Deto e Oswaldo Montenegro celebram 25 anos do musical “Noturno” em SP

À esq., Deto e Oswaldo Montenegro conduzem ensaio de "Noturno" em 1991 - Foto: Divulgação

À esq., Deto e Oswaldo Montenegro conduzem ensaio de “Noturno” em 1991 / Foto: Divulgação

Por Miguel Arcanjo Prado

A noite de São Paulo pelo olhar poético do cantor e compositor Oswaldo Montenegro movimenta “Noturno”, musical precursor que estreou em 1991 e celebra 25 anos em cartaz, sob direção do irmão do músico, Deto Montenegro.

A obra tem atores da Oficina dos Menestréis, tradicional escola cênica paulistana criada por Deto Montenegro em parceria com o ator Marco André Brandão de Magalhães, o Candé, e que formou gerações de artistas.

A comemoração será no mesmo tablado onde “Noturno” fez sua primeira apresentação: no Teatro Augusta, onde fará sessões às segundas-feiras, às 21h, entre 5 de setembro e 28 de novembro. Em cerca de 400 sessões, o musical já foi visto por mais de 110 mil pessoas e já teve versão com atores cadeirantes em 2003.

Um espetáculo tão longevo faz parte da história do teatro brasileiro e coleciona histórias curiosas. “Já tive a alegria de ver os filhos do primeiro elenco atuando na peça. Isso não tem preço”, revela Oswaldo Montenegro ao Blog do Arcanjo do UOL.

Com numeroso elenco de 50 artistas, o musical tem banda ao vivo e atores-cantores-bailarinos que transitam como personagens da noite paulistana: “O horário do amor e dos mistérios”, como define Deto Montenegro.

25 anos atrás, Oswaldo Montenegro ensaia primeira versão de "Noturno" - Foto: Divulgação

25 anos atrás, Oswaldo Montenegro ensaia primeira versão de “Noturno” / Foto: Divulgação

Oswaldo diz que o que mais gosta em sua obra é a música que não conseguiu fazer. Ele explica: “Estava convencido de que teria de colocar uma cena em que um artesão faria uma flor de guardanapo de papel, enquanto amigos em volta cantariam uma música suave. Não consegui compor essa música”.

Diante do pânico “de papel em branco”, ele foi socorrido por um amigo. “O Ulysses Machado me mostrou a canção ‘Na Escuridão’. Era perfeita para o que estava procurando. Aí criei essa cena que, disparada, é minha preferida. Gratidão ao meu parceiro Ulysses”.

Para o compositor, “Noturno” dá tão certo há tanto tempo porque consegue se comunicar com diversas gerações. “É muito difícil explicar porque um espetáculo dura um tempo. Mas me arrisco dizer que há uma certa identificação do público com os temas tratados”.

Noite em cena

O autor lembra que a obra apresenta diversas facetas da noite, às vezes vista como “um momento ameaçador”, mas também lugar de “possibilidade de reunião, como um bálsamo contra a solidão que o dia traz”. “É o horário menos competitivo, em que a ambição humana perde força e o colo se torna possível”, declara.

É na noite, na visão de Oswaldo Montenegro, que mora “a possibilidade da fantasia, da fuga do real, da soltura da imaginação”. Por isso, sua obra tem elenco grande, “sem protagonistas nem coadjuvantes”, propondo “ao inconsciente da plateia um momento paradoxalmente anárquico e organizado, em que todos brilham juntos”.

“Noturno”
Quando: Segunda, 21h. 60 min. De 5/9/2016 até 28/11/2016
Onde: Teatro Augusta – Rua Augusta, 943, metrô Consolação, São Paulo, tel. 11 3151-4141
Quanto: R$ 70 (inteira), R$ 35 (meia-entrada) e R$ 30 (promocional, apresentando carteirinha da Oficina dos Menestreis que pode ser impress ano site www.oficinadosmenestreis.com.br)
Classificação etária: 10 anos

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