Marcia Dailyn, musa do Baixo Augusta, promete esplendor nos 15 anos do bloco
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Marcia Dailyn está no frenesi pré-avenida que toma conta de sua vida todo fevereiro. Afinal de contas, não é pra menos. A primeira bailarina trans do Theatro Municipal de São Paulo e diva da Praça Roosevelt e da Cia. Os Satyros, é musa há dez anos do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, que celebra 15 anos no desfile deste domingo, 4 de fevereiro, com concentração às 13h na Consolação com Paulista.
Trago o verdadeiro espírito do Carnaval. A alegria e o direito à liberdade de expressão. O direito a ser quem você é. Tenho orgulho de ser uma personalidade do Carnaval de São Paulo e de ter o título de Musa do Acadêmicos do Baixo Augusta, quebrando tabus e preconceitos.”
MARCIA DAILYN
Musa do Acadêmicos do Baixo Augusta
Para o desfile debutante, a artista promete impacto, amor e muito brilho. “O tema este ano é Rexiste Amor em SP. Eu venho um sol, eu venho um esplendor, eu venho um acontecimento! Em alguns determinados pontos da Consolação vão ter ações comigo, que são surpresa, não posso revelar muito, Miguelzinho”, implora.
Mas, o Blog do Arcanjo é insistente e a musa conta um pouco mais. “Eu venho fazendo uma ação da Amstel, já que estou contratada da nossa marca de cerveja patrocinadora do Baixo Augusta. Isso é um marco para mim, uma artista trans. Então, eu venho trazendo muita felicidade, muito ouro, muita alegria, muita festividade”, adianta a musa.
Marcia Dailyn lembra que não começou ontem no Carnaval do Baixo Augusta. “São 15 anos de história, dos quais 10 eu estou ali, quebrando tabus, na linha de frente, porque o Carnaval é democrático, ele é aberto, ele carrega esse sorriso no rosto, carrega a liberdade de ser quem a gente é, de se permitir”, filosofa.
Peça pra mim durante 11 meses o que vocês quiserem, mas, no Carnaval, me deixe ser feliz!”
MARCIA DAILYN
Musa do Acadêmicos do Baixo Augusta
A atriz e bailarina está com o coração aos pulos para o desfile, após ter brilhado nos três ensaios do bloco realizados em janeiro no Galpão do MST. “Eu fico muito feliz, tão emocionada de chegar nesse marco histórico do Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, que é o maior de São Paulo”, se emociona.
Ela revela ter consciência absoluta de que seu corpo em destaque na avenida representa. “Eu estar ali na frente, representando essa alegria, quebrando tabus, porque começou a história com o Baixo Augusta, precursor da retomada do Carnaval de rua de São Paulo, de colocar títulos dentro de um bloco, que antes não tinha. De ter rainha, que é a maravilhosa Alessandra Negrini, minha amiga e a quem reverencio, e de ter musa, que sou eu. Então, eu faço jus o ano inteiro, carregando com orgulho esse título, trazendo a Praça Roosevelt e a Cia. de Teatro Os Satyros, trazendo a importância do que é ser artista”, define.
“Eu sou a primeira bailarina trans do Theatro Municipal de São Paulo, além de ser atriz de teatro na Cia. Os Satyros. Então, o meu lugar é o Baixo Augusta. Eu vejo hoje, aos 45 anos, a importância de tudo isso, como eu sempre amei e defendi o Carnaval, como eu sempre disse pra todo mundo: ‘peça pra mim durante 11 meses o que vocês quiserem, mas no Carnaval, me deixe ser feliz'”, conclui.
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Jornalista cultural influente e respeitado no Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de São Paulo, Prêmio Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil de Curtas. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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