Violência em games e WhatsApp inspira peça jovem “Espartanos”

Cena da peça "Espartanos": violência atual - Foto: Lila Batista

Cena da peça “Espartanos”: violência atual e digital – Foto: Lila Batista

Por Miguel Arcanjo Prado

A violência ganha novas caras e formas no mundo imerso nas novas tecnologias. E os jovens sabem disso muito bem, sobretudo os que lidam com os games. Afinal, como cantou Renato Russo: “A violência é tão fascinante, e nossas vidas são tão normais”. É também cada vez mais comum adolescentes serem vítimas de atos violentos propagados pelas redes sociais ou pelo WhatsApp. Foi de olho nisso que surgiu a peça “Espartanos”, em cartaz no Centro Cultural São Paulo.

Pedro Garrafa, diretor e autor da montagem e que já fez também a peça “O Alvo”, com o tema do bullying, conta que cada vez mais tinha necessidade de abordar a violência em uma nova peça.

“Tão pouco discutida, mas cada vez mais estimulada pela sociedade, a violência sempre fica de fora quando se está falando do universo jovem”, afirma. “É como se o tema fosse exclusivo da vida adulta”, complementa.

Ele lembra que uma pergunta motivou a criação junto de seu jovem elenco, formado por Lucas Padovan, Lucas Frizo, Luan Braga e Pedro Dix: “Os jogos violentos incitam a violência?”. Foi daí que nasceu a história dos “quatro garotos, viciados em um jogo de vídeo game, que se deparam com essa questão”. Um violento vídeo viral vai atormentar os personagens.

Para o diretor, “vivemos em uma sociedade que cultua e alimenta a violência por todos os lados”. E pondera que as novas tecnologias também estão embutida deste mal.

“Com certeza a violência virtual, como o discurso de ódio propagado nas redes sociais, a disseminação de vídeos com cenas muito pesadas pelos celulares, a facilidade da agressão mediada pela tecnologia, agravam a exposição dos jovens à violência. Nesse sentido, a violência virtual sem dúvida é mais presente do que a física. Mas não menos grave”, pontua Garrafa.

“Espartanos”
Quando: Terça e quarta, 20h. 70 min. Até 31/8/2016
Onde: Centro Cultural São Paulo – Sala Adoniran Barbosa – R. Vergueiro, 1.000, metrô Vergueiro, São Paulo, tel. 11 3391-4002
Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
Classificação etária: 10 anos

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