CineOP: Audiovisual na educação é discutido na 18ª Mostra de Cinema de Ouro Preto com destaque ao Cinema no Brejo
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Enviado especial a Ouro Preto*
As relações do audiovisual com a edução, sobretudo em tempos de IA – inteligência artificial, são foco das discussões na 18ª CineOP Mostra de Cinema de Ouro Preto.
Na temática Cinema e Educação Digital: Deslocamentos, a prática do audiovisual em relação à terra tem sido assunto nos Encontros da Educação promovidos pelo evento na cidade histórica mineira.
O assunto foi central no debate Cinema, Território e Soberania Digital, realizado na tarde de 24/6 (sábado) e no qual se discutiram processos pedagógicos que se utilizam da produção em imagem e som em contato direto com o ambiente físico onde são feitas.
Um dos projetos apresentados foi o Cinema no Brejo – Laboratório Rural de Formação e Experimentação Audiovisual, com a presença do pesquisador e formador Leonardo Câmara.
Cinema no Brejo
Criado em 2018 a partir da realização de um cineclube na região rural do Maciço de Baturité, no Ceará, o Cinema no Brejo tem o objetivo de potencializar a relação entre jovens estudantes locais com as histórias, memórias, saberes e fazeres que habitam o imaginário e o cotidiano de seus territórios.
“Percebemos que as crianças ficaram muito interessadas e curiosos com os equipamentos que usávamos no cineclube, queriam fazer vídeos e aprender a usar. Isso nos estimulou a criar uma série de oficinas de audiovisual nas escolas”, contou Câmara.
O percurso formativo do projeto foi dividido em três ciclos, de forma a desenvolver habilidades e formas de manejo do material de captação e das linguagens e recortes escolhidos: os ciclos Brincar, Trabalho e Terra. “O cinema então foi sendo manejado e apropriado pelos alunos como forma de registrarem descobertas dos espaços e do lugar que eles mesmos ocupavam em seus territórios”, diz o professor.
Dezenas de pequenos vídeos foram produzidos, todos explicitando relações muito diretas de seus pequenos realizadores com vivências e cotidianos conectados aos lugares onde eles habitavam ou trafegavam. Rios, estradas, casas, campos e tudo que chamasse atenção, nos mínimos detalhes, foram se tornando material filmado.
“Os exercícios se tornaram experiências sensíveis das crianças nesses territórios e como elas se relacionavam com ele”, finaliza Câmara.
Informações sobre o projeto podem ser vistas em https://www.cinemanobrejo.com.br/
Veja a cobertura da CineOP no Blog do Arcanjo!
*O jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado viajou a convite da CineOP e Universo Produção.
Colaborou João Schelbauer
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Um dos jornalistas culturais mais respeitados do Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. Mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Cultura pela ECA-USP, bacharel em Comunicação pela UFMG e crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Guia da Folha, e Canal Brasil de Curtas. Ganhou o Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Governo do Estado de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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