Tiradentes em Cena constrói pontes internacionais: ‘Atravessar fronteiras é potente’, diz Carolina Correa

A atriz Carolina Correa é a coordenadora internacional do Tiradentes em Cena © Rafa Marques Blog do Arcanjo 2025

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Enviado especial a Tiradentes, Minas Gerais*

A coordenadora internacional do Tiradentes em Cena, a atriz Carolina Correa, define a edição de 2025 como “realmente muito especial, porque marcou um passo muito importante no processo de internacionalização do festival”. O evento aconteceu de 21 a 25 de maio na cidade histórica de Tiradentes, em Minas Gerais. A artista fez a estreia brasileira no festival seu solo Zona de Sacrifício, que critica as violências cotidianas da mineração e que antes passou pela França e pelo Chile e estará no dia 21 de junho no Itaú Cultural, em São Paulo.

Aline Garcia, diretora, idealizadora e curadora do Tiradentes em Cena © Rafa Marques Blog do Arcanjo 2025

“Pela primeira vez, recebemos oficialmente no Tiradentes em Cena programadores internacionais, vindos do Chile e da Bolívia, dentro de um movimento que a gente já vinha desenhando há algum tempo — de fortalecer os laços culturais com a América Latina, de abrir espaços reais para intercâmbio, circulação e diálogo entre artistas dos nossos países”, pontua.

Carolina Correa lembra que, nos anos de 2022, 2023 e 2024, em parceria com diretora do evento, Aline Garcia, foram feitas algumas ações neste sentido, “como espetáculos internacionais online, oficinas com o colombiano Gabriel Hernandez sobre o Teatro de los Sentidos e em 2024 com o produtor cultural argentino Marcelo Castillo, que ministrou uma oficina de internacionalização de projetos em artes cênicas”.

Em 2025, a potência internacional só aumentou. “Tivemos, este ano, momentos muito potentes de encontro: os pitchings, que aproximaram artistas e programadores; as rodas de conversa; os bastidores, os cafés e almoços, claro, a própria programação artística, que também se tornou esse espaço de diálogo e aproximação”, conta Carolina Correa.

Carolina Corrêa apresentou no Tiradentes em Cena o solo Zona de Sacrifício, que esteve antes na França e no Chile © Rafa Marques Blog do Arcanjo 2025

“E um dos grandes marcos desse processo foi a real possibilidade de assinatura de um convênio de colaboração com a Cooperativa de Artes Cênicas Hecho en Chile, uma entidade muito relevante no cenário das artes cênicas chilenas. Esse convênio estabelece uma série de compromissos entre nós, como a promoção de circulação de espetáculos, desenvolvimento de projetos conjuntos, residências artísticas, intercâmbio de autores e criadores, além de ações de divulgação mútua e construção de redes”, diz.

“A formalização de um caminho que a gente já vinha trilhando, de forma muito orgânica, e que agora se consolida como uma política real do festival: ser também um espaço de conexão latino-americana. E essa presença dos parceiros do Chile e da Bolívia já resultou em conversas muito concretas para circulação de artistas daqui pra lá, e de lá pra cá, tanto nos festivais deles quanto no nosso”, celebra.

Na visão de Carolina Correa, o teatro não deve ter fronteiras. “Compreendo que as artes cênicas são muito mais potentes quando atravessam fronteiras, quando criam pontes, quando geram encontros verdadeiros da arte e do afeto. E, claro, tudo isso acontecendo no cenário mágico de Tiradentes, onde pudemos perceber a alegria dos programadores de vivenciar esta cidade. Estamos muito felizes e certos de que esse é só o começo de uma nova etapa, não só para o festival, mas pra todo o circuito das artes cênicas que aposta na colaboração, na diversidade e na construção coletiva”, conclui.

O jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Tiradentes em Cena.

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige o Blog do Arcanjo desde 2012 e o Prêmio Arcanjo desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por TV Globo, Grupo Record, Grupo Folha, Editora Abril, Huffpost Brasil, Grupo Bandeirantes, TV Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Foi coordenador da SP Escola de Teatro. Integra o júri do Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de SP, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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