sim, até porque sentiu por parte das pessoas questões muito semelhantes:
“esse tipo de preocupação está muito presente. Qual é a relação que a gente tem com o caos? Qual é a relação que a gente tem com a ordem? Qual é o equilíbrio que cada um de nós tem que procurar para levar uma vida plena, para conseguir ao menos espaços de felicidade? A vida permanente tem que ter essa relação entre uma quantidade certa de caos e de ordem. E quando você atinge um equilíbrio preciso nessas duas quantidades, tudo começa a ser maravilhoso.
Mas ninguém tem a fórmula de qual é esse equilíbrio. É um equilíbrio que cada um de nós tem que achar. E é difícil de achar. E não é uma coisa que você atinge uma vez e fica para toda a vida. Não, não, não. Às vezes você consegue chegar ali, consegue morar numa situação maravilhosa. E dois, três meses depois você está de novo nessa angústia, nessa ansiedade de ui, não, demasiada ordem, não, demasiado caos, como consigo… É um equilíbrio dinâmico. E o que se fala de equilíbrio dinâmico é que você está o tempo inteiro se movendo. É como dirigir um barco. Você não vai em linha reta”.
Fazendo uma linha do tempo entre os primeiros shows da turnê, em 2022, até esta fase final, Daniel comenta: “acho que foi um processo que foi sendo levado até este ponto que eu cheguei agora. No início do disco, estava somente com o Martin Pisano me acompanhando no palco, ele toca teclado e dispara programações do Ableton. E também tem a particularidade de que, já desde os primeiros shows, não uso nenhum cabo. É tudo sem fio, aqui nos ouvidos e um microfone à minha frente. O violão também não está ligado. Ele está apenas microfonado. Então eu consigo uma naturalidade em cima do palco. Que se eu quiser parar e ir pra lá e cantar daquele lado e voltar para o outro lado, é muito natural. Tudo isso começou a acontecer nos shows de apresentação de La Voz de la Diosa. Acho que agora eu estou chegando como uma espécie de quando você faz uma destilação de cachaça e está procurando as gotas: estou chegando àquele ponto do máximo elixir”.
OUÇA O DISCO AQUI
SERVIÇOS:
Maio
Dias 03 e 04
Teatro do SESC Pompeia
Data: 04 de maio
Horário: 21h
Data: 05 de maio
Horário: 18h
Ingressos: Inteira (50), meia entrada (25) e credencial plena (15)
À venda a partir de 23 de Abril online no site https://www.sescsp.org.br/programacao/daniel-drexler-convida-bruna-caram/ e 24 de Abril nas bilheterias do SESC.
Junho
Dia 12
Florianópolis
Local: O Araçá
(informações a divulgar)
Dia 14
Curitiba
Local: Teatro Guairinha
Ingresso a venda aqui / Lote 01 esgotado
Dia 16
Belo Horizonte
Local: Teatro de Bolso/Teatro Sesi Minas(informações a divulgar)
Dia 22
Foz do Iguaçu
Local: a divulgar
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SOBRE DANIEL DREXLER
Daniel Drexler é um músico e compositor uruguaio que ao longo de mais de 30 anos de carreira foi distinguido com inúmeros prêmios e reconhecimentos nacionais e internacionais. Sua obra abrange nove discos e um livro onde analisa os processos criativos das suas composições. Com um pé em suas raízes regionais e outro no mundo, transita na canção pop com influências de gêneros folclóricos urbanos e rurais do Rio de la Plata. Suas letras exploram o mundo da poesia, assim como o da ciência e filosofia. Sua obra é marcada pela criação de diferentes universos sonoros, conceituais e geográficos, onde as fronteiras são líquidas. Em Vacío (2006) mergulhou nas dúvidas existenciais e uniu a música uruguaia com a música pop. Com Micromundo (2010) percorreu os universos paralelos e a dialética macro e micro, a ideia de que o grande contém o pequeno e o pequeno imita o grande. Em Mar Aberto teve como referência criativa o álbum clássico de Miles Davis “Kind of Blue” e a “Modernidade líquida” de Bauman. Em Uno (2017) explorou a ideia de que somos múltiplos e únicos ao mesmo tempo. Em La voz de la diosa Entropía (2022), fascinado pelo conceito científico e filosófico de que o mundo tende a desordem, o artista personifica a conhecida lei da física em uma figura feminina e sagrada, que inspirou o caráter existencial do projeto.
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Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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