Elder Fraga roda primeiro longa e se destaca no cinema e no teatro
Elder Fraga, com ator no longa “13 Histórias Estranhas”: também produtor de teatro e
realizador de cinema, ele conquista seu espaço na cena – Foto: Janio Edwards
Por Miguel Arcanjo Prado
Elder Fraga investiu em uma outras funções além da atuação nos últimos anos e se destacou como produtor de teatro e roteirista, produtor e diretor de cinema. Após realizar sucessos nos palcos e também nas telonas – ele tem seis curtas lançados que abocanharam 26 prêmios em 160 importantes festivais mundo afora – chega a hora de o artista assumir novo desafio: dirigir um longa-metragem.
Fraga roda neste fim de novembro o filme “SP: Crônicas de Uma Cidade Real”, que vai abordar o cotidiano da metrópole em sete histórias curtas. O roteiro é assinado por James Salinas, Leonardo Granado, Sergio Alexandre e Marcelo Rafael. “Estou muito animado”, avisa.
Ele revela parte do roteiro com exclusividade ao Blog do Arcanjo do UOL: “O estouro de um cativeiro, o resgate de um informante, a punição de um assassino, um sádico que estuda o limite entre o belo e o grotesco, uma investigação particular, a busca pela memória perdida e a descoberta de que a Justiça e a Lei podem ser coisas diferentes”.
No elenco estão Luciano Chirolli, Rubens Caribé, Rui Ricardo Dias, Ricardo Gelli, Camila dos Anjos, Carlos Morelli, Joaz Campos, Guta Ruiz, Alexandre Barros, Patrícia Vilela, Greta Antoine, Gabriela Wazlawick, Gustavo Haddad, Rogério Brito, Nicolas Trevijano e Beno Bider.
Angela Barros, Maristela Bueno, Fransérgio Araujo, Patricia Vilela e Elder Fraga
no lançamento do filme “Noia” no MUBE, em SP – Foto: Glauco Bernardino
Reconhecimento internacional
O longa vem após o estouro internacional do curta “Nóia – Um Dia no Limite”, dirigido por Fraga e com os atores Patrícia Vilela, Alexandre Barros, Ângela Barros e Fransérgio Araújo interpretando os papéis do roteiro de Maristela Bueno, que também produziu o curta. O filme já passou por 40 festivais de 17 países.
A estreia internacional foi no Festival de Cannes de 2015. Depois, foi exibido em lugares como Austrália, Bielorrússia, Canadá, Quênia, Itália, França, Romênia, Rússia, Escócia, Alemanha, Inglaterra, Camarões, Espanha, Portugal, Índia, Argentina e EUA, onde passou em 13 festivais.
Entre os sete prêmios internacionais que ganhou estão o de Melhor Filme Internacional do The Peoples Film Festival de Nova York e o de Melhor Atriz para Patrícia Vilela no The World Cinema Festival, de Los Angeles. Pelo curta, João Gabriel Mendes levou o prêmio de Melhor Edição no Months Film Festival da Romênia.
Elder Fraga com elenco de seu primeiro longa: “SP: Crônicas de Uma Cidade Real”
– Foto: Glauco Bernardino
Novos filmes
E a cabeça de Fraga não para. Como foco em 2017, revela que já tem outro longa engatilhado, “Vida de Lutador”, atualmente em fase de captação e que mostrará os bastidores do MMA. No elenco estão Júlio Rocha, Luciano Chirolli, Rita Batata, Luciano Quirino, Nill Marcondes, Thogun Teixeira, Ricardo Gelli e Rogério Brito.
Diz que trabalha com amigos. “Quero sempre por perto Dino Poli (fotógrafo) e equipe, Jorge Mendes (montador e finalizador), Rafael Gama Dantas e Willians Alves (trilha original), Thiago Schulze (som direto e finalizador)”, entre outros.
Ainda em 2017, lança seu primeiro curta experimental, “Ser ou Não Ser”, baseado no famoso monólogo de “Hamlet”, de Shakespeare, adaptado por Valderez Cardoso Gomes e com Luciano Gatti e Camila dos Anjos no elenco. Enquanto isso, o sexto curta do diretor, “Bloody Boomerang”, todo falado em inglês e com os atores Rafael Losso, Gabrielle Lopez e Gabriela Wazlawick, percorrerá festivais internacionais.
Outro curta que virá é “A Câmara da Morte”, adaptação da obra de Stephen King com roteiro e produção de Leonardo Granado. “Vamos fazer com atores latinos, além de um chinês. No elenco já estão confirmados o ator argentino Juan Manuel Tellategui, a atriz peruana Marba Goicochea, o ator chileno Rubens Espinoza e o ator chinês Tony Lee. “A obra fala sobre ditadura na América do Sul e se passa na Colômbia”, adianta.
Fraga ainda pretende rodar os curtas “A Horla – A Sombra Fatal”, seu primeiro trabalho de terror baseado na obra de Guy de Maupassant, com roteiro de Valderez Cardoso Gomes, e “Ao Verme Que Primeiro Roer as Frias Carnes do Meu Cadáver”, com roteiro de Leandro Telles sobre o bullying e com Tuna Dwek, Sabrina Petraglia, Gabriel Godoy e Johnnas Oliva no elenco.
Luciano Gatti e Elder Fraga no set do curta “Ser ou Não Ser” – Foto: Glauco Bernardino.
Série infantil
O próximo ano ainda será de estreia de Fraga no comando de uma série: “A Fantástica Biblioteca de Tatiana Belinky”, inspirada na obra da importante autora infantil. “Iremos produzir o piloto. Serão 13 episódios escritos pelo roteirista Guilherme Motta, com ideia e pesquisa minha e de minha sócia Deborah Corrêa”, adianta.
Se a carreira no cinema vai de vento em popa, Elder não deixa de lado suas origens no teatro. Após percorrer o interior de São Paulo, ele pretende voltar ao cartaz em 2017 com a peça “Diálogos de Salomé com João Batista”, que produziu com direção de Sergio Ferrara, com quem pretende fazer um espetáculo inspirado em Pasolini para encerrar a Trilogia dos Malditos, que já contou com Jean Genet e Oscar Wilde. Outra peça prevista para voltar e produzida por ele é “Propriedades Condenadas”, com Camila dos Anjos, Ricardo Gelli e Gustavo Haddad sob direção de Marco Antônio Pâmio.
Gabrielle Lopez, Rafael Losso, Gabriela Wazlawick e Elder Fraga no lançamento de
“Bloody Boomerang” na Gata Cine, em SP – Foto Glauco Bernardino.
“Uma grande loucura”
No meio desta correria, ele conseguiu ainda atuar. “Já fiz 12 longas e mais de 30 curtas como ator, estou sempre na ativa. Muitas pessoas pensam que parei de atuar, por estar produzindo e dirigindo. Mas estou sempre por aí, recebendo convite dos amigos”.
Ele estará em três filmes como ator em 2017: “13 Histórias Estranhas: Os Enamorados”, de Claudio Ellovitch, “Blitz”, de Renê Brasil, que fez o roteiro com Bosco Brasil; e “A Percepção do Medo”, de Kapel Furman e Armando Fonseca.
Mas como é dar conta de tanta coisa? “É uma grande loucura”, admite, antes de complementar. “Só dá certo porque tenho uma equipe muito fera ao meu lado, no cinema e no teatro, que me permite realizar os dois ao mesmo tempo. Sou muito grato a essas pessoas que acreditam no trabalho”.
E diz que não pretende parar tão cedo, pois conta com importante aliada. “Minha esposa, Gabriela Wazlawick, está sempre me apoiando e ajudando a organizar toda a minha loucura [risos]”.
A quem ficou empolgado ao ver tantos projetos, Elder Fraga avisa: “Gosto de atores parceiros, que trabalham em projetos com grana e sem grana. Para mim existem dois tipos de atores: um que só faz uma obra com você e outro que te acompanha pela vida”, filosofa, afirmando preferir o segundo tipo. Afinal, ele gosta de estar muito bem enturmado.
Elder Fraga, Gabriela Wazlawick e Gabrielle Lopez no set de “Bloody Boomerang” – Foto: Silvia Kiefer
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