“Assusta”, diz Fulvio Stefanini ao celebrar 60 anos de carreira com “O Pai”

Fulvio Stefanini encabeça elenco de "O Pai" - Foto: João Caldas Filho

Fulvio Stefanini encabeça elenco de “O Pai” – Foto: João Caldas Filho

Por Miguel Arcanjo Prado

Fulvio Stefanini celebra 60 anos de carreira como ator com a peça “O Pai”, que estreia em São Paulo nesta sexta (12), no Auditório do Masp, sob direção de seu filho, Léo Stefanini.

No texto do francês Florian Zeller, já montado na França, Inglaterra, Estados Unidos e Argentina, sempre com críticas favoráveis, Stefanini interpreta um velho pai que vê o tempo transformar suas relações familiares, enquanto sua memória vacila.

A produção sob comando de Selma Morente e Célia Forte tem no elenco os atores Carolina Gonzalez, Lara Córdulla, Carol Mariottini, Paulo Emílio Lisboa e Wilson Gomes. André Cortez assina o cenário, Letícia Barbieri, os figurinos, e Wagner Antônio, a iluminação.

Em entrevista ao Blog do Arcanjo do UOL pouco antes da estreia, o ator paulistano de 76 anos confessa que chegar a à marca de seis décadas no palco “assusta”, pois “é muito tempo”. E confessa sentir saudade do começo de tudo. Leia com toda a calma do mundo.

Miguel Arcanjo Prado – O que você sente ao celebrar os 60 anos de carreira?
Fulvio Stefanini – Não deixa de ser estranho. É muito tempo, assusta. Por outro lado, foi bom. Passei por diversas tendências tanto no teatro como na televisão e até no cinema. Imagine, cheguei a fazer TV ao vivo, nem existia o vídeotape. Tudo era uma grande aventura. Mas confesso que sinto saudade.

Miguel Arcanjo Prado – Do que mais tem saudade do começo da sua carreira?
Fulvio Stefanini – O começo foi maravilhoso, porque senti logo que esse era o meu caminho e o tempo mostrou que eu não estava enganado.

Fulvio Stefanini em cena da peça "O Pai": no Masp, em SP - Foto: João Caldas Filho

Fulvio Stefanini em cena da peça “O Pai”: no Masp, em SP – Foto: João Caldas Filho


Miguel Arcanjo Prado – Por que quis fazer este texto, “O Pai”?
Fulvio Stefanini – Um texto raro. Inteligente, sensível e teatral. O personagem que faço, o pai, não se encontra todos os dias. É realista, carismático, verdadeiro e de identificação imediata. O público o reconhece desde a primeira cena.

Miguel Arcanjo Prado – Como você enxerga a situação política do Brasil atual?
Fulvio Stefanini – Com tristeza. Um país com esse potencial tinha que dar certo, mas não dá. Enquanto o povo não aprender a votar será assim. Apesar de tudo, sou otimista. Os movimentos de rua, a pressão exercida sobre o Congresso e indícios de conscientização podem levar a melhores dias. A corrupção é um câncer que tem que ser banido. É difícil, mas temos que tentar. As quadrilhas têm que ser punidas e devem servir de exemplo. Os últimos anos foram terríveis. Quem sabe, agora encontremos novos rumos.

Miguel Arcanjo Prado – Você tem algum projeto previsto pra TV ou cinema?
Fulvio Stefanini – Por enquanto, não. Até tenho… mas deve ser para o ano que vem.

Miguel Arcanjo Prado – Qual dica você daria a um jovem ator que começa a carreira hoje?
Fulvio Stefanini – Estude, estude, estude. E um bom curso de teatro.

“O Pai”
Quando: Sexta e sábado, 21h, domingo, 19h30. 80 min. Até 30/10/2016
Onde: Auditório Masp Unilever – Av. Paulista, 1578, São Paulo, tel. 11 3149-5959
Quanto: R$ 60 (sexta) e R$ 80 (sábado e domingo)
Classificação etária: 12 anos

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