Coletivo Diário faz ocupação artística na Oficina Cultural Oswald de Andrade

Rodrigo Alcântara dirige o Coletivo Diário © Divulgação – Blog do Arcanjo

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

O Coletivo Diário, em parceria com a Oficina Cultural Oswald de Andrade, está liderando a organização de uma série de atividades culturais na Semana da Ocupação. Este período será marcado por uma programação que inclui oficinas, apresentações de espetáculos e uma mesa de reflexão com curadores, gestores, articuladores culturais e artistas independentes no âmbito de produção artística na cidade de São Paulo.

A programação foi concebida com duas vertentes distintas. Na primeira, enriquecer a experiência do público através da prática e apreciação da arte cênica, permitindo que a própria arte conduza a reflexão sobre temas essenciais relacionados à desigualdade racial, ao racismo e ao preconceito, questões profundamente enraizadas em nossa sociedade. Na segunda vertente, nossa intenção é provocar os participantes e estimular o pensamento crítico sobre o cenário mais amplo das Artes da Cena.

Como Rodrigo Alcântara destaca, o mês da Consciência Negra é uma época em que várias iniciativas procuram chamar a atenção da população para a cultura negra, algo que com frequência é esquecido durante o restante do ano. “Nosso compromisso, enquanto grupo de artistas independentes e oriundos de periferias, é manter a arte como um ato de resistência constante, que está presente em nossas vidas ao longo de todo o ano, e não apenas durante o mês de novembro. Estamos comprometidos em trazer a cultura negra para o centro do palco e garantir que sua influência seja sentida de forma contínua”, afirma Rodrigo.

A partir das provocações dos artistas Rodrigo Alcântara e Sofia Serafim, essa semana da ocupação artística propõe as seguintes reflexões: “A arte como produto, esvaziamento ou valorização da mão de obra dos artistas? Qual o limite entre trabalho e militância, ambas necessariamente caminham juntas ? O que é comercial e quem decide isso? Quais obras e autores devem ter evidência? A negritude e sua valorização monetária, como lidar com a comercialização da cultura ancestral e quem se beneficia? 

Confira a programação completa:

Oficina Dança Além dos Muros

Dias 21 e 22 de novembro, às 19:30h.

A entrada é franca e sujeita à lotação.

Nasce com o objetivo de transformar as barreiras da nossa expressão em objeto de estudo. As correlações entre tempo, espaço e corpo guiam os participantes numa jornada de autoconhecimento e libertação, trazendo à tona movimentos e expressões muitas vezes desconhecidos ou nunca antes acessados. 

Mesa com o tema “Produções das Artes da Cena”

Dia 23 de novembro, às 19h. 

A entrada é franca e sujeita à lotação.

Partindo da reflexão: Quais são os desafios e estratégias, como curadores, gestores, articuladores culturais e artistas independentes no âmbito de produção artística na cidade de São Paulo? O Coletivo Diário propõe a troca de experiências com os representantes, pensadores e fazedores de arte na cidade de São Paulo. 

Juntos vamos refletir sobre as produções artísticas em suas distintas linguagens da dança, teatro, artes visuais e música. Na medição, os artistas Rodrigo Alcântara e Sofia Serafim, diretores da cena que assinam a dramaturgia do espetáculo AVOAPÉ do Coletivo Diário.

Convidados da mesa:

Miguel Arcanjo

CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. Mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Cultura pela ECA-USP, bacharel em Comunicação pela UFMG e crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Guia da Folha, e Canal Brasil de Curtas. Ganhou o Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Governo do Estado de São Paulo.

Rubens Oliveira

Diretor bailarino e coreógrafo, há 20 anos desenvolve pesquisa, experimentações estéticas e tecnológicas para conectar artistas da dança ao mundo integrado da arte. Em 2018 foi premiado com o prêmio APCA na categoria melhor coreografia com o Subterrâneo da Cia Gumboot Dance Brasil, dirigiu o Show Nômade da artista moçambicana Lenna Bahule e atuou como coreógrafo e bailarino nos videoclipes: Aseptic (direção Rafael Kent, 2020), Saci (Baiana System, 2019 que concorreu ao Grammy Latino). Em 2021 participou do Festival Rec-Beat com a performance Ancestral. Dançou no premiado clipe Lovezinho ( Rachel Reis, dirigido por Lu Villaça) Em seu currículo a criação e concepção de mais de 15 espetáculos, levando sua arte para outras cidades do país e do mundo. Formado pelo Método de Reeducação do Movimento Ivaldo Bertazzo. Em sua carreira teve estudos aprofundados de formação com mestres e mestras como: Suzana Mafra( Balé e Dança contemporânea) Irineu Nogueira ( Dança Afro) Sayo Pereira ( Dança Moderna) Antonio Nobrega ( Danças populares Brasileiras) Marilia Araújo ( Katak) Rafael I Castro ( percussão) Sawani Mudgal ( Dança Indiana) Derick M’ambo ( Dança Sul Africana) entre outros. Alem das experiências em residencias em 7 países na Europa e Africa. Durante 5 anos atuou na criação do Núcleo de Dança Pélagos (projetos com jovens do Campo Limo e entorno), Projeto Chega de Saudades (com o foco de colocar no palco pessoas não profissionais). Há 5 anos Rubens criou a Com.uns ( produtora criativa do movimento) fomentando, criando, produzindo e fortalecendo a linguagem da dança negra na cidade, e suas vertentes.

Vinicius Rigoletto

Vini Rigoletto tem 43 anos, é natural de Campinas/SP, reside há 15 anos na capital, São Paulo. Com formação em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela Universidade Metodista de Piracicaba, é Diretor Técnico de Produção reconhecido pelo SATED/SP, ator reconhecido pelo SESI Campinas, atuante como Produtor Cultural.

Em Produção Cultural há 20 anos com diversificada experiência no mercado, tem sua carreira pautada na área de produção e gestão executiva no teatro, eventos e atualmente em museu.

Thábata Wbalojá

Thábata Wbalojá: Makota na Nzo Ria Inkisse Lembarenganga, mona de Kavungu e Kayaya. Resiste enquanto artista periférica, residente no bairro Cidade Tiradentes, extremo leste da cidade de São Paulo. Licenciada em Teatro, pela Faculdade Paulista de Artes, co-fundadora da coletiva Agridoce (2019) e Filhas da Dita (2007). Pesquisadora do Teatro do Cotidiano. Atua como Consultora na ONG Serenas. Recentemente, criou sua primeira dramaturgia infanto-juvenil LedAzeda (2022). É co-autora do livro de poesias Travessia (2020) e possui poesias publicadas em revistas como Semear Asas e Alternativa L, além de um artigo no livro Juventude e Educação – Identidades e Direitos (2019). É co-fundadora da Cooperativa de Artistas (2008), desenvolvendo diversos projetos com foco no fortalecimento de artistas pretas, afro-indígenas e lgbtqia+ periféricas.

Ficha técnica:

Convidados:

Miguel Arcanjo, Rubens Oliveira, Vinicius Rigoletto e Thábata Wbalojá

Mediadores: Sofia Serafim e Rodrigo Alcântara 

Produção executiva: Sofia Serafim e Rodrigo Alcântara 

Produção operacional: Iolanda Costa 

Apresentação do espetáculo D’ÁGUA: um começo sem meio sem fim.

Dias 24 e 25 de novembro, às 19:30h.

A entrada é franca e sujeita à lotação.

A performance traz maneiras de girar e perceber o Universo em que coexistimos, reverberando do ritualístico ao oco, do visível ao invisível. Seja o Universo que se carrega ou que se é doutrinado a carregar, experimentando minuciosamente cada um dos seus portais.

A cena é composta de várias certezas, lacunas, vãos, ausências, descobertas e perigos, mostrando que quando se adentra em um portal, as possibilidades são de riscos, acertos e erros. O artista, em sua criação, apresenta uma perspectiva desses portais, sendo existentes ou inexistentes para a humanidade, ou que jamais serão descobertos, fazendo uma comparação com as profundezas de todos os mares.

FICHA TÉCNICA – “D’ÁGUA: um começo sem meio sem fim…”

Direção artística: Rodrigo Alcântara

Intérprete Criador: Rodrigo Alcântara

Provocadora Cênica: Esther Weitzman

Ensaiadora: Sofia Serafim

Cenografia: Angeli

Concepção de Trilha: Dani Lova

Técnico de Som: Dani Lova e Carolina das Santas

Produção Executiva: Rodrigo Alcântara e Sofia Serafim 

Produção operacional: Iolanda Costa e Sofia Serafim

Mídias Sociais: Dica Cultural Plural

Design do Flyer: Alice Yuki

Fotografia: Gui Assano e Thainá Robert

Sobre O Coletivo Diário 

Surgiu em 2018 a partir de inquietações e encontros entre os artistas Rodrigo Alcântara, Camila Silva e Ellen Vitalino da Cidade de São Paulo. O Coletivo Diário percebeu que seus corpos carregam pluralidades de orientações sexuais, territórios e identidades. Essa percepção engatilha novos processos, os quais dão origem ao espetáculo “DUCA: Diário De Um Certo Artista”.

A partir de parcerias com diversos artistas independentes, o Coletivo Diário estreia de forma on-line o espetáculo “AVOAPÉ”, posteriormente estreia em caixa cênica, e contemplado pelo 32 fomento à dança da Cidade de São Paulo, e reestreia no ano de 2023.

Atualmente o Coletivo Diário se ramifica em diversas ações, encabeçadas pelo núcleo artístico, desenvolvendo diversas ações como oficinas, espetáculos da companhia e com a circulação do Solo “D’AGUA: um começo sem meio sem fim…” de Rodrigo Alcântara.

 O espetáculo “AVOAPÉ” é composto por artistas independentes: Rodrigo Alcântara, Camila Silva, Iolanda Costa, Nayara Romana, Sofia Serafim, Angeli, Adejatay, Vick Fonseca, Amanda Telles, Rafael Mansor e Indianara Ànrèré com suas trajetórias artísticas semelhantes criando uma solidez em suas produções e desejos artísticos.

Sobre Rodrigo Alcântara

É bailarino formado em Ballet Clássico e Dança Contemporânea pelo Projeto Núcleo Luz do Programa Fábricas de Cultura – sob coordenação geral de Susana Yamauchi – e pela Fundação Theatro Municipal de São Paulo, Escola de Dança de São Paulo, no curso de “Dança para Rapazes” e “Projeto Dançar”. É bacharel em Design de Interiores pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) com formação na SP Escola de Teatro do curso de Cenografia e Figurino com J.C Serroni e Tellumi Hellen. Traz consigo práticas pedagógicas comprometidas com a ancestralidade, inclusivas e que partem do lugar da “escuta”. Prêmio Denilto Gomes da Cooperativa Paulista de Dança reconhecimento de Rodrigo Alcântara – Artista Revelação da Dança em 2021 e Prêmio Arcanjo (2022), na categoria Dança. Atualmente é coordenador de equipe do Programa Vocacional pela prefeitura da cidade de São Paulo – SP.

Sobre Sofia Serafim 

É multiartista, dançarina, coreógrafa, produtora cultural e mãe de Elis. Atua no mercado artístico há mais de 10 anos, em diversas áreas, dentre elas: teatro, literatura, produção cultural, artista educadora e principalmente como dançarina.  Já participou de diversas cias:  Núcleo de Pélagos, direção de Rubens Oliveira e posteriormente sua assistente em diversos trabalhos, Cia Fankama Obi (danças africanas), com direção de Paula da Paz, Rafael Fazzion e Adilson Camarão. Sofia é formada pela SP Escola de Teatro em atuação, Cia Brasílica, no espetáculo Concerto pra La’Ursa” (manifestação popular brasileira) com direção de Deca Madureira e Lucila Poppi. Atualmente, integrante do Coletivo Diário, codiretora, coreógrafa e intérprete do espetáculo “AVOAPÉ “, junto de Rodrigo Alcântara.

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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