Clara Castro lança álbum Ana, inspirado em memórias da infância achadas em fitas VHS
Por MIGUEL ARCANJO PRADO
@miguel.arcanjo
Para muitos artistas, o confinamento imposto pela pandemia teve um impacto paralisante. Mas, para outros, a sensibilidade exacerbada durante o período levou a uma explosão de criatividade. Foi o caso de Clara Castro, cantora que é um dos destaques da cena independente mineira.
Durante o isolamento, ela, que morava em São Paulo, retornou à casa dos pais, em Barbacena, Zona da Mata de Minas Gerais, e encontrou antigas fitas VHS com registros de sua infância, aniversários e até depoimentos da sua mãe antes mesmo de seu nascimento.
Foi um gatilho para a criação do novo álbum, intitulado Ana, seu primeiro nome e como é chamada apenas pelos mais íntimos. Fome de Gritar, a primeira faixa de trabalho, que acaba de ser lançada [veja clipe abaixo], retrata o mergulho interior da artista.
“O processo de criação do EP partiu de um jogo de tarô, e uma carta muito significativa pra mim era a carta da Torre, que tem a ver com esse lance de desabar as estruturas que nos prendem, de redescobrir recomeços a partir da leveza”, conta Clara ao Blog do Arcanjo. O disco completo está previsto para sair em julho.
‘Roda há de girar’
Tal reconstrução está cristalizada em uma das letras quando ela canta: “Tudo que já está, um dia vai / Todo o tempo a roda há de girar / E o grito que vier anunciar o fim / Será o mesmo do recomeço”.
No teaser do clipe da canção, a voz ouvida na abertura é a da astróloga Vera Leitão narrando um mapa astral de Clara Castro. É que, durante a feitura do álbum, a cantora também encontrou o mapa que havia feito aos 15 anos de idade, em 2009.
“Esse reencontro foi muito transformador”, explica Clara, para logo acrescentar: “Com certeza, foi um dos motivos de existir hoje o EP. Ele foi uma das ferramentas para esse mergulho, pra entender essa minha voz, meu lugar no mundo e o que que eu tenho para oferecer a partir da minha história. Foi um reencontro também comigo mesma, porque foi mostrando coisas que, de fato, ao longo da minha vida, fui redescobrindo”, pontua Clara.
“É muito interessante poder contar com a voz dela, que marca esse reencontro com uma história e com todas as coisas que a gente carrega ao longo da vida”, finaliza @claracastrooficial.
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Um dos jornalistas culturais mais respeitados do Brasil, Miguel Arcanjo Prado é CEO do Blog do Arcanjo, fundado em 2012, e do Prêmio Arcanjo, desde 2019. É mestre em Artes pela UNESP, pós-graduado em Cultura pela ECA-USP, bacharel em Comunicação pela UFMG e crítico da APCA – Associação Paulista de Críticos de Artes, da qual foi vice-presidente. Coordena a Extensão Cultural da SP Escola de Teatro e apresenta o Arcanjo Pod. Foi eleito um dos melhores jornalistas culturais do Brasil pelo Prêmio Comunique-se por três vezes. Recebeu a Medalha Mário de Andrade, maior honraria nas letras do Governo do Estado de São Paulo. Passou por Globo, Record, R7, Record News, Folha, Abril, Huffpost Brasil, Notícias da TV, Contigo, Superinteressante, Band, CBN, Gazeta, UOL, UMA, OFuxico, Rede TV!, Rede Brasil, Versatille, TV UFMG e O Pasquim 21. É presidente do júri do Prêmio Arcanjo e integra o júri do Sesc Melhores Filmes, Prêmio Bibi Ferreira, Prêmio Destaque Imprensa Digital, Guia da Folha, e Canal Brasil de Curtas. Recebeu ainda o Troféu Nelson Rodrigues, Prêmio Destaque em Comunicação Nacional ANCEC, Troféu Inspiração do Amanhã, Prêmio África Brasil e Prêmio Leda Maria Martins.
Foto: Edson Lopes Jr.
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