Projeto distribui 90 mil ingressos gratuitos em 2016

Luís Miranda na peça "7 Conto": público quer ver teatro - Foto: Divulgação

Luís Miranda na peça “7 Conto”: público quer ver teatro – Foto: Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

Se fazer cultura e manter um espetáculo em cartaz em época de crise é um desafio, imagine para o público.

Que 2016 foi um ano difícil ninguém discorda, mas, no meio do caos, projetos lançaram um pouco de otimismo para artistas e plateia.

Um deles é o Programa Eu Faço Cultura. Desde janeiro, promove uma verdadeira conexão entre pessoas de baixa renda e produtores culturais.

Até o início deste mês de dezembro, mais de 90 mil produtos culturais já haviam sido distribuídos nas cinco regiões do país. São ingressos de cinema (Rede Cinemark), peças de teatro, livros, espetáculos de dança e shows.

Funciona da seguinte forma: o projeto compra ingressos do produtor cultural e distribui aos beneficiários finais (participantes de programas sociais do governo, microempreendedores individuais – MEIs e diretores de escolas públicas ou ONGs, com subsídio total do Governo Federal, por meio da Lei Rouanet.

Cena da peça "Nós" do Grupo Galpão - Foto: Guto Muniz

Cena da peça “Nós” do Grupo Galpão: ingressos distribuídos ao público e financiados pela Lei Rouanet – Foto: Guto Muniz

Espetáculos de sucesso

Peças importantes de 2016 fizeram parceria com o projeto como “7 Conto”, com Luis Miranda e direção de Ingrid Guimarães, “Gota D´água a Seco”, com direção de Rafael Gomes, “Nós”, com os mineiros do Grupo Galpão, “Estamira”, que venceu os prêmio Shell e APCA com a atriz Dani Barros, “Os Monólogos da Vagina”, dirigido por Miguel Falabella, e “Frida y Diego”, com autoria de Maria Adelaide Amaral.

Outras que integraram o projeto foram “O Corpo Da Mulher Como Campo De Batalha”, texto do renomado Matéi Visniec e com Ester Jablonski e Fernanda Nobre (indicada ao Prêmio Shell), “Gonzagão – A Lenda”, musical com texto e direção de João Falcão, e “Kiwi”, de Lucianno Maza.

Para Eduardo Moreira, sócio fundador do Grupo Galpão, o projeto vai ao encontro da democratização da cultura, que define como base do grupo de Belo Horizonte.

“São projetos como este que nos possibilitam ampliar nosso público, levar nosso produto artístico para um público mais amplo, que muitas vezes não tem condições de pagar um ingresso, considero que este projeto tem uma imensa importância social e cultural”, afirma ao Blog do Arcanjo do UOL.

Luís Miranda se apresentou em Salvador com o Projeto Eu Faço Cultura - Foto: Divulgação

Luís Miranda se apresentou em Salvador com o Programa Eu Faço Cultura – Foto: Divulgação

Para o ator, autor e produtor de teatro Luis Miranda, o projeto foi alento na crise. “Tem sido cada vez mais complicado fazer teatro no Brasil, às vezes pela falta de patrocínio, outras pelo custo de produção e por aí vai, mas esse projeto torna viável o que é fundamental, a garantia de que você terá público”, fala o baiano.

“Vi o quanto o público fica agradecido de poder ter esse benefício maravilhoso, quebrando de uma vez por todas a impressão de que as pessoas não se interessam mais pelo teatro”, aponta Miranda.

Já são 556 opções culturais cadastradas na plataforma desde janeiro, entre stand-ups, espetáculos de teatro, cinema, dança e música.

Segundo os organizadores, o número de beneficiários também cresceu: são 410 ONGs, 529 escolas públicas, 319 MEIs, 146 cadastrados no Bolsa Família, 108 pessoas participantes de outros programas sociais, entre outros.

“A ideia é continuar crescendo a ampliando estes números, a cultura é um bem essencial e por isso este projeto nos é tão caro” comenta Jair Pedro Ferreira, presidente da FENAE, proponente do Programa Eu Faço Cultura.

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