Morre Elza Soares, a maior voz que o mundo conheceu

Elza Soares, a cantora do milênio: Brasil perde sua maior artista – Foto: Divulgação

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Elza Soares foi a maior voz que o mundo conheceu. Era a maior artista brasileira viva. A dor é imensa neste dia de sua passagem, aos 91 anos e no auge de sua carreira.

Me alenta lembrar tudo que vivi com ela, desde quando ainda universitário e produzi um show seu na Calourada UFMG, no Mineirinho.

A partir daí foram inúmeras entrevistas, shows, camarins e até mesmo seu musical, que vi no mesmo dia em que ela.

Conforta-me ter tiro a dádiva de poder homenageá-la em vida no Prêmio Arcanjo 2020, no qual ela fez generoso discurso de agradecimento em um momento tão difícil para todos os artistas, sem trabalho, em quarentena.

A pandemia nos roubou dois anos de Elza no palco. É uma dor irremediável. 

Elza Soares abriu verdadeiras avenidas, sobretudo para negros e mulheres, na arte e na vida, em sua reinvenção de constante juventude. Sempre esteve com o novo, o amanhã.

Vamos seguir honrado seu legado e sua memória. Elza cantou até o fim, como queria.

A morte de Elza Soares é a maior perda da música brasileira desde a morte de Elis Regina, há exatos 40 anos.

Hoje vai ter o dueto mais poderoso do céu.

Artistas lamentam morte de Elza Soares

“Elza Soares foi uma concentração extraordinária de energia e talento no organismo da cultura brasileira. Tendo sido fã de sua voz e musicalidade desde os meus anos de ginásio, tive a honra de ser procurado por ela quando de sua iminente decisão de abandonar a carreira e/ou o Brasil. Fui capaz de convencê-la a ficar porque entendi que aquilo era uma espécie de pedido de socorro. Compus o samba-rap “Língua” e a convidei para cantar a parte melódica. Assim ela voltou a cantar e a receber atenção. Voltou à televisão e, depois, figuras tão díspares quanto Lobão e Zé Miguel Wisnik fizeram questão de trabalhar com ela. Recentemente jovens músicos paulistanos (e ao menos um carioca que vive em Sampa) têm feito com ela o que ela merece. Morreu na glória a que fazia jus, numa idade respeitável, afirmando a grandeza possível do Brasil.

CAETANO VELOSO
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Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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