Manoel Barenbein revela bastidores da Tropicália em podcast com Renato Vieira
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
O Brasil é país desmemoriado e ingrato com seus grandes artistas. Mas, ainda bem, há ainda profissionais na imprensa inteligentes e interessados em registrar para a posteridade quem realmente é importante na nossa história e jogar luz a quem ajudou a forjar a cultura nacional.
O jornalista e pesquisador musical Renato Vieira é um destes grandes jornalistas que fazem de sua profissão um verdadeiro caso de amor com a arte e a cultura de seu país. Tanto que acaba de lançar holofote a um dos maiores produtores da história musical brasileira, Manoel Barenbein.
Vieira convidou Barenbein, que hoje vive em Israel, a contar sua trajetória no delicioso podcast O Produtor da Tropicália – Renato Vieira Entrevista Manoel Barenbein, feito em parceria com a Discoteca Básica. Daqueles para ouvir com toda a calma do mundo.
“Fiz uma matéria no Estadão em 2018 com o Barenbein, quando ele decidiu ir morar em Israel. Desde então, seguimos em contato. Soube que ele estava participando de programas de rádio lá em Israel, aí tive a ideia de fazer este podcast com ele, como forma de registrar seu enorme legado para as atuais e futuras gerações. Ele topou na hora”, conta Vieira ao Blog do Arcanjo.
Afinal, Barenbein não é qualquer um. Depois de descobrir ninguém menos que Chico Buarque, ele foi o produtor da Tropicália no fim da década de 1960, movimento que fez um antes e um depois na música popular brasileira, com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e Os Mutantes, além dos poetas Capinam e Torquato Nego e o maestro Rogério Duprat. Ele ainda produziu discos solo de Caetano Veloso, Jorge Ben, Gal Costa, Nara Leão e Jair Rodrigues, entre outros artistas obrigatórios a qualquer um que deseje cultivar o bom gosto musical.
Episódios
Os dois primeiros dos nove episódios da primeira temporada do podcast O Produtor da Tropicália – Renato Vieira Entrevista Manoel Barenbein já estão disponíveis nas plataformas de áudio por streaming e podem ser ouvidos sem pressa.
O primeiro aborda as histórias de bastidores do disco icônico Tropicalia ou Panis et Circense, lançado em 1968, aquele definido pelo jornalista Zuenir Ventura como o ano que não terminou.
Já o segundo episódio aborda a relação de Barenbein com o artista baiano que já escreveu o livro Verdade Tropical em 1997 sobre o movimento que lançou ele e seus amigos ao duradouro estrelato, Caetano Veloso.
Ao Blog do Arcanjo, Renato Veira define o trabalho: “Esse podcast é uma forma de fazer justiça ao que o Manoel representa para a MPB”. Ainda bem que jornalistas como ele ainda existem.
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Um dos jornalistas culturais mais respeitados do Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Cultura pela ECA-USP, bacharel em Comunicação pela UFMG e crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Foi eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se por três vezes. Recebeu a Medalha Mário de Andrade, maior honraria nas letras do Governo do Estado de São Paulo. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. É presidente do júri do Prêmio Arcanjo e integra o júri do Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Guia da Folha, e Canal Brasil de Curtas. Recebeu ainda o Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil e Prêmio Leda Maria Martins.
Foto: Edson Lopes Jr.
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