Conheça 8 artistas negros que se destacam no teatro

No alto: Alexandre de Sena, Aysha Nascimento, Diogo Cintra e Grace Passô; abaixo: Raphael Garcia, Rodrigo Jerônimo, Sidney Santiago e Valdinéia Soriano – Fotos: Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

Neste 20 de novembro é celebrado o Dia da Consciência Negra. A data lembra a morte em 1695 do líder negro Zumbi dos Palmares, fundador do Quilombo dos Palmares. O dia é de reflexão sobre a situação do povo negro na sociedade brasileira. Reflexão esta que vale também para nossos palcos. O Blog do Arcanjo do UOL apresenta oito nomes negros talentosos que se destacam no teatro. Veja só.

O ator Alexandre de Sena – Foto: Bruno Vasconcelos/Divulgação

Alexandre de Sena
O ator mineiro formado pela UFMG atualmente integra o elenco do grupo Espanca!. Ele criou o espetáculo “O Que Não Vaza É Pele”, após ter vivido uma violência policial racista em Blumenau, Santa Catarina, onde estava de turnê. Ele atua ainda como DJ e criou o “Rolezinho”, projeto que questiona o lugar que o negro ocupa na arte brasileira.  Recentemente, ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Brasília por sua atuação no filme “O Nó do Diabo”.

A atriz Aysha Nascimento – Foto: André Murrer/Divulgação

Aysha Nascimento
A atriz paulistana do Coletivo Negro resolveu investigar a questão da mulher negra empoderada nos tempos contemporâneos no projeto que resultou na peça de sucesso “Ida”. O roteiro conta a história de uma jovem arquiteta negra que entra em conflitos com situações que a profissão lhe impõe, como projetar o quarto de empregada, além de sofrer com o preconceito diariamente por ser uma mulher negra com diploma universitário.

O ator Diogo Cintra – Foto: Divulgação

Diogo Cintra
Antes de virar manchete em todo o Brasil por ter sido vítima do racismo estrutural e institucional no Terminal Parque Dom Pedro II, onde, por ser negro, foi entregue pelos seguranças do local a bandidos para o espancarem, o ator paulistano se destaca em participações em distintos grupos paulistanos. Ele já atuou na Cia. das Sombra, Cia. do Martelo e no Teatro do Incêndio. Atualmente, está na peça “O Inferno do Velho Buk”, baseada na obra de Charles Bukowski.

A atriz, diretora e dramaturga Grace Passô – Foto: Lucas Avila/Divulgação

Grace Passô
Atualmente em cartaz no Sesc Campo Limpo, em São Paulo, com a peça “Preto”, a atriz, dramaturga e diretora belo-horizontina chama a atenção do público e da crítica desde sua primeira peça. Ela integrou a Cia. Clara, em Belo Horizonte, antes de fundar o grupo Espanca!, o qual prossegue trajetória sem ela. Dramaturga, atriz e diretora premiada, atualmente, Grace atua de forma independente em projetos variados. Recentemente, ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival do Rio, por seu trabalho no filme “Praça Paris”, de Lucia Murat.

O ator Raphael Garcia – Foto: Flávio Rodrigues/Divulgação

Raphael Garcia
O ator paulistano do Coletivo Negro levou a Angola, na África, o espetáculo “Revolver”, ao lado de Flávio Rodrigues, seu companheiro de cena, e da diretora Aysha Nascimento. A viagem foi um marco que refez a ponte entre Brasil e África criada com a diáspora negra. A peça foi aclamada no Festival Internacional de Cazenga, em Luanda, e levou os prêmios de Melhor Espetáculo Estrangeiro, Encenação e Cenário.

O ator, cantor e diretor Rodrigo Jerônimo – Foto: Flávio Patrocínio

Rodrigo Jerônimo
O ator, cantor e diretor mineiro co-dirigiu ao lado de João das Neves o aclamado musical “Madame Satã”, indicado a melhor musical de 2017 no Prêmio Aplauso Brasil. Além dos trabalhos com o Grupo dos Dez, ele organiza, ao lado da irmã, a também cantora e atriz Bia Nogueira, a mostra Imune – Instante da Música Negra, que percorre o Brasil com artistas negros no palco.

O ator Sidney Santiago – Foto: Roniel Felipe/Divulgação

Sidney Santiago
Ator nascido no Guarujá e radicado em São Paulo, ele ficou conhecido de todo o Brasil ao viver personagens como Ademir na novela “Caminho das Índias” ou o Xarope, da “Turma do Gueto”. No cinema, atuou em filmes como “Os 12 Trabalhos”, “O Signo da Cidade”, “Mundo Deserto de Almas Negras” e, mais recentemente, em “Diamante, o Bailarina”, que lhe rendeu prêmio de melhor ator nos festivais de Vitória e dos Sertões. É fundador da Cia. Os Crespos, que além de fazer peças emblemáticas sobre o negro edita a revista de teatro negro Legítima Defesa.

A atriz Valdinéia Soriano – Foto: Andrea Magnoni/Divulgação

Valdinéia Soriano
A melhor atriz do último Festival de Brasília, por sua atuação no longa “Café com Canela”, faz parte do Bando de Teatro Olodum, em Salvador, desde sua fundação, em 1990. A artista baiana também já esteve em outros filmes, como “Ó Paí Ó” e “Tim Maia”, além de ter participado da série da Globo “Mister Brau”. A atriz é reconhecida na Bahia e no Brasil por seu cuidado e defesa das causas negras no palco.

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