Festival de Curitiba abriga musical Tatuagem em passagem avassaladora e libertária
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Enviado especial ao Festival de Curitiba*
Tatuagem, espetáculo musical da Cia. da Revista dirigido por Kleber Montanheiro a partir do filme de sucesso homônimo de Hilton Lacerda, fez passagem avassaladora pelo 32º Festival de Curitiba. O espetáculo teve concorridas sessões no tradicional Teatro Guairinha nos dias 27 e 28 de março, trazendo a exuberância de seu elenco libertário para as terras paranaenses. Premiada, a montagem foi vencedora do Prêmio Arcanjo de Cultura 2022. O Blog do Arcanjo mostra imagens da peça pelo olhar do fotógrafo Humberto Araujo.
Blog do Arcanjo mostra imagens de Tatuagem no Festival de Curitiba por Humberto Araujo
*O jornalista e critico Miguel Arcanjo Prado viaja a convite do Festival de Curitiba.
Artistas falam sobre Tatuagem no Festival de Curitiba
Por TIAGO LIRA
Especial para o Blog do Arcanjo
Estudante do 1º período de Jornalismo da Universidade Positivo, sob supervisão da professora e jornalista Katia Brembatti
O grupo Cia da Revista trouxe para o 32º Festival de Curitiba o musical Tatuagem. A peça soma a música, dança e o teatro de revista – Flexão de Linguagem -, trazendo uma releitura do longa-metragem homônimo para os palcos. O espetáculo se passa na capital pernambucana do século XX, em plena ditadura militar, retratando um grupo de teatro , o “Chão de Estrelas”, que vive a liberdade de expressão à flor da pele.
Em coletiva de imprensa, a artista Bia Rezende argumentou que a peça é “é sobre coletividade, é sobre o bem-viver, é sobre essa utopia de se viver uma liberdade coletiva”. O sincronismo da música e as expressões faciais levam o público a ser arrebatado para dentro de um filme, assistido dos bastidores, podendo perceber a profundidade de palco, o toque da pele na pele, o suor que rola com a emoção de receber o calor do plateia.
A sensibilidade que é usada na potência vocal mostra o cuidado ao passar sentimentos. A interação com o público e a liberdade dos atores ao complementar as falas chega a ser gracioso e leve. Toda informação de linguagem se unifica em experiência fragmentada de cada momento vivido.
Resistir por cultura e por liberdade é o que o espetáculo mostra. É viver um amor fora dos padrões daquela época. Fininha, um garoto que cai de paraquedas em um novo mundo ditatorial tendo que se descobrir, e um líder de grupo teatral que sempre está ali por todos.
Tatuagem, de acordo com o dicionário, é “o processo de registrar sobre a pele, marcar, sinal ou cicatriz visível e permanente.” Personagens que demostram marcas, o poder de se expressar é o que os torna livres. Liberdade expressada na nudez, nas falas e expressões e que traz uma linguagem clara e política sobre quantos cadeados serão necessários arrebentar para conquistar um espaço cultural de libertação sem precisar passar pelo cárcere.
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Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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