Ode ao teatro lança quarta edição do festival Mirada em Santos

Bete Coelho e Danilo Santos de Miranda em Santos - Foto: Alexandre Nunis

Bete Coelho e Danilo Santos de Miranda no lançamento do 4º Mirada, em Santos – Foto: Alexandre Nunis

Por Miguel Arcanjo Prado
Enviado especial a Santos (SP)*

Uma verdadeira ode ao teatro marcou o lançamento da quarta edição Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos, no Sesc Santos, na noite desta quinta (11). A atriz Bete Coelho foi a grande estrela, com o monólogo “O Terceiro Sinal”, de Otávio Frias Filho, sob direção de Ricardo Bittencourt.

Nele, Bete interpreta o próprio dramaturgo, que conta sua passagem como ator pelo Teat(r)o Oficina, dirigido por José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, em um texto preciso e poético que é uma grande declaração de amor ao teatro.

E teatro não faltará no Mirada, que é bienal e desta vez apresentará 43 espetáculos entre 8 e 18 de setembro de 2016, dos quais 28 chegam de outros países da América Latina, além de Portugal e Espanha, que é o país homenageado da vez, e 15 são produções nacionais. Ao todo, 12 países mandam representantes.

Danilo Santos de Miranda, gerente regional do Sesc em São Paulo, em seu discurso de abertura, falou que o Mirada serve para que “possamos estreitar cada vez mais nossas relações com os nossos irmãos latino-americanos e ibero-americanos”.

Ele lembrou que no contexto de um “capitalismo transnacional” e de “mídia hegemônica” é preciso quebrar “resistências e desconfianças” para com o outro, para com o diferente. “É através da ação cultural que a gente supera essas barreiras”, pontuou.

Representando a Prefeitura de Santos, parceira do Mirada, Fábio Nunes, secretário de Cultura do município, lembrou que o terreno do Sesc Santos, antes de sua construção, abrigava o circo que passava pela cidade. E reforçou a importância da energia artística presente no lugar.

Fachada do Sesc Santos, sede do Mirada - Foto: Alexandre Nunis

Fachada do Sesc Santos, sede do Mirada: peças e atividades formativas – Foto: Alexandre Nunis

Além de Miranda, o conselho de curadores do Mirada é composto também pela pesquisadora e educadora Isabel Ortega, brasileira radicada na Espanha, Ramiro Osório, diretor do Teatro Mayor de Bogotá, e Pepe Bablé, diretor artístico do Festival Ibero-Americano de Cádiz.

Temas atuais como questões de gênero e imigração estarão em pauta no evento, que conta com peças que dialogam com outras formas artísticas, como a música, a dança, o cinema e a performance.

Da Espanha homenageada vem “Que Haré Yo con esta Espada?”, da catalã Angélica Liddell, que estreou em julho no Festival de Avignon, na França. Já de Barcelona vem “Please Continue, Hamlet”, de Roger Bernat e Yan Duyvendak. Entre os destaques internacionais também está a argentina “Dínamo”, do grupo Timbre 4.

Nas peças nacionais há muitas já vistas pelo púbico paulistano, mas algumas novidades, como “A Comédia Latino-Americana”, dirigida por Felipe Hirsch como continuação de “A Tragédia Latino-Americana”, apresentada no primeiro semestre, e “Leite Derramado”, do Club Noir, a partir da obra de Chico Buarque.

Os ingressos para as peças do Mirada custam a partir de R$ 10 para credenciados no Sesc, e R$ 20 a meia-entrada e R$ 40 a inteira para o público comum.

Confira a programação completa: mirada.sescsp.org.br

*O colunista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Sesc-SP.

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