Entrevista de Quinta: “Meu livro Retratos do Teatro está da Escola Wolf Maya à EAD”, diz Bob Sousa

O fotógrafo do teatro Bob Sousa: exposição para abrir e fechar 2014 – Foto: Isabela Sousa

Por MIGUEL ARCANJO PRADO

O fotógrafo paulistano Bob Sousa começou o ano de 2014 com a exposição de fotografias de cenas teatrais Revelando a Caixa Preta no Sesc Consolação, em São Paulo. E vai encerrá-lo da mesma forma: com a exposição Retratos do Teatro, no Sesc Thermas de Presidente Prudente, interior do Estado. É a primeira de seu livro homônimo, lançado há um ano pela Editora Unesp.

A mostra fica em cartaz a partir desta sexta (21) e vai até 21 de dezembro, com entrada gratuita, de terça a domingo, das 9h às 18h. Ela faz parte da 21º edição do Fentepp (Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente), organizado pelo Sesc São Paulo em parceria com a Prefeitura da cidade e o Governo de São Paulo.

Nesta Entrevista de Quinta ao Atores & Bastidores do R7, Bob, que tem no portal a coluna O Retrato do Bob, falou sobre a repercussão de seu livro, da exposição, de seu trabalho, de seu mestrado, além de se definir: “Sou um cara do teatro”.

Leia com toda a calma do mundo.

MIGUEL ARCANJO PRADO — Esta é a primeira exposição do Retratos do Teatro?
BOB SOUSA — Sim. Depois do lançamento do livro, no final do ano passado, esta é a primeira mostra que será apresentada com parte dos retratos.

MIGUEL ARCANJO PRADO — Como surgiu a ideia desta exposição? Como foi a parceria com o Sesc?
BOB SOUSA — A Adriana Macedo, que integra a equipe de curadoria do festival neste ano, foi quem teve a ideia de levar a exposição para o festival, pois já tínhamos realizado o lançamento do livro e a mostra Revelando a Caixa Preta em parceria com o Sesc. O convite foi feito pela unidade do Sesc de Presidente Prudente, na figura do João Roberto, gerente adjunto da unidade. A Mariana Fessel, programadora de artes visuais, está cuidando de tudo. E, claro, o Danilo Santos de Miranda [diretor regional do Sesc São Paulo], que tem um olhar perspicaz para meu trabalho e foi quem apresentou meu livro no lançamento.

Dois mestres de nosso teatro: Antunes Filho e Zé Celso no olhar de Bob Sousa

MIGUEL ARCANJO PRADO — Dá frio na barriga estar em um festival com Antunes e Zé Celso como é o caso do Fentepp neste ano?
BOB SOUSA — É uma grande responsabilidade. A ideia da exposição no festival vem do fato de ter estes dois grandes nomes abrindo e fechando o Fentepp, e o livro também foi elaborado com essa disposição: os guardiões do teatro brasileiro abrem e fecham as páginas do livro, que começa com Antunes e termina com Zé Celso, igualzinho ao festival.

MIGUEL ARCANJO PRADO — Quem são os 20 retratados escolhidos? O que eles representam?
BOB SOUSA — Tentei ser o mais abrangente possível já que seriam apenas 20 retratos. É muito difícil realizar a curadoria de um projeto como esse, mas tive a ajuda do pesquisador teatral Alexandre Mate. Além dos mestres já citados, teremos Maria Alice Vergueiro, Cacá Rosset, Ivam Cabral e Antonio Fagundes, entre outros.

MIGUEL ARCANJO PRADO — Você também fará uma palestra?
BOB SOUSA — A ideia é contar um pouco como foi o projeto do livro. Cada retrato tem uma história e foi muito bonito vivenciar tudo isso. Acho que o grande público tem interesse em saber um pouco sobre esses grandes artistas que construíram a nossa cena teatral.

O ator e diretor Cacá Rosset está na exposição Retratos do Teatro – Foto: Bob Sousa

MIGUEL ARCANJO PRADO — O lançamento do livro Retratos do Teatro completou um ano, qual avaliação você faz da trajetória dele?
BOB SOUSA — A distribuição foi bastante abrangente e o livro já é fonte de consulta em diversos espaços voltados às artes cênicas. A Marta Suplicy, ex-ministra da Cultura, conheceu a obra e solicitou que as bibliotecas dos CEUS’s recebessem o livro. Os artistas também têm muito carinho pelo livro e ajudam na divulgação. O livro já foi apresentados para alunos de diversas escolas de teatro e universidades: do Wolf Maya à EAD.

MIGUEL ARCANJO PRADO — Qual o papel que o fotógrafo teatral tem neste meio artístico?
BOB SOUSA — O fotógrafo é o olhar da sociedade. No teatro, ele cumpre o papel de guardião de uma memória, de um tempo. É por meio de fotografias que muitos dos espetáculos serão lembrados posteriormente. Fotografar encenações teatrais exige muito preparo e doação e apesar da explosão digital e das redes sociais, os fotógrafos de teatro ainda são poucos.

MIGUEL ARCANJO PRADO — Quando e como você começou a fotografar teatro?
BOB SOUSA — Foi no começo do século [risos]. Meu trabalho já tem mais de uma década. São mais de 500 retratos e 300 espetáculos.

MIGUEL ARCANJO PRADO — O que você achou da cena teatral paulistana neste ano?
BOB SOUSA — Por conta dos estudos do mestrado no Instituto de Artes da Unesp, orientado pelo Alexandre Mate, tenho acompanhado a cena teatral com menos intensidade, mas penso que foi um ano bastante produtivo para o teatro paulistano. Destaco os 25 anos da Cia. dos Satyros como grande acontecimento deste ano e que será comemorado na Satyrianas que começa nesta quinta.

Ivam Cabral, fundador do grupo Os Satyros, foi clicado por Bob Sousa

MIGUEL ARCANJO PRADO — Você já está terminando o mestrado?
BOB SOUSA — Essa experiência tem sido muito intensa. Me interessava encontrar “o lugar da fotografia na cena teatral paulistana”. A minha carreira surgiu da minha curiosidade e vasculhei os quatro cantos da cena teatral paulistana tentando encontrar um lugar para o meu trabalho. Hoje sei que sou um cara do teatro.

MIGUEL ARCANJO PRADO — Você estudou e trabalhou muito neste ano. Vai tirar férias?
BOB SOUSA — Este ano começou com uma exposição no Sesc Consolação e termina com a exposição no Fentepp. Fui da semiótica à história do teatro mundial. Preciso de férias. Eu mereço.

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1 Resultado

  1. Phillipe disse:

    Ainda que eu discorde de vários posicionamentos dela, aplaudo a atitude da ex-ministra Suplicy no que tange à distribuição da obra aos CEUS´s. Realmente uma obra como a do Bob é para ser consultada obrigatoriamente por quem quer ter maior informação e formação no que tange ao Teatro Brasileiro.

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