Baianos são destaque em O Rei da Vela de Zé Celso e Oficina

Ricardo Bittencourt, Tony Reis e Danielle Rosa: três baianos estão no elenco da remontagem histórica de “O Rei da Vela” 50 anos depois por Zé Celso e o Oficina – Foto: Jennifer Glass/Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

Não é de hoje que atores baianos dão um tempero especial ao elenco do Teat(r)o Oficina, comandado há quase 60 anos por José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso. Afinal, como diz o ditado: “baiano não nasce, estreia”.

Na atual remontagem da peça histórica “O Rei da Vela”, marco do tropicalismo em 1967, não é diferente. Os atores Danielle Rosa, Tony Reis e Ricardo Bittencourt representam a Bahia no disputado elenco encabeçado por Renato Borghi, mesmo protagonista da peça 50 anos atrás.

A atriz baiana Danielle Rosa no camarim de “O Rei da Vela” – Foto: Jennifer Glass/Fotos do Ofício/Divulgação

Baiana de Vitória da Conqusita, Danielle Rosa, que diz ser “só gratidão” por estar no elenco. Ela, que mora em São Paulo há dez anos e atua no Oficina há sete, afirma que “atuar em ‘O Rei da Vela’ em 2017 é “fazer parte de uma celebração do teatro brasileiro em uma história que começou há mais de 50 anos”.

E complementa: “É um rito de encontro com artistas, histórias e um aprendizado diário com esse elenco. É um momento imensamente trágico, acredito na força e poder de transformação da labuta na arte”.

O ator baiano Tony Reis é maquiado no camarim de “O Rei da Vela” – Foto: Jennifer Glass/Fotos do Ofício/Divulgação

Baiano de Salvador, Tony Reis, que vive em São Paulo há 12 anos e integra o Oficina há seis, também define como “uma honra participar de um espetáculo que teve esta trajetória histórica tão importante”.

Ele lembra que a peça já teve nomes importantes no elenco: “Já passaram por ‘O Rei da Vela’ nomes como Dina Sfat, José Wilker e Maria Alice Vergueiro. “Só tenho a agradecer o Zé por esse convite”, fala.

Ricardo Bittencourt brinca no camarim de “O Rei da Vela”, momentos antes de subir ao palco – Foto: Jennifer Glass/Fotos do Ofício/Divulgação

O ator soteropolitano Ricardo Bittencourt também vibra. Ele conheceu Zé Celso em 1989, quando ainda fazia parte do emblemático grupo baiano Los Catedráticos.

Demorou dez anos para criar coragem e se mudar de vez para São Paulo, onde estreou no Oficina em 2000, no elenco de “Os Sertões”. Atualmente, se divide entre as peças do grupo do Bexiga e as de sua companhia, a BR-116.

“Na minha juventude, na Bahia, estudei ‘O Rei da Vela’ como divisor de águas do teatro brasileiro e desencadeador do movimento tropicalista. Foi a primeira vez que ouvi falar de Zé e já me liguei. Participar neste instante da remontagem tem uma dimensão política que nem eu consegui elaborar ainda. Há muito tempo não recebo um convite que tenha me deixado tão entusiasmado e fascinado assim”, conclui.

“O Rei da Vela” faz as últimas apresentações neste fim de semana no Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros, onde fará uma sessão extra no dia 24 de novembro.

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