Relações Indóceis põe mulher em foco com Angela Figueiredo, Fernanda Cunha e jovens dramaturgas

Espetáculo em formato vídeo-teatro chega ao YouTube após exibição no Espaço dos Parlapatões
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Foto BOB SOUSA
@bobsousa
Um olhar delicado para o feminino emocionou o público paulistano na noite da última quarta, 1º de dezembro, na estreia da nova produção da Cia. de Teatro As Moças, das atrizes Angela Figueiredo e Fernanda Cunha. Elas protagonizam o espetáculo de vídeo-teatro Relações Indóceis, que conta com três textos curtos sobre histórias dramáticas de mulheres, tendo como pano de fundo a maternidade em diferentes épocas, sob direção de Henrique Stroeter.
Após exibição presencial em sessão intimista no Espaço dos Parlapatões, na Praça Roosevelt, epicentro teatral do centro paulistano, a obra agora chega ao YouTube. As dramaturgas convidadas para assinar os textos do espetáculo são nomes que se destacam nas artes cênicas da maior metrópole teatral do país: Angela Ribeiro, Michele Ferreira e Vana Medeiros.

Em um formato de vídeo-teatro, as histórias fazem parte do projeto Mulheres Confinadas e à Margem da Sociedade e foram gravadas em São Francisco Xavier, interior de São Paulo, durante a pandemia, via Lei Aldir Blanc. Com duração de pouco mais de 1h, os textos são: Mãe Só Tem Uma; Não Pare, Não Corra, Não Grite, Não Morra; e Bainha. Em foco, dramas que muitas mulheres enfrentam ao viver em uma sociedade machista e patriarcal.

Ao Blog do Arcanjo, Ângela Figueiredo, atriz que está no ar na novela Um Lugar ao Sol, trama das 21h, da Globo, destacou as mensagens dos textos que a sua companhia agora compartilha com o público.
“Os textos são um soco no estômago e que tem como pano de fundo a maternidade em formas diferentes A questão da violência contra a mulher é urgente. Ela passa pela questão física, moral, psicológica. As autoras trouxeram um material riquíssimo”.
Angela Figueiredo
atriz
Já Fernanda Cunha, que durante as filmagens descobriu que estava grávida, ressalta a sutileza que existe na poesia da dramaturgia que encenam.
“O grande tema é o confinamento dessas mulheres, de forma sútil a gente vai entendendo o que é essa violência [física, psicológica…]. Esses traumas entram num ciclo vicioso”.
Fernanda Cunha
atriz

O diretor Henrique Stroeter conta que, como diretor, respeitou cada palavra feminina escrita. E que aprendeu muito no processo. “Os caminhos foram de total e respeito absoluto ao que estava escrito e nas interpretações das atrizes. Procurei deixá-las à vontade. São mulheres escrevendo para mulheres, para mim foi uma honra e um grande desafio. Fui tocado absolutamente pelo texto, o teatro é a arte do improvável, esse texto foi uma aula de vida”, destacou.
Com reportagem de Leandro Lel Lima.
Serviço:
Relações Indóceis
Exibições pelo Youtube – Canal Angela Figueiredo
Entre 03 e 14/12, 20h
16 e 17/12, 17h, com tradução em Libras
17/12, 18h, live com as atrizes com a mediação do jornalista Dirceu Alves Jr.
Blog do Arcanjo mostra quem aplaudiu estreia de Relações Indóceis no Espaço dos Parlapatões











Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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