Não permitam que caretice mate o Oficina, diz Zé Celso nos 55 anos da sede

O diretor Zé Celso: 55 anos da sede do Oficina - Foto: Bob Sousa

O diretor Zé Celso: 55 anos da sede do Oficina – Foto: Bob Sousa

Por Miguel Arcanjo Prado

O Teat(r)o Oficina completa nesta terça (16) os 55 anos de sua sede, inaugurada na rua Jaceguai, número 520, no bairro do Bixiga, em São Paulo, no dia 16 de agosto de 1961. Fundado em 28 de outubro de 1958 por José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, que ainda o comanda, ele é o mais longevo grupo teatral brasileiro.

Em 3 de outubro de 1993, o teatro ganhou o prédio projetado pelos arquitetos Lina Bo Bardi e Edson Elito, chamado de Terreiro Eletrônyko, eleito o mais belo teatro do mundo pelo jornal inglês The Guardian.

Para celebrar os 55 anos de sede própria, a partir das 21h, o Oficina faz uma sessão especial da peça “Pra Dar Um Fim no Juízo de Deus”. Na obra, Zé Celso e seus artistas misturam o texto do francês Antonin Artaud (1896-1948) com personagens da crise política do Brasil de hoje, fazendo uma encenação viva e politizada.

Diante da atual crise econômica, o grupo tem contado com doação de fãs para sobreviver e perdeu, recentemente, uma importante ferramenta de comunicação: a página que mantinha no Facebook foi deletada pela rede social após uma foto que continha um mamilo de mulher ser postada e denunciada. Diante disso, o grupo criou uma nova página na rede social.

A pedido do Blog do Arcanjo do UOL, Zé Celso escreveu um texto poético e a seu modo, com exclusividade, para contar o que deseja nestes 55 anos da sede de seu teatro.

Entre outras coisas, disse que deseja que o Facebook reative a página de seu grupo. O diretor ainda adiantou que na próxima sexta (19) tem uma reunião com representantes do Grupo Silvio Santos, que é dono do terreno no entorno do Oficina, para discutir uma possível troca de terrenos intermediada pela Prefeitura de São Paulo.

Leia o texto completo de Zé Celso:

Zé Celso no Teat(r)o Oficina, inaugurado em 1961 - Foto: Bob Sousa

Zé Celso no Teat(r)o Oficina, inaugurado em 1961 – Foto: Bob Sousa

“Na Séde,
tenho Sêde
antes d tudo
d Corpos Antropófagos
dos Índios das Florestas,
Urbanos ,d 2016:
os da Revolução Pernambucana d Chico Science y dos Cineastas d’Ela;
-o das avós y os avôs criadores  y  netos da Revolução Cultural
d 1967 : a Tropicália Antropófaga do “O Rei da Vela” ,do Cinema Glauber y Rogerio Sganzella, dos Movimentos Indígenas cuidando pra conter  a “Queda do Céu”

q nos reEncontremos na ARTE MULTICÊNICA do  Teat(r)o
na Macumba do Corpo
no Teat(r)o Oficina
criado por Lina Bardi y Edson Elito
justamente
como Terreira do Encontro d’esta CulturaBrazyleira d Exportação
com os Corpos dos Artistas do OficinaUzynaUzona y seu Público

Desejo q experimentem a delícia d atuar na Séde do considerado entre os 10 melhores Teatros do Mundo pelo Crítico d Arquitetura do The Guardian, o Melhor y o Mais Intenso. Bombando o movimento Corpo Corpo ao Vivo pro encontro d todos Rituais ao Vivo do Mundo,
pro desejo q insurge in nós,
todos os povos, d  devorarmos esta onda Facista, Odienta, Golpista mundial q continua na
“ A Vida Impre$$a em U$”, nome da peça q inaugurou o Teatro Oficina q hoje ,16 d Ah!Gósto comemora 55 voltas em torno da SOL .

O movimentos mundiais de 68, aconteceram numa Época em q Arte TEATRAL era Fonte no Encontro Corpo a Corpo.
Como é forte y receptiva hoje a Re-Existência dos Artistas da Associação Teat(r)o Oficina em Cena na Séde

É meu desejo agóra,mais q nunca q a Séde
Exploda n Sêda da AGORA em torno do Teat(r)o Oficina
num Pomar Frutífero num Corredor Cultural da Villa Itororó até Praça Roosevelt.

Concretamente:

1- Dia 19 6ª vou acordar excepcionalmente ás 09h d Manhã
pra uma Reunião do Núcleo Diretor do Tetro Oficina com o Grupo Silvio Santos y uma Representante da Prefeitura d SamPã,
em torno da TROCA D TERRENOS

2- Desejo  q o FaceBook  retorne imediatamente do Corte Brusco y Estúpido ás milhares d Pessoas q nos acompanham, como o pretexto d uma  foto minha com Cafira Zoé, artista no Oficina, por estar com seus belos seios jovens d fora: um atentado ao Corpo Humano
ou
q criemos outra rede d comunicação onde  a Liberdade da Arte do Corpo Humano: o Teatro, exista;

3- Q a Sindica do Prédio Vizinho ao Oficina libere o Fio do Cabo d Internet
em seu Condomínio existe publicamente

Há uma falta d percepção destas “pentelhices”, em relação à história do  Teat(r)o Oficina no Teatro Mundial; aos seus 58 Anos d Vida Plena; ao fato q nosso Público q vem de muitos lugares do Mundo; d Todo o Brasil y d Toda a Cidade d SamPã.

Desejo q quem quiser presentear meus 58 na direção deste Teat(r)o com Artistas d muitas gerações, q faça agóra.

Canto com Nelson Cavaquinho:

‘Sei que amanhã
Quando eu morrer
Os meus amigos vão dizer
Que eu tinha um bom coração
Alguns até hão de chorar
E querer me homenagear
Fazendo de ouro um violão
Mas depois que o tempo passar
Sei que ninguém vai se lembrar
Que eu fui embora
Por isso é que eu penso assim
Se alguém quiser fazer por mim
Que faça agora.

Me dê as flores em vida
O carinho, a mão amiga,
Para aliviar meus ais.
Depois que eu me chamar saudade
Não preciso de vaidade
Quero preces e nada mais’

Acrescento:

Quero q cuidem do Teat(r)o Oficina Prédio do  Entorno, dos Elencos,
mas antes d tudo da Insubmissão d sua Criação Permanente na Cena Viva
q não permitam q a caretice automática burocratize y mate o lugar sagrado.

Zé Celso
Exu das Artes Cênicas

“Pra Dar um Fim no Juízo de Deus”
Sessão especial de 55 anos da sede do Teat(r)o Oficina
Quando: Terça (16), às 21h. 90 min. Sessão única
Onde: Teat(r)o Oficina – rua Jaceguai, 520, Bixiga, São Paulo
Quanto: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada para estudantes, artistas, professores, pessoas acima de 60 anos; R$10 (para moradores do Bixiga, com comprovante de residência)
Classificação etária: 18 anos

Saiba mais sobre o Teatro Oficina

Oficina: instalado há 55 anos no Bixiga, em São Paulo - Foto: Mário Pizzi

Oficina: instalado há 55 anos no Bixiga, em São Paulo – Foto: Mário Pizzi

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