Do teatro para a TV: Globo une atores do Magiluth em Onde Nascem os Fortes
Após apresentarem com sucesso a peça “Dinamarca” no 27º Festival de Curitiba, no último fim de semana, no Teatro Paiol, os integrantes do pernambucano Grupo Magiluth aguardam ansiosos outra data importante neste mês de abril.
No próximo dia 23, estreia na Globo a série “Onde Nascem os Fortes”, que traz no elenco quatro integrantes da trupe sediada no Recife: Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Mario Sérgio Cabral e Pedro Wagner. Além disso, os outros dois atores da trupe, Lucas Torres e Bruno Parmera também foram convocados para fazer participação especial. Assim, todo o grupo está na nova série da Globo, com autoria de George Moura e Sérgio Goldenberg e direção assinada por José Villamarim.
Velho conhecido dos rapazes pernambucanos, o Blog do Arcanjo do UOL conversou com exclusividade com o quarteto. Eles adiantaram como surgirão na TV e responderam como encaram o desafio de estarem junto além dos palcos agora também na tela da Globo.
Leia com toda a calma do mundo.
Miguel Arcanjo Prado — Como é ser do mesmo grupo teatral e fazer o mesmo trabalho na TV?
Erivaldo Oliveira — Teatro e televisão são dois mundos distintos, porém unidos pelas artes cênicas, senda essas as responsáveis pelos encontros de todos nós Magiluth. Esse é o nosso trabalho, vivemos disso e é isso que sabemos fazer. O fazer teatral, estar em cena e dar vida a um personagem (ou simplesmente viver aquele momento) é o elo que nos une; poder transitar entre o palco e as câmeras, entendendo as dinâmicas referentes a cada um de seus mundos estando ao lado dos seus amigos e parceiros de vida e profissão é maravilhoso.
Giordano Castro — É massa! É perceber que a trajetória do grupo vem dando outros frutos e levando os integrantes para outros lugares. O Magiluth é e sempre será a nossa casa, onde a gente se sente bem, se experimenta, cresce como ator e por estar juntos nessa série se ver agora dentro de um set é massa, é quase como estar em casa!
Mario Sergio Cabral — Isso foi muito legal. Nós quase já tínhamos trabalhado juntos em outras oportunidades, tanto na TV como no cinema, mas a agenda do Magiluth nunca permitia que isso acontecesse, mesmo a gente passando nos testes. Dessa vez deu tudo certo.
Pedro Wagner — É bem legal! Nós precisamos nos adaptar, nos reorganizar para que o grupo não pare completamente neste período. E a equipe tem sido muito carinhosa com todos nós, sempre que precisamos. Agora estamos começando a gravar algumas coisas juntos e é bem divertido.
Miguel Arcanjo Prado — Sendo atores de teatro na maior parte do tempo, qual a importância de fazer um trabalho na televisão aberta? Como encaram este desafio? Já estão preparados para lidar com a “fama”?
Erivaldo Oliveira — Acredito que esta pergunta complementa a primeira. Estar em um trabalho na televisão aberta permite novas investigações interpretativas, de se fazer presente e vivo em cena dentro de uma dinâmica super veloz que são as gravações para TV. Esse dia a dia e velocidade com que é feito talvez seja o maior desafio, mas que passa de maneira leve justamente em decorrência de sua freneticidade. Quanto à fama, te digo, não a conheço, nunca vi e deixo pra te responder quando e se por ventura ela vier a cruzar meu caminho. Até lá, deixa ela lá e eu aqui. Brincadeiras à parte, se a fama for a tradução de um sadio reconhecimento profissional, ótimo.
Giordano Castro — Teatro é incrível! E estar na TV agora é a possibilidade de abarcar um público que ainda não alcançamos no teatro… e sobre a fama (risos), devagar que falta muito pra isso ainda!
Mario Sergio Cabral — O Magiluth é um coletivo de atores e o teatro é a nossa casa. A nossa “praia ensolarada”. Mas quando surgem esses trabalhos, eles são muito bem-vindos. Estar na TV aberta possibilita que uma quantidade gigantesca de pessoas tenham acesso ao nosso trabalho, à nossa imagem. E isso, sem dúvidas, é muito bom. Sobre fama: estamos longe dela. [risos]
Pedro Wagner — Não posso responder por todos. Mas o que posso dizer é que para mim é sempre muito bom, é legal porque é uma maneira de interpretar com outras possibilidades, outros tons, outra linguagem. Serei para sempre bicho de teatro. O lugar do tesão, da coisa louca, para mim, está no teatro. O set do Villa é muito cinematográfico. A equipe toda, a diretora Luisa Lima, com quem trabalho desde ‘Justiça’, é ótima! Essa coisa de fama, não penso nisso. Mas me divirto com o trabalho e com o encontro com as pessoas.
Miguel Arcanjo Prado — Qual é o personagem de cada um em “Onde Nascem os Fortes”?
Erivaldo Oliveira — O meu personagem é o Adenilson. Ele é um policial investigativo. Um homem quieto e sisudo; porém sem medo de matar ou morrer. Adenilson é o braço direito do delegado Plínio (Enrique Diaz) e junto com Macedo (Giordano Castro) formam um trio que funciona como um trator destruindo tudo por onde passa. Por ser um policial, para o processo de construção do personagem tive que, por exemplo, aprender a dirigir – já que não sabia antes –, pesquisei sobre armas e seus manuseios, li sobre regras e comportamentos de agentes penitenciários e procurei estabelecer uma relação entre a região do sertão e as cidades interioranas onde vivi até os meus 19 anos. Durante esse tempo ouvi muitas histórias movidas pelo poder, ódio, mortes e perdão. Tudo isso soma como material para compor o personagem. Contudo, as nuances, cacos e particularidades do Adenilson vão surgindo à medida que vou desenvolvendo o trabalho e dando vida ao personagem.
Giordano Castro — Meu personagem é o Policial Macedo, um policial não tão correto assim, faço parte do bando do delegado Plinio (Enrique Dias). Pra construção do personagem eu deixei a coisa acontecer naturalmente, não quis chegar com nada formalizado, não. Achei mais interessante, chegar… sentir o clima e deixar que toda a atmosfera do set contribuísse para a criação e deu certo! E ver o Kike em cena também é muito inspirador! O Kike é um cara que eu sempre admirei e que influenciou bastante o trabalho do Magiluth e estar com ele agora no set é Foda!!!
Mario Sergio Cabral — O que posso adiantar é que o Jonathan é um arqueólogo que trabalha na equipe do Hermano (Gabriel Leone). Já gravei no sertão da Paraíba e no Estúdios Globo.
Pedro Wagner — Na série eu faço o Damião. Sou do núcleo do Ramiro, que é um juiz da cidade, interpretado por Fábio Assunção. É um personagem que gosto muito de interpretar. Ele é extremamente violento, mas tem uma violência que é muito mais interna do que externa. E isso me aloca em um outro lugar. É pesado.
Miguel Arcanjo Prado — Como foi gravar cenas juntos?
Erivaldo Oliveira — Somos 4 Magiluth no ‘Onde Nascem os Fortes’. Tenho cenas com o Pedro Wagner e o Giordano Castro. O personagem do Giordano também é um policial. Trabalhamos juntos. Temos muitas cenas de tiroteio, brigas e destruição. Muita coisa acontece dentro do set antes do “ação”. Por isso é maravilhoso ter no mesmo set alguém com quem trabalho há oito anos. E dividir mais essa experiência só nos faz crescer.
Giordano Castro — Siiim… Erivaldo é o Adenilson, a dupla do Macedo. A gente se ajuda bastante no set, está sendo uma experiência importante.
Mario Sergio Cabral — Eu fui o único que ficou afastado dos companheiros Magiluths. Uma pena. Mas também é muito interessante, pois me coloca num estado maior de alerta já que os meus pilares não estão por perto.
Pedro Wagner — Cada vez mais eu vou encontrar com os meninos. Tenho cenas para gravar com o Giordano também. Existe cumplicidade, a gente se comunica para além das palavras. Está sendo divertido, tem sido um trabalho ótimo.
Siga Miguel Arcanjo no Instagram
Curta Miguel Arcanjo no Facebook
Siga Miguel Arcanjo no Twitter