Lula e Moro surgem na comédia Lava Jato no Festival de Curitiba

Cena da peça “Lava Jato, Comédia do Poder”, que participa do Festival de Curitiba – Foto: Divulgação – Blog do Arcanjo/UOL

A cidade de Curitiba respira clima confronto político nos últimos dias. Para relaxar as tensões curitibanas, o espetáculo “Lava Jato,  Comédia do Poder” promete tiros de ironia para todos os lados ideológicos. A peça faz parte do 27° Festival de Curitiba, que começou na terça e vai até 8 de abril na capital paranaense com mais de 400 atrações. As apresentações estão marcadas para 6 e 7 de abril, às 21h, no Teatro Fernanda Montenegro do shopping Batel.

As situações surreais da Lava Jato, a megaoperação da Polícia Federal, vão parar em um bordel, no qual os poderosos se encontram para rir do povo e roubar o país. Lá, para desespero dos mesmos, descobrem que seus telefones estão grampeados.

O produtor Fernando Cardoso garante que os nomes dos figurões não são usados, mas eles são facilmente identificados pelo público: figuras como o ex-presidente Lula, a ex-primeira-dama Marisa Letícia e o juiz federal Sergio Moro serão reconhecidas pelo público.

“Os envolvidos estarão na festa anual da Lava Jato e são surpreendidos pelos encaminhamentos da Justiça”. Na peça, a deusa Justiça, que é dona do bordel, começa a determinar o que os convidados devem fazer. “Quem acompanha a Lava Jato sabe que muitas vezes acabamos surpreendidos pelas questões judiciais, que acabam sendo essenciais para a operação”, diz Cardoso ao Blog do Arcanjo no UOL.

Comédia se passa em um bordel e faz referências à política atual no Brasil – Foto: Divulgação/Blog do Arcanjo – UOL

O diretor Cesar Almeida explica que para alguns o musical poderá soar como politicamente incorreto satirizando a política como um todo. “E se isso acontecer, as pessoas que assim entenderem, não estarão erradas. E a algo politicamente incorreto nesse país, é o sistema. É importante que façamos uma reflexão nos tempos sombrios que vivemos”, discursa.

Cardoso afirma que a peça não é favorável, nem contrário à operação que tomou a opinião pública no Brasil. “A peça é uma sátira bem-humorada. Sobra para todo mundo, já que eles estão sempre tentando se sair bem da situação. A peça não poupa ninguém”, afirma. “Vai ter tiro, porrada e bomba para todo lado. A ideia é polemizar, levar as pessoas a raciocinar em relação ao que elas acreditam”, conclui.

 “Rir é o que nos resta, já que não temos força alguma dentro desse processo farsesco chamado democracia. Os vilões perderam o medo e se expõe em toda sua majestade enquanto o povo tem apenas a incrível tarefa de sobreviver e tentar ser feliz nesse caos provocado pela elite política brasileira”, completa o diretor, que contou com a colaboração de Fernando Cardoso e Pedro Rodrigues Neto para criar o texto.

No elenco estão Ade Zanardini, Maite Schneider, Loara Gonçalves, Wilyah Schmitt, Douglas Lacerda, Jaqueline Sclipet, Pedro Rodrigues Neto, Fernando Cardoso e Cesar Almeida. A obra inda tem iluminação de Nadia Lucian e figurinos do produtor Fernando Cardoso, com realização da Rainha de Duas Cabeças e Serafim Cia. Teatral.

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