Dois ou Um com Vinicius Piedade

Vinicius Piedade – Foto: Divulgação

Por MIGUEL ARCANJO PRADO

O dramaturgo, ator e diretor Vinicius Piedade está em cartaz com dois espetáculos que falam sobre relações familiares. Irmãos e Pais e Filhos podem ser vistas na SP Escola de Teatro da praça Roosevelt, em São Paulo, aos sábados, domingos e segundas. O projeto Lasanha de Berinjela segue em cartaz até 25 de setembro. Aos 37 anos, o paulistano tem percorrido o Brasil e o mundo com seus solos Cartas de um Pirata, Cárcere, Indizível e Identidade. Ele topou o desafio de participar do Dois ou Um. Perguntas cheias de possibilidades. Ou não.

Casa ou rua?
Como estou quase sempre viajando com as peças, quando em Sampa, tenho um prazer imenso em ficar em casa deitado na minha rede lendo até cansar a vista. Aí sim, rua, fluir pela cidade, já que sou um andarilho. O melhor jeito de conhecer uma cidade é com os pés.

Apego ou desapego?
Desapego me parece mais libertador. Mas vez em quando o apego é o que traz serenidade, conforto. Talvez o ideal seja encontrar uma intersecção em que o apego não seja aprisionante e o desapego não seja indiferença.

Dramaturgia ou palco?
Pra mim as duas coisas se completam já que normalmente escrevo as peças em que atuo. Mas posso dizer que a necessidade suprema está no palco, é lá que encontro o elixir da vida eterna (mesmo que a eternidade dure aquela hora e meia de peça).

Dia ou noite?
Vez em quando eu acho que 24 horas é pouco, porque gosto tanto do dia quanto da noite, e tal escolha é como pra uma mãe optar por um dos filhos, de modo que digo: durante o dia prefiro o dia, já à noite prefiro a noite.

Vinho ou caipirinha?
O vinho poetiza a existência. Vinho, sempre.

Árvore genealógica ou galho avulso?
Galho avulso em investigação constante sobre a árvore genealógica.

Brecht ou Shakespeare?
Há Shakespeare em Brecht. Mas tal escolha é quase cruel. Metaforizando com o futebol, Pelé é Pelé. Não há comparação. Shakespeare jogava melhor que Pelé.

Livro ou Cinema?
Livro nos permite construir nosso próprio cinema e este é único e insubstituível (e insuperável). Não à toa, quando vemos um filme adaptado de um livro que lemos, saímos dizendo que o livro é melhor. E sempre será melhor porque atrelado ao filme que fizemos em nossas cabeças sobre tal livro. E nosso filme sempre será o melhor.

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