Almério é ovacionado ao cantar Cazuza em São Paulo na turnê Tudo É Amor
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Fotos ANNELIZE TOZETTO
@annelizetozetto
Uma das vozes mais marcantes da nova safra da música brasileira atende pelo nome de Almério. Nascido no município de Altinho, interior pernambucano, o cantor deixou sua marca avassaladora na noite desta sexta-feira (27), ao se apresentar no palco do Sesc Pompeia, na capital paulista, onde foi ovacionado pelo público que lotou a casa.
O músico convidou os fãs para uma deliciosa viagem com sua turnê Tudo É Amor – Almério Canta Cazuza.A obra visceral do artista carioca que nos deixou em 1990, no auge do sucesso, ganhou uma releitura com o lançamento do disco homônimo do show que agitou a plateia paulistana.
O Blog do Arcanjo cobriu a apresentação com exclusividade. Em conversa com a repórter Michele Marreira, o músico definiu como é cantar um dos maiores ídolos que a música brasileira já produziu.
Cantar Cazuza é um desafio mágico. Sempre fui muito íntimo da obra dele, cantei muito na noite. Ele compunha e interpretava de forma orgânica e espontânea. Então, reprocessar e fazer outra coisa, colocando a minha identidade é difícil. Uma demanda de muita responsabilidade. A obra é dele, mas a atmosfera é minha, precisa ser verdadeiro e bonito.
Almério
cantor
Fãs alvoroçados
Ao tocar o terceiro sinal do espaço, os fãs já começavam a se alvoroçar ao ver um artista totalmente entregue em cena, usando sua voz como instrumento de troca genuína de energia.
Performático em sua apresentação, Almério faz jus ao talento que foi revelado ainda em 2003, quando tocava nos bares de Pernambuco. Vale destacar que o músico já dividiu o vocal com estrelas brasileiras como Alceu Valença, Elba Ramalho e Dominguinhos.
Eu tenho muito respeito por meu trabalho, pela minha missão. A razão da minha existência é cantar e compor. Fazer com que minha arte chegue às pessoas é uma alquimia que me move.
Almério
cantor
Legado eterno: Viva Cazuza!
O álbum que reúne 11 canções do compositor que marcou o rock nacional dos anos 1980 ganhou de seu novo intérprete uma roupagem original.
No palco, Almério entoa canções que marcaram gerações como O Nosso Amor A Gente Inventa, Minha Flor Meu Bebê, Brasil, Pro Dia Nascer Feliz e Exagerado, entre tantos hinos eternizados por Cazuza.
O projeto nasceu a partir do convite da produtora sócio-cultural Parças do Bem, idealizado por Ione Costa – uma das mais respeitadas produtoras culturais do Brasil na atualidade.
Tenho uma ligação muito forte com Pernambuco, moro entre o Rio e Recife, meus dois amores. Esse projeto surgiu no auge da pandemia, ouvia muito Cazuza que faz parte da minha vida e história. Eu tive a ideia de trazer a obra por uma voz nordestina, e tinha que ser o Almério, não tive dúvidas. E assim, nasceu o disco, e por consequência, os shows.
Ione Costa
idealizadora e produtora de Almério Canta Cazuza
A direção artística ficou a cargo de Marcus Preto, produtor musical que já fez sucessos recentes com Gal Costa, além de ser curador de grandes festivais e editais musicais. Ele explica que a obra de Cazuza é atemporal.
É uma obra que as pessoas já conhecem, então, o desafio é encontrar nas letras de 1980 a mensagem que elas querem passar hoje. A obra de Cazuza não é somente sobre amor, é uma questão política. Muitas dessas músicas poderiam ter sido escritas hoje, parece que foram feitas para o Brasil de agora.
Marcus Preto
diretor artístico de Almério Canta Cazuza
Já a direção geral é do produtor André Brasileiro, com direção musical Juliano Holanda – que também compõe a banda juntamente com os demais integrantes Guginha Fonseca, Rapha B e Roge Victor.
Mariana Aydar canta com Almério
A cantora Mariana Aydar, vencedora do prêmio Grammy Latino 2020, abrilhantou o espetáculo musical em sua participação mais que especial em dois duetos com Almério, entre eles Eu Preciso Dizer Que Te Amo, cuja dobradinha original foi feita com Cazuza e Bebel Gilberto, que então namorava Dé, baixista do Barão Vermelho.
Depois de passar com a turnê por Recife e São Paulo, neste domingo (29) será a vez de os cariocas presenciarem a efervescência cênica de Almério no palco do Teatro XP Investimentos, a partir das 20h, no bairro do Leblon , na zona sul do Rio de Janeiro.
“Todos os lugares que a gente canta é importante. Cada esquina, calçada, palco. Não importa o tamanho. Mas, estrear um show que começou em Recife, passou por São Paulo e vai pro Rio de Janeiro, essa tríade, é um acontecimento. Nunca tinha vivido isso”, finaliza Almério, agradecido pelo momento tão especial em sua trajetória.
Com reportagem de Michele Marreira
Tudo É Amor – Almério Canta Cazuza
Quando: 29 de maio. Domingo, às 20h.
Onde: Teatro XP Investimentos – Av. Bartolomeu Mitre, 1110 B – Rio de Janeiro.
Quanto: R$ 100,00 – Retire seu ingresso!
Blog do Arcanjo mostra Tudo É Amor – Almério Canta Cazuza pelo olhar da fotógrafa Annelize Tozetto no Sesc Pompeia
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Jornalista cultural influente e respeitado no Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Mídia e Cultura pela ECA-USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Eleito três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra o júri de Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio Governador do Estado de São Paulo, Prêmio Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Prêmio Guia da Folha e Prêmio Canal Brasil de Curtas. Vencedor do Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado, maior honraria na área de Letras de São Paulo.
Foto: Edson Lopes Jr.
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