Vida de prostitutas em BH inspira peça “Rua das Camélias”

Atriz Ariadina Paulino em cena da peça "Rua das Camélias" - Foto: Divulgação

A atriz Ariádina Paulino em cena da peça “Rua das Camélias”, em BH – Foto: Fernando Badharó

Por Miguel Arcanjo Prado

Não é de hoje que as artes são fascinadas pelo que acontece dentro dos hotéis da rua dos Guaicurus, tradicional ponto de prostituição da capital mineira.

Uma das moradores de um deles na década de 1960, o Maravilhoso Hotel, virou personagem de literatura e depois de folhetim televisivo: Hilda Furacão, que na TV foi interpretada por Ana Paula Arósio em 1998, criando um imaginário sobre as mulheres do local.

Sem o glamour do livro de Roberto Drummond ou da minissérie de Gloria Perez, as prostitutas belo-horizontinas seguem sua vida longe dos holofotes.

Tal cotidiano repleto de dramas inspirou o espetáculo “Rua das Camélias”, que estreou neste fim de semana em Belo Horizonte com a Cia. Vórtica de Teatro em sessões intimistas para 40 espectadores.

Segundo conta a diretora Gabriela Luque ao Blog do Arcanjo do UOL, a trupe “busca lançar um olhar sobre as realidades ignoradas que habitam a rua dos Guaicurus”. A peça foi feita por meio de financiamento coletivo.

A dramaturgia, também coletiva, foi orientada por Daniel Toledo. Já Sara Maranhão assina a cenografia e iluminação, enquanto que Flávia Pacheco, o figurino, e Deh Mussulini, a direção musical.

Peça mineira desvenda mulheres que habitam ponto de prostituição de BH - Foto: Divulgação

Peça mineira desvenda mulheres que habitam ponto de prostituição de BH – Foto: Fernando Badharó

O elenco é composto por Ariádina Paulino, Edsel Duarte, Flávia Pacheco, Gabriel Zocrato, Istéfani Pontes, Marina Abelha e Regina Ganz. A preparação corporal foi feita por Ítalo Augusto e Gutto Alves, na produção assinada por Bruna Sobreira.

A diretora revela que algumas perguntas nortearam a construção da obra, como: Quem são as mulheres que se prostituem naquele local? Como se dá o diálogo entre a população e a rua marginalizada?  Como a mítica entorno da personagem Hilda Furacão influencia na construção dos estereótipos e imaginário acerca das mulheres que trabalham lá?

Na peça, o público é convidado a entrar em um hotel desativado na própria rua Guaicurus e lá dentro percorre espaços que outrora já foram usados como sanatório e zona de prostituição.

“Neste percurso, o público vai adentrando na rotina dessas mulheres, nas suas histórias. A peça busca levantar questionamentos, sem a pretensão de dar qualquer resposta sobre o assunto”, finaliza Gabriela Luque, que estreia na direção de uma peça.

Rua das Camélias
Quando: Sexta a domingo, 20h. Até 27/11/2016
Onde: Hotel Imperial Palace – Rua dos Guaicurus 436, centro, Belo Horizonte, MG
Quanto: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada), vendas antecipadas pela internet
Classificação etária: 18 anos

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