Pecado Capital chega ao Globoplay e Francisco Cuoco vibra: ‘Carlão foi melhor personagem’

Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo

Pecado Capital, novela de 1975 que foi um dos maiores sucessos da história da dramaturgia brasileira e da carreira da autora Janete Clair, passa a integrar o catálogo do Globoplay. A ação é parte do resgate dos clássicos da dramaturgia promovido pela Globo, que coloca obras lendárias em contato com as novas gerações e também faz a alegria dos nostálgicos.

O realismo marcou a trama passada no subúrbio do Rio com um triângulo amoroso formado pelos atores Francisco Cuoco (Carlão), Betty Faria (Lucinha) e Lima Duarte (Salviano). O elenco também conta com Milton Gonçalves, Rosamaria Murtinho, Marco Nanini, Elizangela, Ilva Niño, entre outros. 

“Dinheiro na mão é vendaval / Na vida de um sonhador…” Na voz de Paulinho da Viola, os versos embalam a música de abertura da novela e anunciam a premissa da história. Carlão é um motorista de táxi e noivo de Lucinha. É mulherengo, porém dono de um bom coração e amado pelos vizinhos do Méier, bairro onde mora. Em um dia de trabalho, encontra uma mala cheia de dinheiro roubado que assaltantes em fuga esqueceram em seu carro. A partir disso, vive uma crise de consciência entre entregar à polícia, correndo o risco de ser acusado de cúmplice do roubo, ou usar o dinheiro para resolver seus problemas.  Lucinha, sua noiva, trabalha na fábrica de confecções do industrial Salviano Lisboa. Escolhida para estrelar uma campanha publicitária, ela começa a fazer sucesso como modelo e, logo após, acaba se envolvendo com Salviano. Carlão não se dá conta de que não é o dinheiro que o separa de seu amor. E, para provar à ex-namorada que é capaz de competir com Salviano, ele compra uma frota de táxis e dá início a sua ascensão social. 

Astro da novela e um dos maiores galãs da história da TV, Francisco Cuoco, 88, fala ao Blog do Arcanjo sobre o inesquecível folhetim. Leia com toda a calma do mundo.

Blog do Arcanjo – Como você pode definir o Carlão de Pecado Capital? 
Francisco Cuoco – O Carlão está entre os melhores personagens da minha vida. Ele era um homem bom, simples, do povo, com seus valores e comportamento próprios onde prevaleciam o amor ao trabalho e o espírito de união. 

Blog do Arcanjo – Há algo que você se identifica com o personagem? 
Francisco Cuoco – Acho que me identifico com o senso de justiça, com a trajetória e os sonhos buscados. Em um determinado momento da minha vida, cheguei a dirigir um caminhão indo trabalhar em uma feira livre com meu pai. Eu e o Carlão tínhamos uma ligação com o volante, por exemplo. 

Blog do Arcanjo – Uma geração vai poder assistir à novela pela primeira vez agora, pelo Globoplay. Como acha que as tramas e os dilemas serão vistos pelo público?
Francisco Cuoco – Espero que a novela seja apreciada pelo público. A Janete escrevia capítulos com boas indicações e o público se vê refletido nas tramas e personagens como um espelho. O dilema moral cria uma grande dúvida dentro do espírito de retidão do Carlão e conseguimos passar essa dúvida para o público. 

Editado por Miguel Arcanjo Prado

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Jornalista cultural influente, Miguel Arcanjo Prado dirige Blog do Arcanjo e Prêmio Arcanjo. Mestre em Artes pela UNESP, Pós-graduado em Cultura pela USP, Bacharel em Comunicação pela UFMG e Crítico da APCA Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Três vezes um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se. Passou por Globo, Record, Folha, Ed. Abril, Huffpost, Band, Gazeta, UOL, Rede TV!, Rede Brasil, TV UFMG e O Pasquim 21. Integra os júris: Prêmio Arcanjo, Prêmio Jabuti, Prêmio do Humor, Prêmio Governador do Estado, Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio DID, Prêmio Canal Brasil. Venceu Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio ANCEC, Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil, Prêmio Leda Maria Martins e Medalha Mário de Andrade do Prêmio Governador do Estado.
Foto: Rafa Marques
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