Festival Sonoridades Cênicas revela novos dramaturgos da Baixada Fluminense

Estrela dos musicais, Letícia Soares é destaque na programação do Festival Sonoridades Cênicas – Novas Dramaturgias

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

A Baixada Fluminense é celeiro de talentosos artistas do novo teatro brasileiro. E é justamente jogar holofote aos novos escritores da região o objetivo do Festival Sonoridades Cênicas – Novas Dramaturgias, que começa nesta sexta (15) e vai até 24 de outubro. Na programação, destaque para a estrela dos musicais Letícia Soares, que interpreta Candelária, texto de Karla Muniz.

A mostra cênica digital reúne leitura dramatizada em formato de podcast de oito cenas curtas escritas e interpretadas por artistas da Baixada Fluminense. Os trabalhos estão disponíveis nas redes sociais da Trupe Investigativa Arroto Cênico, companhia da cidade de Nova Iguaçu realizadora da empreitada em parceria com a Floriano Artes e Produções Culturais, e com apoio da Burburinho Cultural e Vibe Agency.

O projeto foi contemplado no Edital Fomenta Festival RJ e que recebe o patrocínio do Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Aldir Blanc.

O festival reúne ainda entrevistas com os dramaturgos e os atores, onde o público poderá conhecer os processos de criação por trás de cada cena. Ao fim, o projeto ainda terá uma oficina de dramaturgia ministrada pelo escritor Alexandre Damascena, e uma mostra em vídeo das cenas, dirigidas pelos próprios atores. As filmagens aconteceram no Complexo Cultural Nova Iguaçu.

Artistas periféricos da Baixada Fluminense em foco

O festival tem como intuito principal dar protagonismo a artistas periféricos através de sua escrita e atuação cênica. Nessa primeira edição do evento é importante ressaltar o grande número de mulheres inscritas. Nilda Andrade, autora do texto “O homem Sardinha” junto a Rohan Baruck, afirma que “em todas as funções, os homens sempre foram o foco.

Seja como escritores, cantores, atores, poetas. Nesse caso, todo e qualquer lugar onde nós, mulheres, pudermos nos fazer presentes, é de extrema importância e de uma grande reparação histórica. Saber que não nos ‘silenciaram’  mais uma vez, é entender que existe cuidado e bom senso nas análises dos textos”.

Estrela dos musicais, Letícia Soares interpreta Candelária, de Karla Muniz

Dentre o elenco selecionado, vale destacar a presença da atriz Letícia Soares, que interpretará o solo Candelária, escrito por Karla Muniz. Nascida em Magé, Letícia chamou atenção nos últimos anos ao protagonizar o musical A Cor Púrpura e vencer alguns dos maiores prêmios do circuito teatral carioca, como APTR e Cesgranrio, entre outros. Para a atriz, o evento “é uma oportunidade importante de encontrar novos pares e contar novas histórias, além de criar pontes e laços nesse momento de separação provocado pela pandemia, em que muitas vezes os artistas não conseguem colocar seus trabalhos para circular”.

Além de toda a programação, o festival ainda homenageia o dramaturgo Ileci Antônio Ramos Filho, que dá nome ao troféu oferecido a todos participantes. Sizinho, como era chamado, foi dramaturgo, diretor de teatro, músico, poeta, pintor e acima de tudo um grande articulador cultural da Baixada Fluminense nas décadas de 80 e 90.

No encerramento, haverá um tributo em forma de documentário sobre a trajetória artística de Ileci e dos demais homenageados: Anna Márcia Mixo, José de Brito e Marcelo Borghí, todos importantes artistas de teatro da região.

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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