★★★★ Crítica: Cárcere e o Porque as Mulheres Viram Búfalos questiona sistema prisional pelo olhar das mulheres

Carcere e o Porque as Mulheres Viram Búfalos é destaque no 31º Festival de Curitiba © Blog do Arcanjo 2023 – Lina Sumizono
– Agência Daniel Sorrentino @festivaldecuritiba

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

ENVIADO ESPECIAL AO FESTIVAL DE CURITIBA*

Carolina Fayad é uma jovem talentosa estudante de jornalismo em Curitiba que muito se interessa pela cultura e pelas artes como um todo. Ela cobre o Festival de Curitiba pelo segundo ano consecutivo, em colaboração com o Blog do Arcanjo, atuando como estagiária e repórter convidada. Abaixo, você confere o excelente texto que ela escreveu sobre a peça Cárcere e o Porque as Mulheres Viram Búfalos, da Cia de Teatro Heliópolis, de São Paulo, um dos destaques da Mostra Lucia Camargo no 31º Festival de Curitiba. Leia com toda a calma do mundo.

Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos

Por CAROLINA FAYAD
Especial para o Blog do Arcanjo

★★★
Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos
Avaliação: Muito Bom

Cárcere e o Porque as Mulheres Viram Búfalos é uma peça em destaque no 31º Festival de Curitiba que faz uma crítica ao sistema prisional brasileiro, com foco no impacto que ele tem na vida das mulheres encarceradas e suas famílias.

A história é contada através das personagens Maria dos Prazeres e Maria das dores, duas irmãs que tiveram suas vidas marcadas pelo sistema carcerário, primeiro com o seu pai, depois o companheiro de Maria dos Prazeres e Gabriel, filho de Maria das dores.

As irmãs buscam, juntas, lidar com a dor e o sofrimento de serem mulheres encarceradas, que enfrentam desafios diários por causa de seus familiares na prisão.

Em um sistema falho, a humanidade das pessoas não é mais reconhecida, e elas são vistas como propriedade do Estado. Assim, as irmãs se apoiam para enfrentar as situações e emoções que o cárcere traz em suas vidas.

A narrativa é uma crítica ao sistema prisional brasileiro, que, ao invés de ser reformatório, é punitivo. Por meio das personagens, a peça busca evidenciar o impacto do sistema carcerário na vida das mulheres, que muitas vezes são esquecidas e negligenciadas.

Cárcere e o Porque as Mulheres Viram Búfalos evidencia a desumanização das pessoas no sistema carcerário e destaca a a necessidade da reforma do sistema prisional e a luta por justiça social e igualdade.

Além disso, destaca a importância de se ouvir as vozes das mulheres cujas vidas foram afetadas pelo sistema carcerário e promover mudanças significativas em relação à forma como a Justiça é aplicada no país.

Cárcere e o Porque as Mulheres Viram Búfalos é uma obra que emociona e conscientiza o público sobre a necessidade de mudanças significativas no sistema prisional brasileiro -31º Festival de Curitiba © Blog do Arcanjo 2023 – Lina Sumizono
– Agência Daniel Sorrentino @festivaldecuritiba

A maior parte do elenco é composta por pessoas pretas, o que traz uma importante representatividade para o palco. Afinal, a população negra é maioria no sistema prisional, o que reflete o racismo estrutural e institucional do Brasil.

A peça também busca propagar a importância do respeito aos direitos humanos e à dignidade das pessoas que estão privadas de liberdade, independentemente do crime cometido.

Cárcere e o Porque as Mulheres Viram Búfalos é uma obra que emociona e conscientiza o público sobre a necessidade de mudanças significativas no sistema prisional brasileiro. O diretor Miguel Rocha e a Cia. de Teatro Heliópolis, nascida em uma das comunidades mais carentes e que é considerada a maior favela de São Paulo, estão de parabéns.

Carolina Fayad é criadora da página Baseado em Notícias, um veículo de comunicação canábico fundado em 2022. Jornalista em formação na Universidade Positivo, ela também escreve no caderno Cultura Canábica e já colaborou com o Blog do Arcanjo em duas edições do Festival de Curitiba. Além de atuar nas redações, a curitibana também é produtora do Hempreende Curitiba, evento semestral sobre Cannabis e Empreendedorismo de pequenos negócios. Hoje, atua também como assessora de imprensa e social media da clínica Gravital. Atuou na Rede Teia e UP no Festival, sob supervisão da professora e jornalista Katia Brembatti. @jornalista.canabica

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Jornalista cultural influente e respeitado no Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de São Paulo, Prêmio Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil de Curtas. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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