Bete Coelho vive icônica personagem de James Joyce em Molly-Bloom no Teatro Unimed
Bete Coelho retorna aos palcos de São Paulo em obra dirigida por ela e Daniela Thomas
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Sala que vem se destacando em São Paulo pela qualidade de sua programação, o Teatro Unimed escolheu uma grande atriz para abrir seu ano. Considerada uma das melhores intérpretes de sua geração, Bete Coelho inaugura a temporada 2023 do espaço com a peça Molly-Bloom, personagem criada por James Joyce em seu icônico e centenário romance Ulysses, que estreia em 27 de janeiro e faz pré-estreias para convidados nesta quarta, 25. A direção é de Bete Coelho ao lado da igualmente premiada Daniela Thomas, com temporada até 26 de março. Retire seu ingresso!
Acompanha Bete Coelho em cena o ator Roberto Audio, outro nome de destaque dos palcos paulistanos, nesta montagem da Cia. BR116 com tradução de Caetano W. Galindo e codireção de Gabriel Fernandes. Em cena, Bete vive o fluxo de pensamento da personagem perseguida na história por grandes atrizes. Ela conheceu o texto de Joyce por meio de ninguém menos do que o poeta Haroldo de Campos, em um de seus famosos saraus com a nata da intelectualidade paulistana. Desde então, sonhava em viver Molly-Bloom nos tablados, conquista que agora leva a cabo.
Pensamentos noturnos
A dramaturgia mostra Leopold Bloom [Roberto Audio], que retorna à casa após flanar por cerca de 16 horas pelas ruas de Dublin, na Irlanda. Sua esposa, Molly Bloom [Bete Coelho], já está dormindo, ou finge estar. Ele, exausto, deita-se na cama com cautela para não a acordar e cai no sono. Molly, então, parte para sua odisseia mental, singrando o mar de seus pensamentos, repassando momentos cruciais de sua vida e de seus desejos.
Sexulidade feminina
A atriz e diretora Bete Coelho explica que, em Molly-Bloom, a Cia.BR116 decidiu não encenar apenas o célebre monólogo final, desencaixando-o do livro como um fragmento isolado. “Optamos por incluir na montagem trechos do episódio anterior, onde Leopold Bloom, finalmente sozinho depois de um dia longo e cansativo, se prepara para entrar na cama com a esposa que, ele sabe, cometeu adultério naquele dia”. Trata-se de um gesto aparentemente discreto, essa ligeira manipulação do texto que reconecta Molly e Bloom, mas com um efeito profundamente transformador. Trazer o final do capítulo anterior permite ao público conceber de maneira muito mais plena aquele mundo, aquelas pessoas e a integralidade do livro Ulysses. Bete Coelho também destaca o pensamento revolucionário da consciência e da sexualidade femininas presentes nas falas de Molly Bloom.
Programação de qualidade
A decisão de ter um clássico abrindo a programação 2023 não foi à toa. “O Teatro Unimed tem se consolidado na produção artística nacional como um espaço de alta qualidade, seja por sua programação consistente e plural, seja por seus elementos técnicos e de máximo conforto para o público. Incluir na rotina atividades culturais e de lazer, juntamente com familiares e amigos, é fator diretamente ligado à promoção da saúde mental e do bem-estar “, afirma Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da Unimed Nacional.
Presente para São Paulo
São Paulo, assim, ganha um presente na semana de seu aniversário com a estreia de Molly-Bloom. “A semana do dia 25 de janeiro, data tão marcante para nós que amamos a cidade de São Paulo, tem se consolidado a cada ano como o período de início da programação do Teatro Unimed. Estamos muito orgulhosos de estrear a agenda 2023 com um espetáculo tão relevante, com profissionais altamente conceituados e aclamados pela crítica. Ao mesmo tempo, o Edifício Santos-Augusta está sempre totalmente aberto ao público que mora em São Paulo ou está de visita na cidade e que, além do Teatro Unimed, pode também usufruir da excelência do Perseu Coffee House, no térreo, e do Casimiro Ristorante dal Tatini, no quarto andar”, convida Fernando Tchalian, CEO da desenvolvedora Reud, controladora do Teatro Unimed.
Molly-Bloom
Teatro Unimed – Ed. Santos Augusta, Al. Santos, 2159, Jardins, São Paulo
Estreia: sexta-feira, 27 de janeiro de 2022, às 20h
Curta temporada: de 27 de janeiro a 26 de março de 2022 (não haverá espetáculo de 17 a 19 de fevereiro, Carnaval)
Horários: sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 18h
Valores: Inteira – R$ 140,00 (plateia), R$ 100,00 (balcão). Meia-entrada – R$ 70,00 (plateia) e R$ 50,00 (balcão). Clientes Unimed têm 50% de desconto com apresentação da carteirinha. Descontos não cumulativos. Horários da Bilheteria: Sexta e sábado, das 12h30 às 20h30. Domingos, das 10h30 às 18h30.
Duração: 75 minutos
Classificação: 14 anos
Capacidade: 249 lugares
Gênero: Comédia dramática
Vendas pela internet: www.sympla.com.br/teatrounimed
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Um dos jornalistas culturais mais respeitados do Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Cultura pela ECA-USP, bacharel em Comunicação pela UFMG e crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Foi eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se por três vezes. Recebeu a Medalha Mário de Andrade, maior honraria nas letras do Governo do Estado de São Paulo. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. É presidente do júri do Prêmio Arcanjo e integra o júri do Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Guia da Folha, e Canal Brasil de Curtas. Recebeu ainda o Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil e Prêmio Leda Maria Martins.
Foto: Edson Lopes Jr.
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