“Amor cura feridas antigas”, diz diretor europeu Daniele Finzi Pasca em SP

"Branco" tem sessões no Sesc Santo Amaro, em SP - Foto: Divulgação

“Branco” tem sessões no Sesc Santo Amaro, em SP até este domingo – Foto: Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

Com passagem de sucesso no comando do Cirque du Soleil, o ítalo-suíço Daniele Finzi Pasca é um dos mais aclamados diretores do mundo. Ele está em São Paulo neste fim de semana, onde encena no Sesc Santo Amaro o espetáculo “Branco”, com estética minimalista e sofisticada.

A obra de sua companhia Finzi Pasca, com sede na Suíça, traz dois atores clowns em situações que prometem fazer rir e também comover o espectador. O holandês Goos Meeuwsen e a brasileira Helena Bittencourt estão em cena para falar de amor e de amizade, em um ambiente que o diretor chama de próximo ao surrealismo.

A peça já passou por países como França, Rússia, Canadá, Uruguai, Chile e Equador.

Finzi Pasca conversou, com exclusividade, com o Blog do Arcanjo do UOL. Leia a entrevista.

Daniele Finzi Pasca - Foto: Viviana Cangialosi

Daniele Finzi Pasca – Foto: Viviana Cangialosi

Miguel Arcanjo Prado – A sua experiência internacional fez com que você tivesse um novo olhar para o humor feito no Brasil?
Daniele Finzi Pasca –
Não tenho uma opinião formada sobre o humor brasileiro, pois infelizmente não acompanho de perto o que vocês estão produzindo. Em todo caso não só em respeito ao Brasil mas me interesso mais pelo tragicômico e o Brasil é uma terra fértil de artistas que conseguem contar sobre o presente, sobre a humanidade, as contradições da vida com delicadeza.

Miguel Arcanjo Prado – Quem são suas grandes referências no humor no teatro internacional? E na produção brasileira, tem alguém que chama sua atenção?
Daniele Finzi Pasca –
O humorismo muitas vezes tem um caráter local. Os temas que tem a ver com uma sociedade de costumes conhecida e reconhecí-vel. Há artistas, no entanto, que conseguem  transcender contando provavelmente aspectos mais ligados à nossa incoerência e à nossa trágica fragilidade. Venho de uma tradição italiana, Roberto Begnini, Massimo Troisi, são alguns exemplos de cômicos que me tocam a alma. Brasileiros? Galpão [grupo de Belo Horizonte, MG].

Miguel Arcanjo Prado – O que você acha do público brasileiro? E como ele costuma receber seus trabalhos?
Daniele Finzi Pasca –
O público brasileiro sempre foi muito amoroso conosco, desde nossos primeiros espetáculos que sempre passaram por aqui: Viaggio al Confine, Dialoghi col Sonno, Icaro, Passo Migratore, 1337, La Veritá e Donka, que fez três turnês durante três anos consecutivos, uma coisa muito bela para nós. Para nós o Brasil é como se fosse uma segunda casa, três integrantes da cia são brasileiras (Helena Bittencourt, Beatriz Sayad e Andrea Caruso Saturnino), temos muitos amigos no país e temos a sensação de termos também um público.

Miguel Arcanjo Prado – Qual é a principal mensagem deste espetáculo “Branco”?
Daniele Finzi Pasca –
“Bianco” fala da amizade e eu diria  que a nossa abordagem se aproxima mais do universo surreal, que muitas vezes é mais contundente que a própria realidade.  Construímos imagens, textos e situações para falar da potência do amor para curar feridas antigas.

“Branco”
Quando: Sábado, 21h, domingo, 18h. 90 min. Até 4/9/2016
Onde: Sesc Santo Amaro – R. Amador Bueno, 505, Santo Amaro, metrô Largo Treze, São Paulo, tel. 11 5541-4000
Quanto: R$ 40
Classificação etária: 14 anos

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