Lygia Fagundes Telles completaria 100 anos neste 19 de abril; mas pesquisador diz que seriam 105

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Neste 19 de abril de 2023, completam-se 100 anos do nascimento oficial da escritora Lygia Fagundes Telles, que morreu em 2022 e foi uma das mais importantes da literatura brasileira. Nascida em São Paulo, em 1923, Lygia começou a escrever ainda na adolescência e publicou seu primeiro livro, “Porão e Sobrado”, em 1939. Desde então, sua obra vem conquistando leitores e críticos, com destaque para os romances “Ciranda de Pedra” e “As Meninas”.

Idade controversa

Segundo o genealogista Daniel Taddone, Lygia completaria 105 anos hoje, já que pesquisador mostrou fotos de documentos de Lygia, como a certidão de seu casamento com o primeiro marido, Gofredo Teixeira da Silva Telles, em 17 de abril de 1947, quando constava que ela havia nascido em 19 de abril de 1918. A ABL, Academia Brasileira de Letras, disse que em seus registros consta como Lygia tendo nascido em 1923 e que a escritora era discreta em relação à sua idade. Para o genealogista, a autora diminuiu alguns anos de sua idade ao longo dos anos, na realidade, cinco anos. Portanto, ao morrer, teria 103 e não 98 anos como foi divulgado.

Mulher pioneira na literatura

Lygia Fagundes Telles teve uma importante contribuição para a cultura brasileira, especialmente no que diz respeito à representação feminina na literatura. Suas personagens são mulheres fortes, independentes e complexas, que rompem com os estereótipos tradicionais do papel feminino na sociedade. Além disso, ela aborda temas como a violência doméstica, a opressão e a busca pela identidade, colocando em pauta questões importantes para a luta das mulheres por igualdade.

A autora também é reconhecida por sua habilidade narrativa e sua capacidade de explorar a psicologia de seus personagens. Seus romances e contos são marcados por uma linguagem precisa e poética, que envolve o leitor e o transporta para dentro da história. Seus textos exploram a complexidade do ser humano e a ambiguidade das emoções, criando personagens que são verdadeiras reflexões sobre a condição humana.

Além de sua obra literária, Lygia Fagundes Telles teve uma importante atuação no campo da cultura e da educação. Ela foi membro da Academia Brasileira de Letras e recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira, como o Prêmio Camões e o Prêmio Jabuti. Além disso, ela dedicou grande parte de sua vida ao ensino da literatura, tendo sido professora da Universidade de São Paulo e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

O centenário de Lygia Fagundes Telles é uma oportunidade para relembrar a importância de sua obra e sua contribuição para a cultura brasileira. Sua escrita, marcada pela sensibilidade e pela força, ainda hoje é capaz de emocionar e inspirar leitores de todas as idades. Que sua obra continue a ser valorizada e estudada, para que as futuras gerações também possam conhecer e se encantar com a literatura dessa grande escritora brasileira.

Escola que escritora estudou é tombada como patrimônio histórico

Em 1890, o diretor da Escola Normal de São Paulo, Antonio Caetano de Campos, obteve autorização do presidente da província, Prudente de Morais, para construção da sede do curso normal. O projeto e orçamento ficaram a cargo do engenheiro Francisco de Paula Souza e a planta definitiva e construção sob a responsabilidade do arquiteto Ramos de Azevedo. Parte do terreno foi cedido pela prefeitura e o restante adquirido de Fortunato Martins de Camargo e Joaquim Matheus, em 1885. A escola, obra representativa da arquitetura do final do século XIX, em estilo eclético com predominância do neoclássico, foi inaugurada em 1894 e, em 1935, acrescida de um terceiro pavimento. O tombamento do edifício ocorreu a partir de reivindicação da população,  contrária à sua demolição, na década de 1970, anunciada pelo Metrô para a construção da Estação República. Desde 1978, abriga a Secretaria de Estado da Educação.

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Jornalista cultural influente e respeitado no Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de São Paulo, Prêmio Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil de Curtas. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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