Bloco Cómo te Lhama? leva latinidade ao Carnaval de Belo Horizonte

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Colaborou Felipe Rocha
Marcado pelo forte diálogo com nossos hermanos latino-americanos, o bloco Cómo the Lhama? tem seu desfile marcado no Carnaval de Belo Horizonte para o sábado, dia 22 de fevereiro, das 14h às 20h, na Rua Gomes Pereira, no Bairro Santo Inês. O cortejo conta com mais de 100 integrantes e a expectativa é que receba em torno de 20 mil pessoas.
Neste ano, o tema do desfile será “Amor Prohibido!”, inspirado no quarto álbum de mesmo nome da cantora mexicana-americana Selena Quintanilla, considerada a rainha da cumbia, gênero musical da Colômbia. Com isso, o bloco promete um Carnaval repleto de emoção, explorando aventuras, encontros e desencontros, triângulos amorosos e poliamores.
Em conversa com o Blog do Arcanjo, a vocalista do grupo, Laura Lopes, explicou a escolha da temática: “Desta vez, olhamos para as canções e o amor está em quase todas as letras. A dor do amor proibido, do amor intangível é ainda mais revelado nas músicas e por isso optamos por exaltá-lo. O amor que é recíproco, mas não pode ser vivido, o amor não correspondido, o poliamor, o amor que se desgasta, o amor pontual e explosivo. No nosso cortejo, todos os amores serão celebrados”.
Latinidade na folia
Nascido em 2016, o bloco Cómo te Lhama? surgiu do encontro entre artistas brasileiros e outros sul-americanos residentes em Belo Horizonte, unidos pela paixão pelo Carnaval de rua e pelos ritmos latinos, especialmente a cumbia.
Com uma fusão envolvente de sonoridades e influências, o bloco traz uma mistura única que vai do charango aos teclados, das alfaias à guitarra, dos agbês aos coros vocais – criando a autêntica cumbia carnavalesca de Belo Horizonte, marcada pelo acento portunhol e pelo respeito à tradição.
O bloco Cómo te Lhama?, com sua abordagem latino-americana, torna-se um exemplo emblemático do caráter acolhedor e multicultural que o Carnaval de Belo Horizonte assumiu. Ao incorporar a cumbia e outros ritmos latinos, o bloco expande o repertório carnavalesco e enriquece a experiência da folia, promovendo uma interação única entre as culturas brasileiras e latino-americanas.
Esse intercâmbio de culturas, vivências e sonoridades foi um dos motivos que levou Chaya Vazquez a criar, junto a outros envolvidos no Carnaval de rua de BH, o bloco e a banda Atípica de Lhamas em 2016. “Para mim, falar das Lhamas é algo muito emocional. Eu admiro e pesquiso a música brasileira há muito tempo, o maracatu de baque virado foi o que me fez ficar no Brasil pela primeira vez. Então, quando veio a ideia de fazer um bloco de cumbia, algo que me acompanhou a vida inteira, que é próprio das minhas raízes, foi como retribuir ao Brasil um pouco do que aprendi aqui”, destacou, emocionada, em conversa com o Blog do Arcanjo.
Editado por Miguel Arcanjo Prado
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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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